Aquele seria um inesquecível sábado para os tristes discípulos, e também
para os sacerdotes, os príncipes, os escribas e o povo. Ao pôr-do-sol
do dia de preparação, soaram as trombetas, anunciando o começo do
sábado. A páscoa foi observada como fora por séculos, ao passo que
Aquele a quem ela apontava havia sido morto por mãos ímpias e jazia no
sepulcro de José. No sábado, os átrios do templo encheram-se de
adoradores. O sumo sacerdote, vindo do
Gólgota, ali estava, esplendidamente vestido com os trajes sacerdotais.
Sacerdotes de alvos turbantes, em plena atividade, cumpriam seus
deveres. Mas alguns dos presentes não se achavam tranqüilos, ao
oferecer-se pelo pecado o sangue de bezerros e bodes. Não estavam
conscientes de que o tipo encontrara o antítipo, de que um infinito
sacrifício fora feito pelos pecados do mundo. Não sabiam que não mais
havia valor no desempenho do serviço ritual. Mas nunca antes fora aquela
cerimônia testemunhada com tão contraditórios sentimentos. As trombetas
e os instrumentos de música, bem como as vozes dos cantores, eram tão
altos e claros como de costume. Mas dir-se-ia estar tudo possuído de um
sentimento de estranheza. Um após outro indagava de um singular
acontecimento que ocorrera. Até então o santíssimo fora guardado
impenetrável. Mas agora se achava exposto aos olhares de todos. O pesado
véu de tapeçaria, feito de puro linho, e belamente trabalhado em ouro,
escarlate e púrpura, fora rasgado de alto a baixo. O lugar em que Jeová
Se encontrara com o sumo sacerdote, para comunicar Sua glória, o lugar
que fora a sagrada câmara de audiência de Deus, jazia aberto a todos os
olhos — não mais reconhecido pelo Senhor. Com sombrios pressentimentos
ministravam os sacerdotes diante do altar. O haver sido exposto o
sagrado mistério do lugar santíssimo os enchia de medo de uma calamidade
por vir. O Desejado de Todas as Nações, 547
Até semana que vem, pessoal, com mais mensagens.