sábado, 29 de setembro de 2018

4º TRIMESTRE 2018 - LIÇÃO 1 - COMENTÁRIOS DE ELLEN WHITE SOBRE A LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA


Verso para Memorizar:
 "Então, [Deus] conduziu [Abraão] até fora e disse: Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade. Ele creu no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça" (Gn 15:5, 6).

Sábado à tarde, 29 de setembro

O homem deveria ter a imagem de Deus, tanto na aparência exterior como no caráter. Cristo somente é a "expressa imagem" do Pai (Heb. 1:3); mas o homem foi formado à semelhança de Deus. Sua natureza estava em harmonia com a vontade de Deus. A mente era capaz de compreender as coisas divinas. As afeições eram puras; os apetites e paixões estavam sob o domínio da razão. Ele era santo e feliz, tendo a imagem de Deus, e estando em perfeita obediência à Sua vontade (Patriarcas e Profetas, p. 45).

É o pecado que nos obscurece o espírito e embota as percepções. Ao ser o pecado expulso de nosso coração, a luz do conhecimento da glória de Deus na face de Jesus Cristo, iluminando Sua Palavra e refletida através da natureza, declará-Lo-á, cada vez mais plenamente, “misericordioso e piedoso, tardio em iras e grande em beneficência e verdade”. Êxodo 34:6. 
Em Sua luz veremos a luz, até que espírito, coração e alma estejam transformados à imagem de Sua santidade (Testemunhos para a Igreja, v. 8, p. 322). 

A união faz a força; a desunião enfraquece. Unidos uns aos outros, trabalhando juntos, em harmonia, pela salvação dos homens, seremos na verdade “cooperadores de Deus”. 1 Coríntios 3:9. Os que se recusam a trabalhar em boa harmonia desonram grandemente a Deus. O inimigo deleita-se em vê-los trabalhando para fins mutuamente contrários.
Essas pessoas precisam cultivar o amor fraternal e a ternura de coração. Se pudessem correr a cortina que lhes vela o futuro e ver o resultado de sua desunião, por certo seriam levados a arrepender-se.
O mundo está a olhar com satisfação para a desunião entre os cristãos. Os infiéis se alegram com isso. Deus requer uma mudança entre o Seu povo. A união com Cristo e dos crentes entre si é nossa única segurança nestes últimos dias. Não tornemos possível que Satanás aponte para os nossos membros da igreja, dizendo: “Eis como este povo, que se põe sob o estandarte de Cristo, se odeia entre si! Nada temos que temer deles, enquanto gastam mais esforço combatendo-se mutuamente, do que na luta contra as minhas forças” (Testemunhos para a Igreja, v. 8, p. 240).

A fé genuína se manifestará em boas obras, pois boas obras são frutos da fé. Ao operar Deus no coração, e entregar o homem sua vontade a Deus, e com Ele cooperar, ele manifesta na vida aquilo que Deus operou em seu íntimo pelo Espírito Santo, e há harmonia entre o propósito do coração e a prática da vida. Todo pecado deve ser renunciado como a coisa odiosa que crucificou o Senhor da vida e da glória, e o crente tem de ter uma experiência progressiva, fazendo continuamente as obras de Cristo. É pela contínua entrega da vontade, pela obediência contínua, que se retém a bênção da justificação (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 397).

Domingo, 30 de setembro: O amor como fundamento da unidade

Deus nos fala na natureza. É Sua voz que ouvimos ao contemplarmos a beleza e a opulência do mundo natural. Divisamos Sua glória nas belas coisas feitas por Sua mão. Pomo-nos a contemplar Suas obras sem um véu de permeio. Deus nos deu essas coisas para que aprendamos dEle ao contemplar as obras de Suas mãos.
Deus nos deu essas preciosas coisas como expressão de Seu amor. O Senhor ama o que é belo, e para agradar-nos e contentar-nos, Ele estendeu diante de nós as belezas da natureza, assim como um pai terrestre procura colocar belas coisas diante dos filhos a quem ama. O Senhor sempre Se apraz em ver-nos felizes. Pecaminosa como ela é com todas as suas imperfeições, o Senhor prodigalizou à Terra o que é útil e belo. As lindas flores coloridas falam de Sua ternura e amor. Elas têm uma linguagem própria, lembrando-nos do Doador (Este Dia com Deus [MM 1980], p. 252).

O amor puro é singelo em sua maneira de atuar, e separado de todos os outros princípios de ação. Quando combinado com motivos terrenos e egoístas, deixa de ser puro. Deus mais considera a quantidade de amor com a qual trabalhamos, do que a quantidade do que fazemos. O amor é atributo celeste. Não lhe pode dar origem o coração natural. Esta planta celestial só cresce onde Cristo reina supremo. Onde existe o amor, manifesta-se na vida poder e verdade. O amor faz o bem, e coisa alguma senão o bem. Os que possuem amor produzem fruto para santidade, e no fim terão a vida eterna (Para Conhecê-Lo [MM 1965], p. 163). 

O atributo que Cristo mais aprecia no homem é o amor procedente de um coração puro. Este é o fruto produzido na árvore cristã. "Todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus." I João 4:7. Disse o Senhor Jesus: "Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos: se tiverdes amor uns aos outros." João 13:34 e 35.
Quando Se achava envolto na coluna de nuvem, Ele falou aos filhos de Israel por intermédio de Moisés: "Não aborrecerás teu irmão no teu íntimo; mas repreenderás o teu próximo e, por causa dele, não levarás sobre ti pecado. Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor." Lev. 19:17 e 18. "Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros." João 15:17. [...]
Se vos conservais no amor de Deus, a pessoa será circundada por uma influência que será um aroma de vida para vida. Deveis velar pelas pessoas como que deve prestar contas (Este Dia com Deus [MM 1980], p. 382).

Segunda, 1º de outubro: As consequências da queda

Depois de Adão e Eva terem participado do fruto proibido, foram tomados de um senso de vergonha e terror. De início, seu pensamento era como se desculpar por seu pecado diante de Deus e escapar da temível sentença de morte. Quando o Senhor perguntou pelo seu pecado, Adão replicou colocando a culpa parcialmente em Deus e parcialmente em sua companheira: “A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.” Gênesis 3:12. A mulher, por sua vez, pôs a culpa sobre a serpente, dizendo: “A serpente me enganou, e eu comi.” Gênesis 3:13. Por que o Senhor fez a serpente? Por que permitiu que ela penetrasse no Éden? Essas eram questões implícitas em sua desculpa pelo pecado, atribuindo assim a Deus a responsabilidade de sua queda. O espírito de justificação própria originou-se com o pai da mentira e foi manifestado por todos os filhos e filhas de Adão. Confissões desse tipo não são inspiradas pelo Divino Espírito e em nada aceitáveis a Deus. O verdadeiro arrependimento levará o homem a assumir a própria culpa e reconhecê-la sem fraude ou hipocrisia (Testemunhos para a Igreja, v. 5, p. 637, 638). 

A vida de Adão foi de um triste, humilde e contínuo arrependimento. Quando ensinava seus filhos e netos a temerem o Senhor, era com frequência amargamente reprovado por seu pecado, de que resultara tanta miséria sobre sua posteridade. Quando deixou o belo Éden, o pensamento de que deveria morrer fazia-o estremecer de horror. Olhava para a morte como uma terrível calamidade. Foi primeiro familiarizado com a horrível realidade da morte na família humana, pelo seu próprio filho Caim ao matar seu irmão Abel. Cheio de amargo remorso por sua própria transgressão e privado de seu filho Abel, olhando a Caim como um assassino, e conhecendo a maldição que Deus pronunciara sobre ele, o coração de Adão quebrantou-se de dor. Amargamente ele se reprovou por sua primeira grande transgressão. Suplicou o perdão de Deus mediante o Sacrifício prometido. Ele havia sentido profundamente a ira de Deus pelo crime cometido no Paraíso. Testemunhou a corrupção geral que mais tarde finalmente forçou Deus a destruir os habitantes da Terra por um dilúvio. A sentença de morte pronunciada sobre ele por seu Criador, que a princípio lhe pareceu tão terrível, depois que ele viveu algumas centenas de anos, parecia justa e misericordiosa em Deus, pois trazia o fim a uma vida miserável.
Ao testemunhar Adão os primeiros sinais da decadência da natureza com o cair das folhas e o murchar das flores, chorou mais sentidamente do que os homens hoje choram os seus mortos. As flores murchas não eram a razão maior do desgosto, visto serem tenras e delicadas; mas as altaneiras, nobres e robustas árvores arremessando suas folhas e apodrecendo, apresentavam diante dele a dissolução geral da linda natureza, que Deus criara para especial benefício do homem (História da Redenção, p. 55).

Terça, 2 de outubro: Mais desunião e separação

Como resultado da transgressão de Adão, o pecado penetrou no belo mundo criado por Deus, e os homens e as mulheres tornaram-se cada vez mais ousados em desobedecer a Sua lei. O Senhor olhou para o mundo impenitente, e decidiu que precisava dar aos transgressores uma exibição de Seu poder. Ele revelou Seu propósito a Noé, e recomendou-lhe que advertisse o povo enquanto construía uma arca na qual os obedientes pudessem encontrar abrigo até haver passado a indignação divina. Durante cento e vinte anos, Noé proclamou a mensagem de advertência ao mundo antediluviano; mas bem poucos se arrependeram. Alguns dos carpinteiros que ele empregou na construção da arca creram na mensagem, mas morreram antes do Dilúvio; outros conversos de Noé apostataram. Os justos sobre a Terra eram poucos, e só oito viveram até entrar na arca. Estes foram Noé e sua família.
A raça rebelde foi exterminada pelo Dilúvio. A morte constituiu o seu quinhão. Pelo cumprimento da advertência profética de que todos quantos não quisessem guardar os mandamentos do Céu haveriam de beber as águas do Dilúvio, foi exemplificada a verdade da Palavra de Deus.
Após o Dilúvio as pessoas aumentaram novamente sobre a Terra, e a perversidade também aumentou. A idolatria tornou-se quase universal, e o Senhor deixou finalmente que os transgressores empedernidos seguissem seus maus caminhos, enquanto escolhia a Abraão, da linhagem de Sem, e o tornava o defensor de Sua lei para gerações futuras (Fundamentos da Educação Cristã, p. 505, 505).

Esse amor é o testemunho de seu discipulado. "Nisto todos conhecerão que sois Meus discípulos", disse Jesus, "se vos amardes uns aos outros." João 13:35. Quando os homens se ligam entre si, não pela força do interesse pessoal, mas pelo amor, mostram a operação de uma influência que é superior a toda influência humana. Onde existe esta unidade, é evidente que a imagem de Deus está sendo restaurada na humanidade, que foi implantada nova vida. Mostra que há na natureza divina poder para deter os sobrenaturais agentes do mal, e que a graça de Deus subjuga o egoísmo inerente ao coração natural (O Desejado de Todas as Nações, p. 678).

É necessário que nossa unidade hoje seja de caráter tal que resista à prova. ... Temos muitas lições para aprender e muitíssimas para desaprender. Tão-somente Deus e o Céu são infalíveis. Quem acha que nunca terá de abandonar uma opinião formada, e nunca terá ocasião de mudar de critério, será decepcionado. Enquanto nos apegarmos obstinadamente às nossas próprias idéias e opiniões, não poderemos ter a unidade pela qual Cristo orou (Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 30).

Deus enviou à igreja, nesta mensagem, uma advertência que, se fosse aceita, teria corrigido os males que a estavam apartando dEle. Houvessem os homens recebido a mensagem do Céu, humilhando o coração perante o Senhor, buscando com sinceridade o preparo para estar em pé em Sua presença, o Espírito e poder de Deus ter-se-iam manifestado entre eles. A igreja de novo teria atingido o bendito estado de unidade, fé e amor, que houve nos dias apostólicos, em que "era um o coração e a alma" dos crentes, e "anunciavam com ousadia a Palavra de Deus", dias em que "acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar" (Atos 4:32 e 31; 2:47; O Grande Conflito, p. 379).

Quarta, 3 de outubro: Abraão, pai do povo de Deus

Assim como a Bíblia apresenta duas leis, uma imutável e eterna, e outra provisória e temporária, assim há dois concertos. O concerto da graça foi feito primeiramente com o homem no Éden, quando, depois da queda, foi feita uma promessa divina de que a semente da mulher feriria a cabeça da serpente. A todos os homens este concerto oferecia perdão, e a graça auxiliadora de Deus para a futura obediência mediante a fé em Cristo. Prometia-lhes também vida eterna sob condição de fidelidade para com a lei de Deus. Assim receberam os patriarcas a esperança da salvação.
Este mesmo concerto foi renovado a Abraão, na promessa: "Em tua semente serão benditas todas as nações da Terra." Gên. 22:18. Esta promessa apontava para Cristo. Assim Abraão a compreendeu (Gál. 3:8 e 16), e confiou em Cristo para o perdão dos pecados. Foi esta fé que lhe foi atribuída como justiça. O concerto com Abraão mantinha também a autoridade da lei de Deus (Patriarcas e Profetas, p. 370). 

Abraão era honrado pelas nações circunvizinhas como um poderoso príncipe, e chefe sábio e capaz. Ele não excluía de seus vizinhos a sua influência. Sua vida, bem como caráter, em assinalado contraste com a dos adoradores de ídolos, exercia uma influência eloquente em favor da verdadeira fé. Sua fidelidade para com Deus era inabalável, enquanto sua afabilidade e beneficência inspiravam confiança e amizade, e sua grandeza sem afetação impunha respeito e honra.
Não considerava sua religião como um tesouro precioso a ser guardado cuidadosamente, e unicamente desfrutado pelo seu possuidor. A verdadeira religião não pode assim ser tida; pois tal espírito é contrário aos princípios do evangelho. Enquanto Cristo habita no coração, é impossível esconder a luz de Sua presença, ou que aquela luz se enfraqueça. Ao contrário, tornar-se-á cada vez mais resplandecente, enquanto, dia após dia, os brilhantes raios do Sol da justiça dissipam as névoas do egoísmo e do pecado que envolvem a alma.
O povo de Deus são os Seus representantes na Terra, e é Seu desígnio que eles sejam luzes nas trevas morais deste mundo. Espalhados por todo o país, nas cidades, vilas e aldeias, são eles as testemunhas de Deus, os condutos pelos quais Ele comunicará a um mundo incrédulo o conhecimento de Sua vontade e as maravilhas de Sua graça. É Seu plano que todos os que são participantes da grande salvação, sejam para Ele missionários. A piedade dos cristãos constitui a norma pela qual os mundanos julgam o evangelho. Provações pacientemente suportadas, bênçãos recebidas com agradecimento, mansidão, bondade, misericórdia, e amor, manifestados habitualmente, são as luzes que resplandecem no caráter perante o mundo, revelando o contraste com as trevas que vêm do egoísmo do coração natural (A Maravilhosa Graça de Deus [MM 1974], p. 50). 

Semelhantemente os discípulos de Cristo são colocados como portadores de luz no caminho para o Céu; por meio deles se manifestam ao mundo envolto na escuridão de um errôneo conceito de Deus, a misericórdia e a bondade do Pai. Vendo suas boas obras, outros são levados a glorificar o Pai celestial; pois se torna manifesto que há um Deus sobre o trono do Universo, Deus cujo caráter é digno de louvor e imitação. O divino amor brilhando no coração, a harmonia cristã manifestada na vida, são quais vislumbres do Céu concedidos aos homens no mundo, a fim de que lhes apreciem a excelência. 
É assim que os homens são levados a crer no "amor que Deus nos tem". I João 4:16. Desse modo são purificados e transformados corações outrora pecaminosos e corrompidos, para serem apresentados "irrepreensíveis, com alegria, perante a Sua glória" (Jud. 24; O Maior Discurso de Cristo, p. 41, 42).

Quinta, 4 de outubro: O povo escolhido de Deus

“Porque povo santo és ao Senhor, teu Deus; o Senhor, teu Deus, te escolheu, para que Lhe fosses o Seu povo próprio, de todos os povos que sobre a Terra há. O Senhor não tomou prazer em vós, nem vos escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos, pois vós éreis menos em número do que todos os povos.” Deuteronômio 7:6, 7. 
“Como, pois, se saberá agora que tenho achado graça aos Teus olhos, eu e o Teu povo? Acaso, não é por andares Tu conosco, e separados seremos, eu e o Teu povo, de todo o povo que há sobre a face da Terra?” Êxodo 33:16. 
Com que freqüência o antigo Israel se rebelava, e quão repetidamente eram eles visitados com juízos, e milhares morriam porque não atendiam às ordens do Deus que os havia escolhido! O Israel de Deus, nestes últimos dias, está em constante perigo de misturar-se com o mundo e perder todos os indícios de povo escolhido de Deus. Leia novamente. Tito 2:13-15. Fomos chamados para estes últimos dias, quando Deus está purificando para Si um povo peculiar. Provocá-Lo-emos como fez o antigo Israel? Atrairemos Sua ira sobre nós por abandoná-Lo e nos misturarmos com o mundo, seguindo as abominações das nações ao nosso redor? O Senhor escolheu para Si aquele que é piedoso; essa consagração a Deus e a separação do mundo é clara e positivamente ordenada em ambos os Testamentos. Há um muro de separação que o Senhor mesmo estabeleceu entre as coisas do mundo e as coisas que Ele escolheu do mundo e santificou para Si. A vocação e o caráter dos povo de Deus são peculiares, suas perspectivas são peculiares, e essas peculiaridades os distinguem de todos os outros povos. Todo o povo de Deus na Terra é um corpo, desde o princípio até o fim do tempo. Ele tem uma Cabeça que dirige e governa o corpo. A mesma imposição feita ao antigo Israel, pesa agora sobre o povo de Deus — serem separados do mundo. O grande Líder da igreja não mudou. A experiência dos cristãos nestes dias é muito semelhante às viagens do antigo Israel (Testemunhos para a Igreja, v. 1, p. 283, 284).

Cristo nos escolheu do mundo para que fôssemos um povo peculiar e santo. Deu-Se “a Si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para Si um povo Seu especial, zeloso de boas obras”. Tito 2:14. Os obreiros de Deus precisam ser homens de oração, estudantes diligentes da Escritura, que tenham sede e fome de justiça, a fim de que possam ser uma luz e conforto para outros. Nosso Deus é Deus zeloso; requer de nós que O adoremos em espírito e verdade, na beleza da santidade. Diz o salmista: “Se eu atender a iniquidade no meu coração, o Senhor não me ouvirá.” Salmos 66:18. Como obreiros devemos ter cuidado dos nossos caminhos. Se o salmista não podia ser ouvido, se atendesse à iniquidade em seu coração, como poderiam ser agora ouvidas as orações de homens que abrigam a iniquidade no coração? (Testemunhos para a Igreja, v. 5, p. 591, 592).

Seja onde for que eles tenham sido fracos, a ponto mesmo de cair, o Israel de Deus hoje, os representantes do Céu que constituem a verdadeira igreja de Cristo, devem ser fortes, pois para eles é transferido o encargo de concluir a obra confiada ao homem, e de anunciar o dia do ajuste final. Contudo, as mesmas influências que prevaleceram contra Israel no tempo do reinado de Salomão ainda se lhes antepõem. As forças do inimigo de toda a justiça estão fortemente entrincheiradas; e a vitória só pode ser ganha mediante o poder de Deus. O conflito que temos diante de nós exige espírito de abnegação, desconfiança própria, confiança em Deus somente, e sábio uso de toda oportunidade para a salvação de almas. A bênção do Senhor será concedida a Sua igreja, à medida que esta avance unida, revelando a um mundo que jaz nas trevas do erro a beleza da santidade manifesta num espírito de abnegação semelhante ao de Cristo, na exaltação do divino em vez do humano, e no amoroso e incansável serviço pelos que tanto precisam das bênçãos do evangelho (Profetas e Reis, p. 74).

Sexta, 5 de outubro: Estudo adicional

Patriarcas e Profetas, "A Criação", p. 44-51.
Patriarcas e Profetas, "A Vocação de Abraão", p. 125-131.



Os trechos em destaque foram extraídos dos originais, mas estão ausentes na compilação do comentário.

sábado, 8 de setembro de 2018

3º TRIMESTRE 2018 - LIÇÃO 11 - COMENTÁRIOS DE ELLEN WHITE SOBRE A LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA


Verso para Memorizar:
 “Na noite seguinte, o Senhor, pondo-Se ao lado dele, disse: Coragem! Pois do modo por que deste testemunho a Meu respeito em Jerusalém, assim importa que também o faças em Roma” (At 23:11).

Sábado à tarde, 8 de setembro

Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus.  Não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. Gál. 3:26 e 28.
O segredo da unidade encontra-se na igualdade entre os crentes em Cristo. A razão de todas as divisões, discórdias e diferenças encontra-se na separação de Cristo. [...]
Todos os homens são de uma família pela criação, e todos são um pela redenção. Cristo veio para demolir toda parede de separação... a fim de que todos possam ter livre acesso a Deus. Seu amor é tão amplo, tão profundo, tão pleno, que penetra em toda parte (Para Conhecê-Lo [MM 1965], p. 95).

A unidade com Cristo depende da renovação mental pelo Espírito Santo. Somos assim fortalecidos a andar em novidade de vida, recebendo de Cristo o perdão de nossos pecados. [...]
Toda desunião, todos os pensamentos, palavras e ações egoístas constituem o fruto da operação de um espírito perverso, sobre as mentes. Sob a influência desse espírito, são proferidas palavras que não revelam o Salvador. Cristo não é formado no íntimo, a esperança da glória. Os que vivem desse modo são pecadores, embora simulem ser santos. [...]
Precisamos buscar a Deus, para que O consideremos precioso a nossa alma. Precisamos retê-Lo como nosso Hóspede e Companheiro permanente, jamais nos separando dEle.
Ser um com Cristo em Deus é o privilégio de toda pessoa. Mas, para fazer isto, temos de ser mansos e humildes, dóceis e obedientes (Este Dia com Deus [MM 1980], p. 153).

A vaidade e a presunção estão matando a vida espiritual. O eu é exaltado; fala-se sobre o eu. Oh! se morresse esse eu! "Cada dia morro" (I Cor. 15:31), disse o apóstolo Paulo. Quando esta orgulhosa, jactanciosa presunção, e esta complacente justiça própria permeiam a alma, não há lugar para Jesus. É-Lhe dado um lugar inferior, ao passo que o eu incha em importância, e enche todo o templo da alma. Eis a razão por que o Senhor pode fazer tão pouco por nós (Exaltai-O [MM 1992], p. 358).

Domingo, 9 de setembro: Encontrando os líderes de Jerusalém

Podemos esperar que tudo será introduzido e misturado com a sã doutrina, mas mediante claro discernimento espiritual, pela unção celeste, podemos distinguir o sagrado do profano que está sendo introduzido para confundir a fé e o são juízo, e desmerecer a grande, grandiosa verdade probante para estes dias. [...]
Nunca, nunca houve um tempo em que a verdade sofresse mais por ser desvirtuada, amesquinhada e desmerecida mediante as perversas disputas dos homens, do que nestes últimos dias. Os homens se introduziram com sua massa heterogênea de heresias que eles apresentam como oráculos ao povo. O povo é seduzido por coisas novas e estranhas, e não são sábios na experiência para discernir o caráter das ideias que os homens arquitetem como sendo alguma coisa. O chamá-las, porém, coisa de grande consequência, e ligá-las aos oráculos de Deus, não as torna verdade (Comentário de Ellen G. White no Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 6, p. 1.183). 

O próprio Jesus não comprou nunca a paz mediante transigências. O coração transbordava-Lhe de amor por toda a raça humana, mas nunca era condescendente para com seus pecados. Era muito amigo deles para permanecer em silêncio, enquanto prosseguiam numa direção que seria a ruína de sua alma - a alma que Ele comprara com Seu próprio sangue. Trabalhava para que o homem fosse leal para consigo mesmo, leal para com seus mais altos e eternos interesses. Os servos de Cristo são chamados a realizar a mesma obra, e devem estar apercebidos para que, buscando evitar desarmonia, não transijam contra a verdade. Devem seguir "as coisas que servem para a paz" (Rom. 14:19); mas a verdadeira paz jamais será obtida com transigência de princípios. E ninguém pode ser fiel aos princípios sem despertar oposição. Um cristianismo espiritual sofrerá oposição da parte dos filhos da desobediência. Mas Jesus recomendou aos discípulos: "Não temais os que matam o corpo, e não podem matar a alma." Os que são fiéis a Deus não têm a temer o poder dos homens nem a inimizade de Satanás. Em Cristo lhes está garantida a vida eterna. Seu único temor deve ser atraiçoar a verdade, traindo assim a confiança com que Deus os honrou (O Desejado de Todas as Nações, p. 356).

Olhos postos em Sua igreja, o Senhor tem repetidamente permitido que as coisas cheguem a uma crise para que, em sua extremidade, Seu povo esperasse exclusivamente em Seu auxílio. Suas orações, sua fé, juntamente com seu firme desígnio de ser fiel, têm chamado a interferência de Deus, e então Ele cumpriu Sua promessa: "Então clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e Ele dirá: Eis-Me aqui." Isa. 58:9. [...]
O que é necessário nesse nosso tempo de perigo, é oração fervorosa, misturada com fé sincera, confiança em Deus quando Satanás lança a própria sombra sobre o povo de Deus. Conserve cada um em mente que Deus Se deleita em escutar as súplicas de Seu povo; pois a iniquidade dominante clama por mais fervente oração, e Deus prometeu que vingará Seus eleitos, que a Ele clamam dia e noite, se bem que tardio para com eles (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 372).

Segunda, 10 de setembro: Tumulto no templo

Esta concessão não estava em harmonia com seus ensinos nem com a firme integridade de seu caráter. Seus conselheiros não eram infalíveis. Embora alguns desses homens escrevessem sob a inspiração do Espírito de Deus, algumas vezes cometiam erros quando não estavam sob Sua influência direta. Cabe lembrar que, em certa ocasião, Paulo resistiu a Pedro face a face porque ele estava agindo de maneira dúplice (Comentário de Ellen G. White no Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 6, p. 1.184).

Satanás espera envolver os remanescentes filhos de Deus na ruína geral que está para vir sobre a Terra. À medida que se aproxima a vinda de Cristo, mais determinado e decidido em seus esforços fica ele, a fim de os derrotar. Surgirão homens e mulheres proclamando possuir alguma nova luz ou alguma nova revelação, e cuja tendência é abalar a fé nos marcos antigos. Suas doutrinas não resistem à prova da Palavra de Deus. Mesmo assim, pessoas serão enganadas. Farão circular relatos falsos e alguns serão apanhados pela armadilha. Acreditarão nesses boatos e por sua vez os repetirão, e assim se formará uma cadeia que os liga com o arquienganador. Tal espírito nem sempre se manifestará em aberto desafio às mensagens enviadas por Deus, mas expressa de muitas maneiras uma deliberada incredulidade. Cada falsa declaração feita, alimenta e fortalece essa incredulidade, e por esse meio muitas pessoas serão levadas à decisão do lado errado (Testemunhos para a Igreja, v. 5, p. 295, 296). 

Os homens são mortais. Podem ser sinceramente religiosos, e contudo ter muitos erros de conhecimento e muitos defeitos de caráter; mas não podem ser seguidores de Cristo, e ainda estar associados com Ele, aqueles que amam e praticam a mentira. Apocalipse 22:15. Tal vida é uma fraude, uma perpétua falsidade, um engano fatal. É um teste rigoroso de coragem para homens e mulheres serem levados a enfrentar os próprios pecados e com franqueza reconhecê-los. Dizer: “Este erro deve ser lançado à minha conta” requer uma força de princípio interior que o mundo possui apenas em grau limitado. Aquele, porém, que tem a coragem de dizer isto com sinceridade, ganha uma decidida vitória sobre o eu, e efetivamente fecha a porta contra o inimigo (Testemunhos para a Igreja, v. 4, p. 336, 337).

Quando os cristãos se desentendem, Satanás se insinua para tomar o controle. Quantas vezes teve ele êxito em destruir a paz e a harmonia nas igrejas! Que conflitos ferozes, que amargura, que ódio, se iniciaram por uma pequenina questão! Que esperanças se esfacelaram, quantas famílias foram divididas pela discórdia e contenda! [...]
Lembrem-se os que se deleitam em lançar palavras de calúnia e falsidade contra os servos de Cristo, de que Deus é testemunha de seus atos. Suas arremetidas caluniosas não profanam vasos ou objetos, mas sim o caráter daqueles que Cristo adquiriu por Seu sangue. A mão que traçou as letras nas paredes do palácio de Belsazar, mantém fiel registro de todo ato de injustiça ou opressão cometido contra o povo de Deus (Testemunhos para a Igreja ,v. 5, p. 244, 245).

Terça, 11 de setembro: Diante da multidão

Às portas de Damasco a visão do Crucificado mudou todo o curso de sua vida. O perseguidor tornou-se discípulo, o mestre, aluno. Os dias de trevas passados em solidão em Damasco foram como anos em sua experiência. As Escrituras do Antigo Testamento, entesouradas em sua memória, foram o seu estudo, e Cristo o seu mestre. Para ele também a solidão da natureza se tornou uma escola. Para o deserto da Arábia foi ele, a fim de estudar ali as Escrituras e aprender acerca de Deus. Esvaziou a alma dos preconceitos e tradições que lhe haviam moldado a vida e recebeu instruções da Fonte da verdade.
Sua vida posterior foi inspirada unicamente pelo princípio do sacrifício de si mesmo - o ministério do amor. "Eu sou devedor", disse ele, "tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes." Rom. 1:14. "O amor de Cristo nos constrange" (II Cor. 5:14; Educação, p. 65, 66).

De novo o Senhor apareceu a Paulo e revelou-lhe que deveria subir a Jerusalém, a fim de que fosse preso e sofresse pelo Seu nome. Embora ele ficasse prisioneiro por longo tempo, o Senhor promoveu Sua obra especial por intermédio dele. Suas prisões deviam ser um meio de disseminação do evangelho de Cristo, e assim, de glorificação a Deus. Ao ser enviado de cidade a cidade para julgamento, seu testemunho sobre Jesus e os interessantes incidentes de sua própria conversão eram relatados perante reis e governadores, ficando eles sem escusas com respeito a Jesus. Milhares criam nEle e se regozijavam em Seu nome (Primeiros Escritos, p. 207). 

A renúncia e a tribulação estendem-se em linha reta no caminho de todo o seguidor de Cristo. É a cruz que atravessa as afeições naturais e a vontade. 
Jesus é o nosso modelo. Se Ele pusesse de lado Sua humilhação e sofrimentos, e tivesse dito: "Se alguém quiser vir após Mim, agrade-se a si mesmo, desfrute o mundo e será Meu discípulo", as multidões teriam crido nEle e O teriam seguido. Se quisermos estar com Ele no Céu, temos que ser semelhantes a Ele na Terra. 
Sigamos o Salvador em Sua simplicidade e renúncia. O Homem do Calvário seja por nós enaltecido pela palavra e por vida santa. 
E a todos quantos a erguem e conduzem após Cristo, a cruz é um penhor da coroa da imortalidade que hão de receber (A Fé Pela Qual Eu Vivo [MM 1959], p. 148).

Aproximamo-nos do final da história da Terra; em breve nos encontraremos perante o grande trono branco. Vossas oportunidades de trabalho terão passado. Trabalhai, portanto, enquanto o tempo se chama hoje. Com o auxílio de Deus, todo verdadeiro crente verá onde há serviço a ser feito. Quando a vontade humana coopera com a de Deus, torna-se onipotente, e o obreiro pode criar oportunidades. Observai as pessoas com quem entrais em contato. Observai as oportunidades de dirigir-lhes uma palavra a seu tempo. Não espereis uma apresentação, ou até que vos relacioneis com elas, antes de buscardes salvar as pessoas a perecer ao redor de vós. Se ides trabalhar com sinceridade, abrir-se-vos-ão caminhos no cumprimento dessa tarefa. Apoiai-vos no braço divino quanto à sabedoria, força e aptidão para o trabalho que Deus vos deu a fazer (Minha Alta Vocação [MM 1962], p. 296).

Quarta, 12 de setembro: Diante do Sinédrio

O apóstolo deveria agora ser julgado pelo mesmo tribunal de que ele próprio fora membro antes de sua conversão. Estando perante os príncipes judeus, seu porte era calmo, e o rosto revelava a paz de Cristo. "E pondo Paulo os olhos no conselho, disse: Varões irmãos, até ao dia de hoje tenho andado diante de Deus com toda a boa consciência." Ao ouvirem estas palavras, reacendeu-se-lhes o ódio; e "o sumo sacerdote, Ananias, mandou aos que estavam junto dele que o ferissem na boca". A esta ordem desumana, Paulo exclamou: "Deus te ferirá, parede branqueada; tu estás aqui assentado para julgar-me conforme a lei, e contra a lei me mandas ferir? E os que ali estavam disseram: Injurias o sumo sacerdote de Deus?" Com sua cortesia costumeira Paulo respondeu: "Não sabia, irmãos, que era o sumo sacerdote; porque está escrito: Não dirás mal do príncipe do teu povo (Atos dos Apóstolos, p. 410, 411).

Os fariseus eram muito estritos com respeito à observância exterior de formas e costumes e estavam cheios de uma justiça própria insolente, mundana e hipócrita. Os saduceus negavam a ressurreição dos mortos e a existência de anjos, além de serem céticos com respeito a Deus. Esta seita era, em grande parte, composta de pessoas indignas, muitas delas licenciosas em seus hábitos (Comentários de Ellen G. White no Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 5, p. 1.199).

"E, havendo dito isto, houve dissensão entre os fariseus e saduceus, e a multidão se dividiu." Os dois partidos começaram a discutir entre si, e assim se quebrara a força de sua oposição contra Paulo. "Levantando-se os escribas da parte dos fariseus, contendiam, dizendo: Nenhum mal achamos neste homem, e, se algum espírito ou anjo lhe falou, não resistamos a Deus." Atos 23:1-9.
Na confusão que se seguiu, os saduceus esforçavam-se ardorosamente por apoderar-se do apóstolo, para que o pudessem matar; e os fariseus estavam igualmente empenhados em seus esforços para o proteger. "O tribuno, temendo que Paulo fosse despedaçado por eles, mandou descer a soldadesca, para que o tirassem do meio deles, e o levassem para a fortaleza" (Atos 23:10; Atos dos Apóstolos, p. 411, 412).

Quinta, 13 de setembro: Transferência para Cesareia

O caso de Paulo não era o primeiro em que um servo de Deus encontrava entre os pagãos um abrigo da maldade do professo povo de Jeová. Em sua cólera contra Paulo, os judeus haviam acrescentado mais um crime ao tenebroso catálogo que marcava a história deste povo. Haviam endurecido ainda mais o coração contra a verdade e tornado mais certa a sua condenação.
Poucos compreendem o amplo significado das palavras ditas por Cristo quando, na sinagoga de Nazaré apresentara-Se como o Ungido. Ele anunciara Sua missão de confortar, abençoar e salvar os aflitos e pecadores; e então, vendo que a incredulidade e o orgulho controlavam o coração de Seus ouvintes, Ele recordou que no passado Deus Se havia retirado de Seu povo escolhido por causa de sua incredulidade e rebelião, e Se tinha manifestado aos das terras pagãs que não haviam rejeitado a luz do Céu. A viúva de Sarepta e Naamã da Síria tinham vivido à altura de toda a luz que possuíam; assim foram eles considerados mais justos que o povo escolhido de Deus que se tinha desviado dEle, e sacrificado o princípio à conveniência e à honra mundana.
Cristo disse aos judeus de Nazaré uma terrível verdade quando declarou que com o apóstata Israel não havia segurança para o fiel mensageiro de Deus. Eles não reconheceriam seu valor nem apreciariam seus labores. Enquanto os dirigentes judeus professavam ter grande zelo pela honra de Deus e o bem de Israel, eram inimigos de ambos. Por preceito e exemplo estavam levando o povo mais e mais longe da obediência a Deus - guiando-o onde Deus não poderia ser sua defesa no dia da angústia (Atos dos Apóstolos, p. 416, 417).

Tudo quanto nos tem confundido acerca das providências de Deus será esclarecido no mundo vindouro. As coisas difíceis de serem compreendidas terão então explicação. Os mistérios da graça nos serão desvendados. Naquilo em que a nossa mente finita só via confusão e promessas desfeitas, veremos a mais perfeita e bela harmonia. Saberemos que o amor infinito dispôs as experiências que nos pareciam as mais difíceis. Ao reconhecermos o terno cuidado dAquele que faz todas as coisas contribuírem para o nosso bem, regozijar-nos-emos com júbilo inexprimível e repleto de glória (Testemunhos para a Igreja, v. 9, p. 286).

Na providência de Deus, todo empreendimento bom e grande está sujeito a provações, para experimentar a pureza e a resistência de princípios dos que ocupam posições de responsabilidade, e moldar e revigorar o caráter humano, individual segundo o modelo de Deus. Esta é a mais elevada espécie de educação.
A perfeição de caráter é atingida mediante o exercício das faculdades da mente, em tempos de suprema prova, pela obediência a toda reivindicação da lei de Deus. Homens em posições de confiança devem ser instrumentos nas mãos de Deus para promover-Lhe a glória, e no cumprimento de seus deveres com a máxima fidelidade, eles podem atingir a perfeição de caráter (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 161).

Satanás está constantemente operando por meio de seus agentes para desanimar e destruir aqueles a quem Deus tem escolhido para realizar uma grande e boa obra. Podem eles estar prontos para sacrificar mesmo a própria vida para o avançamento da causa de Cristo, não obstante o grande enganador sugerirá a seus irmãos dúvidas referentes a eles que, se mantidas, minarão a confiança em sua integridade de caráter, impedindo assim sua utilidade. Muitas vezes ele alcança êxito em acarretar sobre eles, por intermédio de seus próprios irmãos, tal tristeza de coração que Deus graciosamente Se interpõe para dar repouso a Seus perseguidos servos. Depois que as mãos estão dobradas sobre o peito que já não vibra, quando a voz de advertência e encorajamento está em silêncio, então os obstinados podem ser despertados para ver e apreciar a bênção que eles repeliram. Sua morte pode realizar o que sua vida não conseguiu fazer (Atos dos Apóstolos, p. 418).

Sexta, 14 de setembro: Estudo adicional

Para Conhecê-Lo, "Unidos em Fraternidade Comum", p. 96.


Os trechos em destaque foram extraídos dos originais, mas estão ausentes na compilação do comentário.

sábado, 1 de setembro de 2018

3º TRIMESTRE 2018 - LIÇÃO 10 - COMENTÁRIOS DE ELLEN WHITE SOBRE A LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA


Verso para Memorizar:
 “Em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (At 20:24).

Sábado à tarde, 1 de setembro

O Senhor aborrece a indiferença e deslealdade em tempo de crise em Sua obra. Todo o Universo está observando com inexprimível interesse as cenas finais da grande controvérsia entre o bem e o mal. O povo de Deus está-se aproximando do limiar do mundo eterno; que pode haver de mais importante para eles do que ser leais ao Deus do Céu? Em todos os séculos Deus tem tido heróis morais; e tem-nos agora - os que como José, Elias e Daniel, não se envergonham de se reconhecerem como Seu povo peculiar. Suas bênçãos especiais acompanham os esforços de homens de ação; homens que não se desviarão da linha reta do dever, mas que perguntarão com divina energia: "Quem é do Senhor"? (Êxo. 32:26), homens que não se deterão apenas no perguntar, mas exigirão que os que escolherem identificar-se com o povo de Deus prossigam e demonstrem sem sombra de dúvida sua obediência ao Rei dos reis e Senhor dos senhores. Tais homens subordinam sua vontade e planos à lei de Deus. Por amor a Ele, não têm a sua vida por preciosa. Seu trabalho é captar a luz da Palavra e deixá-la brilhar para o mundo em raios claros e firmes. Fidelidade a Deus é sua divisa (Profetas e Reis, p. 148).

Os apóstolos não consideraram preciosa a própria vida, regozijando-se em ser considerados dignos de sofrer pelo nome de Cristo. Paulo e Silas perderam tudo. Suportaram açoites, e foram atirados, não com brandura, sobre o chão frio de uma prisão, em posição por demais penosa, com os pés erguidos e presos a um tronco. Chegaram então aos ouvidos do carcereiro queixas e murmurações? Oh, não! Da prisão interior irromperam vozes quebrando o silêncio da meia-noite com hinos de alegria e louvor a Deus. Esses discípulos eram animados por profundo e fervoroso amor pela causa de seu Redentor, pela qual sofriam. 
À medida que a verdade de Deus nos enche o coração, absorve-nos as afeições e nos rege a vida, também nós consideraremos alegria sofrer por amor da verdade. Nenhuma parede de prisão, nenhuma estaca de martírio, nos pode intimidar ou impedir na realização da grande obra (Testemunhos para a Igreja, v. 3, p. 406, 407).

Vossa força espiritual e vosso crescimento na graça serão proporcionais ao trabalho de amor e de boas obras que fizerdes alegremente por vosso Salvador, o qual nada reteve; nem mesmo a vida, para que fôsseis salvos. ...
Somente nossas boas obras são salvarão qualquer de nós, mas não podemos ser salvos sem elas. E depois de havermos feito tudo que podemos fazer, no nome e na força de Jesus Cristo devemos dizer: "Somos servos inúteis." Luc. 17:10. 
Se tendes no coração as riquezas da graça de Cristo, não as conservareis para vós mesmos uma vez que a salvação dos homens depende do conhecimento do caminho da salvação, o qual estais em condições de dar. As pessoas talvez não vão ter convosco para vos falar dos anseios de seu coração; muitos, porém, estão famintos, insatisfeitos; e Cristo morreu para que pudessem ter as riquezas de Sua graça. Que fareis para que possam participar das bênçãos que fruís? (A Maravilhosa Graça de Deus [MM 1974], p. 312).

Domingo, 2 de setembro: Éfeso: Parte 1

No tempo dos apóstolos, a parte oeste da Ásia Menor era conhecida como a província romana da Ásia. Éfeso, a capital, era um grande centro comercial. Seu porto estava coalhado de embarcações e suas ruas apinhadas de pessoas de todos os países. Como Corinto, Éfeso apresentava um campo promissor para o trabalho missionário.
Os judeus, então amplamente dispersos por todas as terras civilizadas, estavam geralmente expectantes pelo advento do Messias. Quando João Batista estava pregando, muitos, em suas visitas a Jerusalém por ocasião das festas anuais, haviam ido às barrancas do Jordão para ouvi-lo. Ali ouviram eles ser Jesus proclamado como o Prometido, e tinham levado as novas a todas as partes do mundo. Dessa maneira a providência preparara o caminho para o trabalho dos apóstolos (Atos dos Apóstolos, p. 281, 282).

Durante o longo período de seu ministério em Éfeso, onde promoveu durante três anos uma intensiva campanha evangelística através daquela região, Paulo retornou ao seu ofício. Em Éfeso, como em Corinto, o apóstolo se rejubilou pela presença de Áquila e Priscila, os quais o haviam acompanhado em seu retorno à Ásia ao fim de sua segunda viagem missionária.
Havia alguns que faziam restrição a estar Paulo trabalhando num ofício, sob a alegação de que era incoerente com a obra de um ministro evangélico. Por que deveria Paulo, um ministro da mais alta categoria, assim aliar uma atividade braçal com a pregação da Palavra? Não é o obreiro digno do seu salário? Por que deveria ser gasto na fabricação de tendas o tempo, que, segundo tudo indicava, podia ser empregado com melhor proveito?
Mas Paulo não considerava perdido o tempo assim gasto. Enquanto trabalhava com Áquila, mantinha-se em contato com o grande Mestre, não perdendo oportunidade de dar testemunho do Salvador e de auxiliar a tantos quantos necessitassem de auxílio. Sua mente estava sempre à procura de conhecimento espiritual. A seus coobreiros deu instrução sobre coisas espirituais, e também exemplo de operosidade e inteireza. Era um obreiro hábil e ativo, diligente nos negócios, fervoroso "no espírito, servindo ao Senhor". Rom. 12:11. Enquanto trabalhava em seu ofício, o apóstolo tinha acesso a uma classe de pessoas que de outra maneira não teria podido alcançar. Mostrava aos que a ele estavam unidos que a habilidade nas artes comuns é um dom de Deus, o qual provê tanto o dom como a sabedoria para usá-lo retamente. Ensinava que mesmo nas atividades diárias Deus deve ser honrado. Suas mãos calejadas em nada diminuíam a força de seus patéticos apelos como ministro cristão (Atos dos Apóstolos, p. 351, 352).

Hoje em dia muitos são tão ignorantes do trabalho do Espírito Santo no coração como eram aqueles crentes em Éfeso (Atos 19:1-6); no entanto, nenhuma verdade é ensinada mais claramente na Palavra de Deus. Profetas e apóstolos demoraram-se sobre esse tema.
O próprio Cristo chama nossa atenção para o crescimento do mundo vegetal como ilustração da atividade de Seu Espírito em sustentar a vida espiritual. A seiva da videira, elevando-se da raiz, é difundida até os ramos, sustendo o crescimento e produzindo flores e frutos. Assim também, o poder vivificante do Espírito Santo, procedente do Salvador, impregna a alma, renova os motivos e as afeições e traz até mesmo os pensamentos em obediência à vontade de Deus, habilitando o recebedor a produzir o precioso fruto de ações santas (Este Dia com Deus [MM 1980], p. 264).

Segunda, 3 de setembro: Éfeso: Parte 2

Queimando seus livros sobre magia, os conversos efésios mostravam que aquilo em que antes se deleitavam abominavam agora. Foi por praticarem artes mágicas, e por meio delas, que haviam especialmente ofendido a Deus e posto em perigo sua alma; e foi contra as artes mágicas que mostraram tal indignação. ... Retendo esses livros os discípulos se estariam expondo à tentação; vendendo-os teriam colocado a tentação no caminho de outros. Haviam renunciado ao reino das trevas, e para destruir seu poder não hesitaram ante qualquer sacrifício. Triunfou assim a verdade sobre o preconceito dos homens e seu amor ao dinheiro.
Por esta manifestação do poder de Cristo, foi ganha poderosa vitória para o cristianismo na própria fortaleza da superstição. A influência do que havia tido lugar espalhou-se mais amplamente do que Paulo mesmo imaginava. De Éfeso as novas circularam por vasta extensão, e forte impulso foi dado à causa de Cristo. Muito tempo depois de haver o apóstolo terminado sua carreira, estas cenas ainda viviam na memória do povo e eram um meio de ganhar conversos para o evangelho (Vidas que Falam [MM 1971], p. 346).

Em suas declarações Demétrio afirmou: "Há o perigo de que a nossa profissão caia em descrédito." Essas palavras revelam a real causa do tumulto de Éfeso, e também de grande parte da perseguição que acompanhava os apóstolos em sua obra. Demétrio e seus colegas de ofício viram que o negócio de fabricação de imagens estava em perigo por causa do ensino e disseminação do evangelho. A renda dos sacerdotes pagãos e dos artífices estava em risco; esta a razão por que se levantaram em acérrima oposição contra Paulo.
A atitude do escrivão e de outros que exerciam funções honrosas na cidade, tinha apresentado Paulo perante o povo como inocente de qualquer ato ilegal. Este foi outro dos triunfos do cristianismo sobre o erro e a superstição. Deus havia despertado um grande magistrado para defender Seu apóstolo e fazer calar a turba. O coração de Paulo se encheu de gratidão a Deus por ter sido a sua vida preservada, e porque o cristianismo não fora desonrado pelo tumulto de Éfeso (Atos dos Apóstolos, p. 295).

Não é preciso buscar maior evidência de que a pessoa se encontra distante de Jesus e negligenciando a oração particular, a piedade pessoal, do que o fato de que ela exprime dúvidas e descrença porque as circunstâncias não são favoráveis. Tais pessoas não têm a religião pura, verdadeira e imaculada de Cristo. Elas possuem um artigo falso que o processo refinador consumirá totalmente como refugo. Tão logo Deus os prove e teste sua fé, eles vacilam, enfraquecem-se e oscilam primeiro para um lado e depois para o outro. Não possuem o artigo genuíno que Paulo possuía, de poder gloriar-se na tribulação porque “a tribulação produz a paciência, e a paciência, experiência; e a experiência, esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração”. Romanos 5:3-5. A religião dessas pessoas é circunstancial. Se todos ao seu redor estão fortes na fé e encorajados com relação ao triunfo final da mensagem do terceiro anjo, e se nenhuma influência especial se fizer presente contra eles, então aparentam possuir alguma fé. Mas tão logo a adversidade pareça surgir contra a causa e o trabalho se arraste pesadamente, e o auxílio de todos se torne necessário, esses pobres seres humanos, embora sejam professos ministros do evangelho, esperam que tudo resulte em nada. Atrapalham em vez de ajudar (Testemunhos para a Igreja, v. 2, p. 514, 515).

Terça, 4 de setembro: Trôade

Embarcando em Filipos, Paulo e Lucas alcançaram os companheiros cinco dias mais tarde, em Trôade, e demoraram-se sete dias com os crentes naquele lugar. Na última noite de sua estada ali os irmãos se ajuntaram "para partir o pão". O fato de que seu amado mestre ia partir, promoveu um ajuntamento maior que o de costume. Reuniram-se num "cenáculo" (Atos 20:7 e 8), no terceiro andar. Ali, no fervor de seu amor e solicitude por eles, o apóstolo pregou até à meia-noite.
Numa das janelas abertas estava assentado um jovem por nome Êutico. Nessa perigosa posição adormeceu, e caiu ao solo. Num momento tudo era alarma e confusão. O jovem foi levantado morto, e muitos se acercaram dele com gritos e lamentações. Mas Paulo, passando por entre os irmãos atribulados, abraçou-o e fez uma fervorosa oração para que Deus restaurasse a vida ao morto. Sua petição foi atendida. Sobrepondo-se aos clamores e lamentações, ouviu-se a voz do apóstolo dizendo: "Não vos perturbeis, que a sua alma nele está." Com júbilo, os crentes voltaram a se reunir no cenáculo. Havendo participado da comunhão, Paulo "ainda lhes falou largamente até à alvorada". Atos 20:10 e 11.
O navio em que Paulo e seus companheiros deviam prosseguir viagem estava prestes a partir e os irmãos apressaram-se a subir a bordo. O apóstolo, porém, preferiu tomar o caminho mais perto, por terra, entre Trôade e Assôs, encontrando-se com seus companheiros nesta cidade. Isto lhe deu um pouco de tempo para meditação e oração. As dificuldades e perigos relacionados com sua próxima visita a Jerusalém, a atitude da igreja ali para com ele e sua obra, bem como a condição das igrejas e o interesse da obra evangélica em outros campos, eram assuntos de ardente e solícito pensar; e ele aproveitou esta oportunidade especial para buscar de Deus força e guia (Atos dos Apóstolos, p. 391, 392).

A alegação tantas vezes feita, de que Cristo mudou o sábado, é refutada por Suas próprias palavras. Em Seu sermão no monte, disse Ele: "Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a Terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido. Qualquer pois que violar um destes mais pequenos mandamentos, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos Céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos Céus" (Mat. 5:17-19; O Grande Conflito, p. 447).

Mas ninguém deverá sofrer a ira de Deus antes que a verdade se lhe tenha apresentado ao espírito e consciência, e haja sido rejeitada. Há muitos que nunca tiveram oportunidade de ouvir as verdades especiais para este tempo. A obrigatoriedade do quarto mandamento nunca lhes foi apresentada em sua verdadeira luz. Aquele que lê todos os corações e prova todos os intuitos, não deixará que pessoa alguma que deseje o conhecimento da verdade seja enganada quanto ao desfecho da controvérsia. O decreto não será imposto ao povo cegamente. Cada qual receberá esclarecimento bastante para fazer inteligentemente a sua decisão.
O sábado será a pedra de toque da lealdade; pois é o ponto da verdade especialmente controvertido. Quando sobrevier aos homens a prova final, traçar-se-á a linha divisória entre os que servem a Deus e os que não O servem. Ao passo que a observância do sábado espúrio em conformidade com a lei do Estado, contrária ao quarto mandamento, será uma declaração de fidelidade ao poder que se acha em oposição a Deus, é a guarda do verdadeiro sábado, em obediência à lei divina, uma prova de lealdade para com o Criador. Ao passo que uma classe, aceitando o sinal de submissão aos poderes terrestres, recebe o sinal da besta, a outra, preferindo o sinal da obediência à autoridade divina, recebe o selo de Deus (O Grande Conflito, p. 605).

Quarta, 5 de setembro: Mileto

Nesta época degenerada, serão encontrados muitos que estão de tal forma cegados para a malignidade do pecado que escolhem uma vida licenciosa, pois esta agrada a inclinação natural e perversa do coração. Em lugar de se contemplarem ao espelho — a lei de Deus — e porem o coração e caráter de acordo com a norma divina, permitem que instrumentos de Satanás lhes estabeleçam no coração sua norma. Homens corruptos consideram mais fácil falsear as Escrituras para apoiá-los em sua iniquidade, do que abrir mão de sua corrupção e pecado e se tornarem puros de coração e vida. 
Há mais homens dessa espécie do que muitos têm imaginado, e eles se multiplicarão à medida que nos aproximarmos do fim do tempo. A menos que se tornem arraigados e alicerçados na verdade da Bíblia e tenham uma viva relação com Deus, muitos se tornarão apaixonados e enganados. Os perigos ocultos bloqueiam nosso caminho. Nossa única segurança está na constante vigilância e oração. Quanto mais perto andarmos de Jesus, tanto mais nos tornaremos participantes do Seu caráter puro e santo; e quanto mais ofensivo se nos parecer o pecado, tanto mais exaltados e desejáveis parecerão a pureza e o brilho de Cristo. 
Para acobertar sua vida corrompida e fazer com que seus pecados pareçam inofensivos, esse homem cita exemplos bíblicos em que homens bons caíram em tentação. Paulo enfrentou tal tipo de gente em seus dias, e a igreja tem sido afligida por eles em todas as épocas. Em Mileto, Paulo convocou os anciãos da igreja e os advertiu com respeito ao que iriam enfrentar: “Olhai, pois, por vós e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que Ele resgatou com Seu próprio sangue. Porque eu sei isto: que, depois da Minha partida, entrarão no meio de vós lobos cruéis, que não perdoarão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, durante três anos, não cessei, noite e dia, de admoestar, com lágrimas, a cada um de vós” (Atos dos Apóstolos 20:28-31; Testemunhos para a Igreja, v. 5, p. 141, 142).

Paulo levou através de sua vida terrena a atmosfera do Céu. Todos os que com ele se associavam sentiam a influência de sua união com Cristo e a companhia com os anjos. Nisto reside o poder da verdade. A influência espontânea e inconsciente de uma vida santa é o mais convincente sermão que se pode fazer em prol do cristianismo. O argumento, mesmo quando seja irrespondível, pode só provocar oposição; mas o exemplo piedoso tem um poder a que é impossível resistir completamente.
Ao passo que o apóstolo perdia de vista os seus próprios sofrimentos que se aproximavam, sentia uma profunda solicitude pelos discípulos que estava prestes a deixar a lutar contra o preconceito, o ódio e a perseguição. Ele se esforçou para fortalecer e encorajar os poucos cristãos que o acompanharam ao local da execução, repetindo as inexcedíveis e preciosas promessas feitas àqueles que são perseguidos por causa da justiça. Assegurou-lhes que nada falharia de tudo aquilo que o Senhor falara com respeito a Seus filhos provados e fiéis. Eles se levantarão e brilharão; pois a luz do Senhor estará sobre eles. Eles vestirão suas belas vestes quando a glória do Senhor lhes for revelada. Por pouco tempo poderão estar sob a opressão de multiformes tentações, poderão estar destituídos de conforto terrestre; mas devem animar seu coração dizendo: Eu sei em quem tenho crido. Ele é capaz de guardar o meu depósito. Os sofrimentos terão fim e a alegre manhã de paz e dia perfeito virá (História da Redenção, p. 318).

Quinta, 6 de setembro: Tiro e Cesareia

O grande apóstolo Paulo estava firme sempre onde o dever e princípio estavam em jogo; pregava a Cristo com grande intrepidez; mas nunca era rude ou indelicado. Tinha um coração terno, e era sempre bondoso e compassivo para com os outros. A cortesia foi um traço marcante de seu caráter, e isto foi o que lhe deu acesso à melhor classe da sociedade. ...
Era zeloso da verdade, intrépido na defesa de Cristo; mas a retidão no procedimento, a graça da verdadeira delicadeza, marcaram toda a sua conduta. ...
Paulo atraía os corações piedosos onde quer que fosse; seu coração estava ligado ao coração de seus irmãos. Quando se ausentava deles, sabendo com certeza que não lhes veria a face, eles se enchiam de profunda tristeza, e assim insistentemente instavam com ele para que ficasse com eles. Certa feita exclamou: "Que fazeis vós, chorando e magoando-me o coração?" Atos 21:13. Seu bondoso coração se oprimia ao sentir a tristeza de sua final separação. Eles o amavam, e sentiam que não podiam ficar sem ele. Que cristão não admira o caráter de Paulo? Firme como uma rocha quando em defesa da verdade, era afeiçoado e gentil como uma criança quando rodeado pelos amigos (Minha Consagração Hoje [MM 1953/1989], p. 180).

A vida de Paulo foi uma exemplificação das verdades que ensinava; e nisto repousava seu poder. Seu coração estava cheio de um profundo e permanente senso de sua responsabilidade; e ele trabalhava em íntima comunhão com Aquele que é a fonte de justiça, misericórdia e verdade. Apegava-se à cruz de Cristo como sua garantia única de sucesso. O amor do Salvador era o permanente motivo que lhe dava a vitória em seus conflitos com o eu e em suas lutas contra o mal, ao avançar, no serviço de Cristo, contra o desamor do mundo e a oposição de seus inimigos.
O que a igreja necessita nestes dias de perigo é de um exército de obreiros que, como Paulo, se tenham educado para utilidade, que tenham uma profunda experiência nas coisas de Deus, e que sejam cheios de fervor e zelo. Necessita-se de homens santificados e abnegados; homens que não se esquivem a provas e responsabilidades; homens que sejam corajosos e verdadeiros; homens em cujo coração Cristo está formado "a esperança da glória" (Col. 1:27), e que com lábios tocados com santo fogo "preguem a Palavra". Por falta de tais obreiros a causa de Deus definha, e erros fatais, como mortal veneno, pervertem a moral e destroem as esperanças de grande parte da raça humana (Atos dos Apóstolos, p. 507).

Deus nos deu as faculdades intelectuais e morais que possuímos; mas toda pessoa é, em grande medida, o arquiteto do próprio caráter. Dia a dia a estrutura aumenta. A Palavra de Deus adverte-nos a cuidar em como construímos, para ver que nosso edifício se ache fundado sobre a Rocha Eterna. Aproxima-se o tempo em que a obra que fazemos se revelará tal qual é. Agora é o tempo de todos cultivarem as faculdades que Deus lhes deu, a fim de formarem caráter que seja útil aqui, e tenham uma vida mais elevada no porvir.
Todo ato da vida, por mais insignificante, tem sua influência na formação do caráter. Um caráter bem formado é mais precioso que as posses mundanas; e moldá-lo é a obra mais nobre em que os homens possam se empenhar. 
O caráter formado segundo as circunstâncias é mutável e discordante — uma massa de contradições. Seus possuidores não têm nenhum objetivo elevado ou propósito na vida. Não exercem nenhuma influência enobrecedora no caráter dos outros. São destituídos de finalidade e de poder. 
O pequeno prazo de vida que nos é designado aqui deve ser sabiamente aproveitado. Deus quer que Sua igreja seja viva, consagrada e ativa. Nosso povo, porém, como corporação, acha-se longe disso agora. Deus pede almas fortes, valorosas, cristãos vivos e laboriosos, que sigam o verdadeiro Modelo e exerçam decidida influência em favor de Deus e do que é correto. Qual sagrado depósito, concedeu-nos o Senhor as mais importantes e solenes verdades, e devemos mostrar a influência delas sobre nossa vida e caráter (Testemunhos para a Igreja, v. 4, p. 656, 657).

Sexta, 7 de setembro: Estudo adicional

Educação, "Paulo, Alegre no Serviço", p. 64, 65.



Os trechos em destaque foram extraídos dos originais, mas estão ausentes na compilação do comentário.