sábado, 1 de setembro de 2018

3º TRIMESTRE 2018 - LIÇÃO 10 - COMENTÁRIOS DE ELLEN WHITE SOBRE A LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA


Verso para Memorizar:
 “Em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (At 20:24).

Sábado à tarde, 1 de setembro

O Senhor aborrece a indiferença e deslealdade em tempo de crise em Sua obra. Todo o Universo está observando com inexprimível interesse as cenas finais da grande controvérsia entre o bem e o mal. O povo de Deus está-se aproximando do limiar do mundo eterno; que pode haver de mais importante para eles do que ser leais ao Deus do Céu? Em todos os séculos Deus tem tido heróis morais; e tem-nos agora - os que como José, Elias e Daniel, não se envergonham de se reconhecerem como Seu povo peculiar. Suas bênçãos especiais acompanham os esforços de homens de ação; homens que não se desviarão da linha reta do dever, mas que perguntarão com divina energia: "Quem é do Senhor"? (Êxo. 32:26), homens que não se deterão apenas no perguntar, mas exigirão que os que escolherem identificar-se com o povo de Deus prossigam e demonstrem sem sombra de dúvida sua obediência ao Rei dos reis e Senhor dos senhores. Tais homens subordinam sua vontade e planos à lei de Deus. Por amor a Ele, não têm a sua vida por preciosa. Seu trabalho é captar a luz da Palavra e deixá-la brilhar para o mundo em raios claros e firmes. Fidelidade a Deus é sua divisa (Profetas e Reis, p. 148).

Os apóstolos não consideraram preciosa a própria vida, regozijando-se em ser considerados dignos de sofrer pelo nome de Cristo. Paulo e Silas perderam tudo. Suportaram açoites, e foram atirados, não com brandura, sobre o chão frio de uma prisão, em posição por demais penosa, com os pés erguidos e presos a um tronco. Chegaram então aos ouvidos do carcereiro queixas e murmurações? Oh, não! Da prisão interior irromperam vozes quebrando o silêncio da meia-noite com hinos de alegria e louvor a Deus. Esses discípulos eram animados por profundo e fervoroso amor pela causa de seu Redentor, pela qual sofriam. 
À medida que a verdade de Deus nos enche o coração, absorve-nos as afeições e nos rege a vida, também nós consideraremos alegria sofrer por amor da verdade. Nenhuma parede de prisão, nenhuma estaca de martírio, nos pode intimidar ou impedir na realização da grande obra (Testemunhos para a Igreja, v. 3, p. 406, 407).

Vossa força espiritual e vosso crescimento na graça serão proporcionais ao trabalho de amor e de boas obras que fizerdes alegremente por vosso Salvador, o qual nada reteve; nem mesmo a vida, para que fôsseis salvos. ...
Somente nossas boas obras são salvarão qualquer de nós, mas não podemos ser salvos sem elas. E depois de havermos feito tudo que podemos fazer, no nome e na força de Jesus Cristo devemos dizer: "Somos servos inúteis." Luc. 17:10. 
Se tendes no coração as riquezas da graça de Cristo, não as conservareis para vós mesmos uma vez que a salvação dos homens depende do conhecimento do caminho da salvação, o qual estais em condições de dar. As pessoas talvez não vão ter convosco para vos falar dos anseios de seu coração; muitos, porém, estão famintos, insatisfeitos; e Cristo morreu para que pudessem ter as riquezas de Sua graça. Que fareis para que possam participar das bênçãos que fruís? (A Maravilhosa Graça de Deus [MM 1974], p. 312).

Domingo, 2 de setembro: Éfeso: Parte 1

No tempo dos apóstolos, a parte oeste da Ásia Menor era conhecida como a província romana da Ásia. Éfeso, a capital, era um grande centro comercial. Seu porto estava coalhado de embarcações e suas ruas apinhadas de pessoas de todos os países. Como Corinto, Éfeso apresentava um campo promissor para o trabalho missionário.
Os judeus, então amplamente dispersos por todas as terras civilizadas, estavam geralmente expectantes pelo advento do Messias. Quando João Batista estava pregando, muitos, em suas visitas a Jerusalém por ocasião das festas anuais, haviam ido às barrancas do Jordão para ouvi-lo. Ali ouviram eles ser Jesus proclamado como o Prometido, e tinham levado as novas a todas as partes do mundo. Dessa maneira a providência preparara o caminho para o trabalho dos apóstolos (Atos dos Apóstolos, p. 281, 282).

Durante o longo período de seu ministério em Éfeso, onde promoveu durante três anos uma intensiva campanha evangelística através daquela região, Paulo retornou ao seu ofício. Em Éfeso, como em Corinto, o apóstolo se rejubilou pela presença de Áquila e Priscila, os quais o haviam acompanhado em seu retorno à Ásia ao fim de sua segunda viagem missionária.
Havia alguns que faziam restrição a estar Paulo trabalhando num ofício, sob a alegação de que era incoerente com a obra de um ministro evangélico. Por que deveria Paulo, um ministro da mais alta categoria, assim aliar uma atividade braçal com a pregação da Palavra? Não é o obreiro digno do seu salário? Por que deveria ser gasto na fabricação de tendas o tempo, que, segundo tudo indicava, podia ser empregado com melhor proveito?
Mas Paulo não considerava perdido o tempo assim gasto. Enquanto trabalhava com Áquila, mantinha-se em contato com o grande Mestre, não perdendo oportunidade de dar testemunho do Salvador e de auxiliar a tantos quantos necessitassem de auxílio. Sua mente estava sempre à procura de conhecimento espiritual. A seus coobreiros deu instrução sobre coisas espirituais, e também exemplo de operosidade e inteireza. Era um obreiro hábil e ativo, diligente nos negócios, fervoroso "no espírito, servindo ao Senhor". Rom. 12:11. Enquanto trabalhava em seu ofício, o apóstolo tinha acesso a uma classe de pessoas que de outra maneira não teria podido alcançar. Mostrava aos que a ele estavam unidos que a habilidade nas artes comuns é um dom de Deus, o qual provê tanto o dom como a sabedoria para usá-lo retamente. Ensinava que mesmo nas atividades diárias Deus deve ser honrado. Suas mãos calejadas em nada diminuíam a força de seus patéticos apelos como ministro cristão (Atos dos Apóstolos, p. 351, 352).

Hoje em dia muitos são tão ignorantes do trabalho do Espírito Santo no coração como eram aqueles crentes em Éfeso (Atos 19:1-6); no entanto, nenhuma verdade é ensinada mais claramente na Palavra de Deus. Profetas e apóstolos demoraram-se sobre esse tema.
O próprio Cristo chama nossa atenção para o crescimento do mundo vegetal como ilustração da atividade de Seu Espírito em sustentar a vida espiritual. A seiva da videira, elevando-se da raiz, é difundida até os ramos, sustendo o crescimento e produzindo flores e frutos. Assim também, o poder vivificante do Espírito Santo, procedente do Salvador, impregna a alma, renova os motivos e as afeições e traz até mesmo os pensamentos em obediência à vontade de Deus, habilitando o recebedor a produzir o precioso fruto de ações santas (Este Dia com Deus [MM 1980], p. 264).

Segunda, 3 de setembro: Éfeso: Parte 2

Queimando seus livros sobre magia, os conversos efésios mostravam que aquilo em que antes se deleitavam abominavam agora. Foi por praticarem artes mágicas, e por meio delas, que haviam especialmente ofendido a Deus e posto em perigo sua alma; e foi contra as artes mágicas que mostraram tal indignação. ... Retendo esses livros os discípulos se estariam expondo à tentação; vendendo-os teriam colocado a tentação no caminho de outros. Haviam renunciado ao reino das trevas, e para destruir seu poder não hesitaram ante qualquer sacrifício. Triunfou assim a verdade sobre o preconceito dos homens e seu amor ao dinheiro.
Por esta manifestação do poder de Cristo, foi ganha poderosa vitória para o cristianismo na própria fortaleza da superstição. A influência do que havia tido lugar espalhou-se mais amplamente do que Paulo mesmo imaginava. De Éfeso as novas circularam por vasta extensão, e forte impulso foi dado à causa de Cristo. Muito tempo depois de haver o apóstolo terminado sua carreira, estas cenas ainda viviam na memória do povo e eram um meio de ganhar conversos para o evangelho (Vidas que Falam [MM 1971], p. 346).

Em suas declarações Demétrio afirmou: "Há o perigo de que a nossa profissão caia em descrédito." Essas palavras revelam a real causa do tumulto de Éfeso, e também de grande parte da perseguição que acompanhava os apóstolos em sua obra. Demétrio e seus colegas de ofício viram que o negócio de fabricação de imagens estava em perigo por causa do ensino e disseminação do evangelho. A renda dos sacerdotes pagãos e dos artífices estava em risco; esta a razão por que se levantaram em acérrima oposição contra Paulo.
A atitude do escrivão e de outros que exerciam funções honrosas na cidade, tinha apresentado Paulo perante o povo como inocente de qualquer ato ilegal. Este foi outro dos triunfos do cristianismo sobre o erro e a superstição. Deus havia despertado um grande magistrado para defender Seu apóstolo e fazer calar a turba. O coração de Paulo se encheu de gratidão a Deus por ter sido a sua vida preservada, e porque o cristianismo não fora desonrado pelo tumulto de Éfeso (Atos dos Apóstolos, p. 295).

Não é preciso buscar maior evidência de que a pessoa se encontra distante de Jesus e negligenciando a oração particular, a piedade pessoal, do que o fato de que ela exprime dúvidas e descrença porque as circunstâncias não são favoráveis. Tais pessoas não têm a religião pura, verdadeira e imaculada de Cristo. Elas possuem um artigo falso que o processo refinador consumirá totalmente como refugo. Tão logo Deus os prove e teste sua fé, eles vacilam, enfraquecem-se e oscilam primeiro para um lado e depois para o outro. Não possuem o artigo genuíno que Paulo possuía, de poder gloriar-se na tribulação porque “a tribulação produz a paciência, e a paciência, experiência; e a experiência, esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração”. Romanos 5:3-5. A religião dessas pessoas é circunstancial. Se todos ao seu redor estão fortes na fé e encorajados com relação ao triunfo final da mensagem do terceiro anjo, e se nenhuma influência especial se fizer presente contra eles, então aparentam possuir alguma fé. Mas tão logo a adversidade pareça surgir contra a causa e o trabalho se arraste pesadamente, e o auxílio de todos se torne necessário, esses pobres seres humanos, embora sejam professos ministros do evangelho, esperam que tudo resulte em nada. Atrapalham em vez de ajudar (Testemunhos para a Igreja, v. 2, p. 514, 515).

Terça, 4 de setembro: Trôade

Embarcando em Filipos, Paulo e Lucas alcançaram os companheiros cinco dias mais tarde, em Trôade, e demoraram-se sete dias com os crentes naquele lugar. Na última noite de sua estada ali os irmãos se ajuntaram "para partir o pão". O fato de que seu amado mestre ia partir, promoveu um ajuntamento maior que o de costume. Reuniram-se num "cenáculo" (Atos 20:7 e 8), no terceiro andar. Ali, no fervor de seu amor e solicitude por eles, o apóstolo pregou até à meia-noite.
Numa das janelas abertas estava assentado um jovem por nome Êutico. Nessa perigosa posição adormeceu, e caiu ao solo. Num momento tudo era alarma e confusão. O jovem foi levantado morto, e muitos se acercaram dele com gritos e lamentações. Mas Paulo, passando por entre os irmãos atribulados, abraçou-o e fez uma fervorosa oração para que Deus restaurasse a vida ao morto. Sua petição foi atendida. Sobrepondo-se aos clamores e lamentações, ouviu-se a voz do apóstolo dizendo: "Não vos perturbeis, que a sua alma nele está." Com júbilo, os crentes voltaram a se reunir no cenáculo. Havendo participado da comunhão, Paulo "ainda lhes falou largamente até à alvorada". Atos 20:10 e 11.
O navio em que Paulo e seus companheiros deviam prosseguir viagem estava prestes a partir e os irmãos apressaram-se a subir a bordo. O apóstolo, porém, preferiu tomar o caminho mais perto, por terra, entre Trôade e Assôs, encontrando-se com seus companheiros nesta cidade. Isto lhe deu um pouco de tempo para meditação e oração. As dificuldades e perigos relacionados com sua próxima visita a Jerusalém, a atitude da igreja ali para com ele e sua obra, bem como a condição das igrejas e o interesse da obra evangélica em outros campos, eram assuntos de ardente e solícito pensar; e ele aproveitou esta oportunidade especial para buscar de Deus força e guia (Atos dos Apóstolos, p. 391, 392).

A alegação tantas vezes feita, de que Cristo mudou o sábado, é refutada por Suas próprias palavras. Em Seu sermão no monte, disse Ele: "Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a Terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido. Qualquer pois que violar um destes mais pequenos mandamentos, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos Céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos Céus" (Mat. 5:17-19; O Grande Conflito, p. 447).

Mas ninguém deverá sofrer a ira de Deus antes que a verdade se lhe tenha apresentado ao espírito e consciência, e haja sido rejeitada. Há muitos que nunca tiveram oportunidade de ouvir as verdades especiais para este tempo. A obrigatoriedade do quarto mandamento nunca lhes foi apresentada em sua verdadeira luz. Aquele que lê todos os corações e prova todos os intuitos, não deixará que pessoa alguma que deseje o conhecimento da verdade seja enganada quanto ao desfecho da controvérsia. O decreto não será imposto ao povo cegamente. Cada qual receberá esclarecimento bastante para fazer inteligentemente a sua decisão.
O sábado será a pedra de toque da lealdade; pois é o ponto da verdade especialmente controvertido. Quando sobrevier aos homens a prova final, traçar-se-á a linha divisória entre os que servem a Deus e os que não O servem. Ao passo que a observância do sábado espúrio em conformidade com a lei do Estado, contrária ao quarto mandamento, será uma declaração de fidelidade ao poder que se acha em oposição a Deus, é a guarda do verdadeiro sábado, em obediência à lei divina, uma prova de lealdade para com o Criador. Ao passo que uma classe, aceitando o sinal de submissão aos poderes terrestres, recebe o sinal da besta, a outra, preferindo o sinal da obediência à autoridade divina, recebe o selo de Deus (O Grande Conflito, p. 605).

Quarta, 5 de setembro: Mileto

Nesta época degenerada, serão encontrados muitos que estão de tal forma cegados para a malignidade do pecado que escolhem uma vida licenciosa, pois esta agrada a inclinação natural e perversa do coração. Em lugar de se contemplarem ao espelho — a lei de Deus — e porem o coração e caráter de acordo com a norma divina, permitem que instrumentos de Satanás lhes estabeleçam no coração sua norma. Homens corruptos consideram mais fácil falsear as Escrituras para apoiá-los em sua iniquidade, do que abrir mão de sua corrupção e pecado e se tornarem puros de coração e vida. 
Há mais homens dessa espécie do que muitos têm imaginado, e eles se multiplicarão à medida que nos aproximarmos do fim do tempo. A menos que se tornem arraigados e alicerçados na verdade da Bíblia e tenham uma viva relação com Deus, muitos se tornarão apaixonados e enganados. Os perigos ocultos bloqueiam nosso caminho. Nossa única segurança está na constante vigilância e oração. Quanto mais perto andarmos de Jesus, tanto mais nos tornaremos participantes do Seu caráter puro e santo; e quanto mais ofensivo se nos parecer o pecado, tanto mais exaltados e desejáveis parecerão a pureza e o brilho de Cristo. 
Para acobertar sua vida corrompida e fazer com que seus pecados pareçam inofensivos, esse homem cita exemplos bíblicos em que homens bons caíram em tentação. Paulo enfrentou tal tipo de gente em seus dias, e a igreja tem sido afligida por eles em todas as épocas. Em Mileto, Paulo convocou os anciãos da igreja e os advertiu com respeito ao que iriam enfrentar: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que Ele resgatou com Seu próprio sangue. Porque eu sei isto: que, depois da Minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós” (Atos dos Apóstolos 20:28-31; Testemunhos para a Igreja, v. 5, p. 141, 142).

Paulo levou através de sua vida terrena a atmosfera do Céu. Todos os que com ele se associavam sentiam a influência de sua união com Cristo e a companhia com os anjos. Nisto reside o poder da verdade. A influência espontânea e inconsciente de uma vida santa é o mais convincente sermão que se pode fazer em prol do cristianismo. O argumento, mesmo quando seja irrespondível, pode só provocar oposição; mas o exemplo piedoso tem um poder a que é impossível resistir completamente.
Ao passo que o apóstolo perdia de vista os seus próprios sofrimentos que se aproximavam, sentia uma profunda solicitude pelos discípulos que estava prestes a deixar a lutar contra o preconceito, o ódio e a perseguição. Ele se esforçou para fortalecer e encorajar os poucos cristãos que o acompanharam ao local da execução, repetindo as inexcedíveis e preciosas promessas feitas àqueles que são perseguidos por causa da justiça. Assegurou-lhes que nada falharia de tudo aquilo que o Senhor falara com respeito a Seus filhos provados e fiéis. Eles se levantarão e brilharão; pois a luz do Senhor estará sobre eles. Eles vestirão suas belas vestes quando a glória do Senhor lhes for revelada. Por pouco tempo poderão estar sob a opressão de multiformes tentações, poderão estar destituídos de conforto terrestre; mas devem animar seu coração dizendo: Eu sei em quem tenho crido. Ele é capaz de guardar o meu depósito. Os sofrimentos terão fim e a alegre manhã de paz e dia perfeito virá (História da Redenção, p. 318).

Quinta, 6 de setembro: Tiro e Cesareia

O grande apóstolo Paulo estava firme sempre onde o dever e princípio estavam em jogo; pregava a Cristo com grande intrepidez; mas nunca era rude ou indelicado. Tinha um coração terno, e era sempre bondoso e compassivo para com os outros. A cortesia foi um traço marcante de seu caráter, e isto foi o que lhe deu acesso à melhor classe da sociedade. ...
Era zeloso da verdade, intrépido na defesa de Cristo; mas a retidão no procedimento, a graça da verdadeira delicadeza, marcaram toda a sua conduta. ...
Paulo atraía os corações piedosos onde quer que fosse; seu coração estava ligado ao coração de seus irmãos. Quando se ausentava deles, sabendo com certeza que não lhes veria a face, eles se enchiam de profunda tristeza, e assim insistentemente instavam com ele para que ficasse com eles. Certa feita exclamou: "Que fazeis vós, chorando e magoando-me o coração?" Atos 21:13. Seu bondoso coração se oprimia ao sentir a tristeza de sua final separação. Eles o amavam, e sentiam que não podiam ficar sem ele. Que cristão não admira o caráter de Paulo? Firme como uma rocha quando em defesa da verdade, era afeiçoado e gentil como uma criança quando rodeado pelos amigos (Minha Consagração Hoje [MM 1953/1989], p. 180).

A vida de Paulo foi uma exemplificação das verdades que ensinava; e nisto repousava seu poder. Seu coração estava cheio de um profundo e permanente senso de sua responsabilidade; e ele trabalhava em íntima comunhão com Aquele que é a fonte de justiça, misericórdia e verdade. Apegava-se à cruz de Cristo como sua garantia única de sucesso. O amor do Salvador era o permanente motivo que lhe dava a vitória em seus conflitos com o eu e em suas lutas contra o mal, ao avançar, no serviço de Cristo, contra o desamor do mundo e a oposição de seus inimigos.
O que a igreja necessita nestes dias de perigo é de um exército de obreiros que, como Paulo, se tenham educado para utilidade, que tenham uma profunda experiência nas coisas de Deus, e que sejam cheios de fervor e zelo. Necessita-se de homens santificados e abnegados; homens que não se esquivem a provas e responsabilidades; homens que sejam corajosos e verdadeiros; homens em cujo coração Cristo está formado "a esperança da glória" (Col. 1:27), e que com lábios tocados com santo fogo "preguem a Palavra". Por falta de tais obreiros a causa de Deus definha, e erros fatais, como mortal veneno, pervertem a moral e destroem as esperanças de grande parte da raça humana (Atos dos Apóstolos, p. 507).

Deus nos deu as faculdades intelectuais e morais que possuímos; mas toda pessoa é, em grande medida, o arquiteto do próprio caráter. Dia a dia a estrutura aumenta. A Palavra de Deus adverte-nos a cuidar em como construímos, para ver que nosso edifício se ache fundado sobre a Rocha Eterna. Aproxima-se o tempo em que a obra que fazemos se revelará tal qual é. Agora é o tempo de todos cultivarem as faculdades que Deus lhes deu, a fim de formarem caráter que seja útil aqui, e tenham uma vida mais elevada no porvir.
Todo ato da vida, por mais insignificante, tem sua influência na formação do caráter. Um caráter bem formado é mais precioso que as posses mundanas; e moldá-lo é a obra mais nobre em que os homens possam se empenhar. 
O caráter formado segundo as circunstâncias é mutável e discordante — uma massa de contradições. Seus possuidores não têm nenhum objetivo elevado ou propósito na vida. Não exercem nenhuma influência enobrecedora no caráter dos outros. São destituídos de finalidade e de poder. 
O pequeno prazo de vida que nos é designado aqui deve ser sabiamente aproveitado. Deus quer que Sua igreja seja viva, consagrada e ativa. Nosso povo, porém, como corporação, acha-se longe disso agora. Deus pede almas fortes, valorosas, cristãos vivos e laboriosos, que sigam o verdadeiro Modelo e exerçam decidida influência em favor de Deus e do que é correto. Qual sagrado depósito, concedeu-nos o Senhor as mais importantes e solenes verdades, e devemos mostrar a influência delas sobre nossa vida e caráter (Testemunhos para a Igreja, v. 4, p. 656, 657).

Sexta, 7 de setembro: Estudo adicional

Educação, "Paulo, Alegre no Serviço", p. 64, 65.



Os trechos em destaque foram extraídos dos originais, mas estão ausentes na compilação do comentário.

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