sábado, 25 de agosto de 2018

3º TRIMESTRE 2018 - LIÇÃO 9 - COMENTÁRIOS DE ELLEN WHITE SOBRE A LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA


Verso para Memorizar:
 “Não temas; pelo contrário, fala e não te cales; porquanto Eu Sou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade” (At 18:9, 10).

Sábado à tarde, 25 de agosto

O Espírito de Deus está sendo retirado. Catástrofes por mar e por terra seguem-se umas às outras em rápida sucessão. Quão frequentemente ouvimos de terremotos e furacões, de destruição pelo fogo e inundações, com grandes perdas de vidas e propriedades! Aparentemente essas calamidades são caprichosos desencadeamentos de forças da natureza, desorganizadas e desgovernadas, inteiramente fora do controle do homem; mas em todas elas pode ler-se o propósito de Deus. Elas estão entre os instrumentos pelos quais Ele busca despertar a homens e mulheres para que sintam o perigo.
Os mensageiros de Deus nas grandes cidades não devem sentir-se desanimar com a impiedade, a injustiça, a depravação a que são chamados a enfrentar enquanto procuram proclamar as alegres novas da salvação. O Senhor aspira confortar cada um desses obreiros com a mesma mensagem que deu ao apóstolo Paulo na ímpia Corinto: "Não temas, mas fala, e não te cales; porque Eu sou contigo, e ninguém lançará mão de ti para te fazer mal, pois tenho muito povo nesta cidade." Atos 18:9 e 10. Lembrem-se, os que se empenham no ministério de salvar almas, que, conquanto haja muitos que não aceitarão o conselho de Deus em Sua Palavra, o mundo inteiro não se desviará da luz e verdade, dos convites de um Salvador perdoador e paciente. Em cada cidade, cheia como possa estar de violência e crime, há muitos que, devidamente ensinados aprendem a se tornar seguidores de Jesus. Milhares podem assim ser alcançados com a verdade salvadora e levados a receber Cristo como um Salvador pessoal (Profetas e Reis, p. 277).

Tanto Paulo como Barnabé tinham terno cuidado pelos que haviam aceitado recentemente a mensagem evangélica sob seu ministério, e estavam ansiosos por vê-los uma vez mais. Esta solicitude Paulo jamais a perdeu. Mesmo quando em campos missionários distantes, longe do cenário de suas primeiras atividades, continuava ele a levar sobre o coração a responsabilidade de animar esses conversos a permanecerem fiéis, "aperfeiçoando a santificação no temor de Deus". II Cor. 7:1. Constantemente ele procurava ajudá-los a se tornarem cristãos confiantes e desenvolvidos, fortes na fé, ardentes no zelo e de coração inteiro na consagração a Deus e à obra de ampliar Seu reino (Atos dos Apóstolos, p. 201).

Quando, pois, nos chegamos a Deus, devemos orar para que nos seja dado compreender e realizar Seu propósito, e nossos desejos e interesses se identifiquem com os dEle. Devemos manifestar-Lhe nossa conformidade com Sua vontade e não pedir que condescenda com a nossa. É bom para nós que o Senhor não defira sempre as nossas súplicas ao tempo e do modo que o desejamos. Assim procedendo, far-nos-á maior bem do que cumprindo nossa vontade, porque nossa sabedoria é loucura (Testemunhos para a Igreja, v. 2, p. 148).

Domingo, 26 de agosto: De volta a Listra

Paulo viu que Timóteo era fiel, firme e leal, e escolheu-o como companheiro de trabalho e de viagem. Os que haviam ensinado Timóteo na infância foram recompensados com vê-lo, ao filho de seu cuidado, ligado em íntima associação com o grande apóstolo. Timóteo era um simples jovem quando foi escolhido por Deus para ser um ensinador; mas seus princípios tinham sido tão estabelecidos por sua educação dos primeiros anos, que ele estava apto a ocupar seu lugar como auxiliar de Paulo. E embora jovem, levou suas responsabilidades com humildade cristã.
Como medida acauteladora, Paulo aconselhou prudentemente a Timóteo a que se circuncidasse - não que Deus o exigisse, mas a fim de tirar do espírito dos judeus aquilo que poderia servir de objeção ao ministério de Timóteo. Em sua obra, Paulo devia viajar de cidade em cidade, em muitas terras, e teria muitas vezes ocasião de pregar a Cristo em sinagogas judaicas, bem como em outros lugares de reunião. Viesse a ser sabido que um de seus companheiros de trabalho era incircunciso, e sua obra seria grandemente entravada pelo preconceito e fanatismo dos judeus. Em toda parte encontrou o apóstolo determinada oposição e severa perseguição. Ele desejava levar a seus irmãos judeus, bem como aos gentios, o conhecimento do evangelho; e por essa razão buscava ele, tanto quanto estivesse em harmonia com a fé, remover cada pretexto de oposição. E conquanto fizesse esta concessão ao preconceito judaico, cria e ensinava nada ser a circuncisão ou incircuncisão, mas o evangelho de Cristo - este era tudo (Atos dos Apóstolos, p. 203, 204).

A fé que é para salvação não é uma fé casual, não é o mero assentimento do intelecto, é a crença arraigada no coração, que abraça a Cristo como Salvador pessoal, com a certeza de que Ele pode salvar perfeitamente aos que por Ele se chegam a Deus. Crer que Ele salve a outros, mas não vos salvará a vós, não é fé genuína; mas quando a alma se apoia em Cristo como a única esperança de salvação, então se manifesta fé genuína. Esta fé leva seu possuidor a colocar em Cristo todas as afeições da alma; seu entendimento fica sob o controle do Espírito Santo, e seu caráter é moldado segundo a semelhança divina. Sua fé não é uma fé morta, mas sim que opera por amor, e o leva a contemplar a formosura de Cristo, e a tornar-se semelhante ao caráter divino. [Cita Deut. 30:11-14.] "E o Senhor teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua semente, para amares ao Senhor teu Deus com todo o coração, e com toda a tua alma, para que vivas" (Deut. 30:6; Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 391, 392).

Cada um de nós pode fazer alguma coisa, se tão somente assumir a posição que Deus quer que assumamos. Tudo o que fizerdes para iluminar os outros vos leva mais perto do Deus do Céu e vos põe em harmonia com Ele. Se vos assentardes e olhardes para vós mesmos dizendo: "eu mal posso sustentar a minha família", jamais podereis fazer alguma coisa; mas se disserdes: "farei algo em favor da verdade, vê-la-ei avançar, farei o que puder", Deus abrirá o caminho para que possais fazer alguma coisa. Deveis fazer investimentos na causa da verdade de tal modo que sintais que sois dela uma parte (Conselhos Sobre Mordomia, p. 304).

Segunda, 27 de agosto: Filipos

Veja-o na masmorra em Filipos, onde apesar de ter o corpo dolorido pelas torturas, seu cântico de louvor quebrava o silêncio da meia-noite. Depois que o terremoto abre as portas da prisão, sua voz é de novo ouvida em palavras de ânimo ao carcereiro pagão: "Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos" (Atos 16:28) - cada um em seu lugar, constrangido pela presença de um companheiro de prisão. E o carcereiro, convicto da realidade daquela fé que sustinha a Paulo, inquire acerca do caminho da salvação, e com toda a sua casa se une ao grupo perseguido dos discípulos de Cristo (Educação, p. 66, 67).

Grande é no Céu o galardão dos que testemunham em favor de Cristo por meio de perseguição e opróbrio. Enquanto o povo está esperando bens terrenos, Jesus os encaminha a uma recompensa celestial. Não a coloca, entretanto, inteiramente na vida futura; ela começa aqui. [...]
Foi esta alegria que encheu o coração de Paulo e Silas quando oravam e cantavam louvores a Deus à meia-noite, na prisão de Filipos. Cristo Se achava ali ao seu lado, e a luz de Sua presença irradiava na escuridão com a glória das cortes celestes. De Roma escreveu Paulo, esquecido de suas cadeias, ao ver a difusão do evangelho: "Nisto me regozijo e me regozijarei ainda." Filip. 1:18. E as próprias palavras de Cristo sobre o monte são ecoadas na mensagem de Paulo à igreja dos filipenses, em meio das perseguições que sofriam: "Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra vez digo: regozijai-vos" (Filip. 4:4; O Maior Discurso de Cristo, p. 34, 35).

Assimilai o espírito do grande Obreiro-mestre. Aprendei do Amigo dos pecadores a ajudar os enfermos do pecado. Lembrai-vos de que na vida dos Seus seguidores tem de ser vista a mesma dedicação que se viu em Sua vida, a mesma sujeição à obra de Deus, de toda pretensão social, toda afeição terrestre. As reivindicações de Deus têm de ter sempre a prioridade. O exemplo de Cristo deve inspirar-nos a empenhar incessante esforço para o bem dos outros. 
Tendes vizinhos. Não lhes quereis dar a mensagem? Talvez nunca vos sejam impostas as mãos da ordenação, mas podeis levar humildemente a mensagem. Podeis testificar que Deus ordenou que todos aqueles pelos quais Cristo morreu terão a vida eterna, se nEle crerem. 
Que ninguém fique na ociosidade por não saber fazer a mesma espécie de trabalho que os servos de Deus mais experientes estão fazendo. ... Não é só pelos homens das altas posições de responsabilidade no ministério, não só pelos que são membros de mesas e comissões, não só pelos gerentes de nossos hospitais e casas publicadoras, que deve ser feita a obra que fará que a Terra seja cheia do conhecimento do Senhor como as águas cobrem o mar. Esta obra só pode ser efetuada se toda a igreja desempenhar sua parte, sob a guia e no poder de Deus (Nos Lugares Celestiais [MM 1968], p. 333).

Terça, 28 de agosto: Tessalônica e Bereia

Paulo e Silas trabalharam na sinagoga judia em Tessalônica com algum sucesso; mas os judeus descrentes estavam bastante insatisfeitos, criaram confusão, fazendo um grande tumulto em oposição a eles. Os dedicados apóstolos foram obrigados a deixar Tessalônica de noite e ir para Bereia, onde foram alegremente recebidos. E assim elogiaram os bereanos: “Estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim. De sorte que creram muitos deles” (Atos 17:11, 12; Testemunhos para a Igreja, v. 2, p. 695, 696).

A mente dos bereanos não se achava limitada pelo preconceito. Estavam dispostos a pesquisar a veracidade das doutrinas pregadas pelos apóstolos. Estudavam a Bíblia, não por curiosidade, mas para que pudessem aprender o que havia sido escrito a respeito do Messias prometido. Diariamente examinavam os relatos inspirados; e ao compararem texto com texto, anjos celestiais se colocavam ao lado deles, iluminando-lhes a mente e impressionando-lhes o coração (Atos dos Apóstolos, p. 231).

Os anjos do Céu não foram à escola dos profetas, nem cantaram suas antífonas sobre o templo ou sobre as sinagogas, mas foram ter com os homens que eram suficientemente humildes para receber a mensagem. Eles entoaram as alegres novas de um Salvador sobre as planícies de Belém, ao passo que os grandes homens, os maiorais e os homens ilustres foram deixados em trevas, porque se achavam completamente satisfeitos com sua posição e não sentiam necessidade de maior piedade do que aquela que possuíam. ...
Grandes homens e homens aparentemente muito bons podem praticar ações terríveis em sua intolerância e posição presunçosa, lisonjeando-se de estarem realizando o serviço de Deus. Não convém confiar neles. A verdade, a verdade bíblica, é o que vós e eu necessitamos a todo custo. Como os nobres bereanos, precisamos examinar diariamente as Escrituras, com fervorosa oração, para saber que é a verdade e então obedecer à verdade, custe o que custar para nós, sem atentar para os grandes homens ou para os homens bons (Este Dia com Deus [MM 1980], p. 334). 

Têm ocorrido apostasias e o Senhor tem permitido que questões dessa natureza se desenvolvessem no passado a fim de mostrar quão facilmente Seu povo será desviado se confiarem nas palavras de homens em vez de examinarem por si mesmos as Escrituras, como fizeram os nobres bereanos, para ver se estas coisas são assim. E o Senhor tem permitido coisas dessa espécie ocorrerem para que sejam dadas advertências de que elas terão lugar.
A rebelião e a apostasia encontram-se no próprio ar que respiramos. Seremos afetados por elas, a menos que, pela fé, façamos nossa alma desamparada segurar-se em Cristo. Se os homens são tão facilmente transviados agora, como subsistirão eles quando Satanás personificar a Cristo, e operar milagres? Quem ficará inabalado então por suas deturpações - professar ser Cristo quando é apenas Satanás assumindo a pessoa de Cristo, e operando aparentemente as obras do próprio Cristo? Que impedirá o povo de Deus de prestar obediência a falsos cristos? "Não vades, nem os sigais." Luc. 17:23.
As doutrinas têm de ser compreendidas com clareza. Os homens aceitos para pregarem a verdade precisam estar ancorados; então sua nau resistirá a tempestades e temporais, porque a âncora os segura firmemente. Aumentarão os enganos, e devemos chamar a rebelião pelo seu próprio nome. Devemos estar revestidos de toda a armadura. Neste conflito, não enfrentamos unicamente homens, mas principados e potestades. Não lutamos contra a carne e o sangue. Leia-se cuidadosamente e de maneira impressiva em nossas igrejas Efésios 6:10-18.
Aqueles que apostataram transmitem as palavras do dragão. Temos de enfrentar os instrumentos satânicos que vieram fazer guerra aos santos. "E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao resto da sua semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus Cristo." Apoc. 12:17. Os que apostataram deixam o verdadeiro e fiel povo de Deus, e confraternizam com aqueles que representam Barrabás. "Pelos seus frutos os conhecereis." Mat. 7:20.
Escrevo isto porque muitos na igreja me são apresentados como vendo os homens como árvores andando. Precisam ter outra e mais profunda experiência antes de discernirem as armadilhas disseminadas para os apanharem na rede do enganador. Importa que não haja neste tempo obra feita pela metade. O Senhor chama homens e mulheres fortes, resolutos, inteiramente dedicados para ficarem na brecha, e restaurarem o muro. Isa. 58:12-14.
Há decidido testemunho a ser dado por todos os nossos pastores em todas as nossas igrejas. Deus tem permitido ocorrerem apostasias a fim de mostrar quão pouco se pode confiar no homem. Devemos olhar sempre a Deus; Sua palavra não é Sim e Não, mas Sim e Amém (Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 394, 395).

Quarta, 29 de agosto: Paulo em Atenas

Veja Paulo em Atenas perante o conselho do Areópago, defrontando ciência com ciência, lógica com lógica, filosofia com filosofia. Notai como, com aquele tato oriundo do amor divino, aponta a Jeová como o "Deus desconhecido" (Atos 17:23), ao qual os seus ouvintes têm ignorantemente adorado; e com palavras citadas de um poeta deles mesmos, descreve-O como um Pai de quem eles próprios são filhos. Ouvi-o, naquela época de diferenças sociais em que os direitos do homem, como tal, não eram absolutamente reconhecidos, a apresentar a grande verdade da fraternidade humana, declarando que Deus "de um só fez toda a geração dos homens para habitar sobre toda a face da Terra". Atos 17:26. Então mostra como, à maneira de um fio de ouro, se desenrola o propósito divino da graça e misericórdia através de todo o trato de Deus com o homem. Ele determinou "os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação, para que buscassem ao Senhor, se, porventura, tateando, O pudessem achar, ainda que não está longe de cada um de nós" (Atos 17:26 e 27; Educação, p. 67).

Hoje em dia a verdade deve ser proclamada a todas as nações, e tribos, e línguas e povos. Cristo deseja que labutemos de tal modo que não suscite preconceito, pois quando este é suscitado, alguns são impedidos de ouvir a verdade. ...
Ainda estamos neste mundo, onde existem essas barreiras, e precisamos trabalhar de tal maneira que nos habilite a alcançar todas as classes. Não permitais que os atuais empecilhos vos aflijam e destruam vossa fé e confiança em Deus (Este Dia com Deus [MM 1980], p. 282).

Vivemos nas cenas finais da história terrestre. As profecias se cumprem rapidamente. As horas de graça estão passando depressa. Não temos tempo - nenhum momento - a perder. Não sejamos encontrados dormindo no posto do dever. Que ninguém diga em seu coração ou por suas obras: "O meu Senhor tarde virá." Mat. 24:48. Seja a mensagem da breve volta de Cristo emitida em fervorosas palavras de advertência. Persuadamos os homens e as mulheres em toda parte a se arrependerem, e a fugirem da ira futura. Incentivemo-los a preparação imediata; pois sabemos pouca coisa do que está diante de nós. ... Dirijam-se os pastores e os membros leigos para os campos que amadurecem. Encontrarão uma colheita onde quer que proclamem as esquecidas verdades da Bíblia. Encontrarão pessoas que aceitarão a verdade e que dedicarão a vida à conquista de pessoas para Cristo.
O Senhor virá em breve, e precisamos estar preparados para nos encontrarmos com Ele em paz. Tomemos a resolução de fazer tudo o que está ao nosso alcance para comunicar a luz aos que se acham ao nosso redor. Não devemos estar tristes, mas bem dispostos, e conservar sempre o Senhor Jesus diante de nós. ... Devemos estar prontos e à espera de Seu aparecimento. Oh! quão glorioso será vê-Lo e receber as boas-vindas como Seus remidos! Temos esperado por muito tempo, mas nossa fé não deve enfraquecer-se (Maranata, o Senhor Vem [MM 1977], p. 106). 

Quinta, 30 de agosto: Paulo em Corinto

Quando o apóstolo Paulo começou seu ministério em Corinto, populosa, rica e ímpia cidade, poluída pelos revoltantes vícios do paganismo, disse: "Nada me propus saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e Este crucificado." I Cor. 2:2. [...]
Hoje, como no tempo de Cristo, a obra do reino de Deus não se acha a cargo dos que reclamam o reconhecimento e apoio dos dominadores terrestres e das leis humanas, mas dos que estão declarando ao povo, em Seu nome, as verdades espirituais que operarão, nos que as recebem, a experiência de Paulo: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim." Gál. 2:20. Então eles trabalharão, como Paulo, em benefício dos homens. Disse ele: "De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos pois da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus" (II Cor. 5:20; O Desejado de Todas as Nações, p. 510).

A religião judaica estava sob a proteção do poder romano; e os acusadores de Paulo pensavam que se pudessem aplicar-lhe a pecha de violador das leis de sua religião, provavelmente ele lhes seria entregue para julgamento e sentença. Assim esperavam eles poder conseguir a sua morte. Mas Gálio era um homem de integridade, e recusou tornar-se instrumento da inveja e da intriga dos judeus. Aborrecido com sua hipocrisia e justiça própria, não tomou conhecimento da acusação. Como Paulo se preparasse para falar em defesa própria, Gálio lhe disse não ser necessário. [...]
Tanto judeus como gregos haviam ansiosamente esperado pela decisão de Gálio; e sua imediata rejeição do caso, como sendo destituído de qualquer interesse público, foi o sinal de retirada dos judeus, malsucedidos e irados. A decidida atitude do procônsul abriu os olhos à vociferante multidão que estivera a incitar os judeus. Pela primeira vez durante os trabalhos de Paulo na Europa, a multidão tomou o seu partido; diante das próprias vistas do procônsul, e sem interferência de sua parte, acometeram violentamente contra o mais preeminente dos acusadores do apóstolo. [...] Assim obtivera o cristianismo assinalada vitória. 
[...] Tivesse o apóstolo sido a este tempo compelido a deixar Corinto, e os conversos à fé de Jesus teriam sido colocados em perigosa posição. Os judeus ter-se-iam empenhado em aproveitar a vantagem obtida, até mesmo à exterminação do cristianismo naquela região (Atos dos Apóstolos, p. 253, 254).

As condições predominantes hoje na sociedade, e especialmente nas grandes cidades das nações, proclamam com voz de trovão que a hora do juízo de Deus está próxima, e que o fim de todas as coisas terrestres é chegado. Estamos no limiar da crise dos séculos. Em rápida sucessão os juízos de Deus se seguirão uns aos outros - fogo, inundações e terremotos, com guerras e derramamento de sangue. Nós não devemos ser surpreendidos neste tempo por eventos a um tempo grandes e decisivos; pois o anjo de misericórdia não pode ficar muito tempo mais a proteger o impenitente.
"Porque eis que o Senhor sairá do Seu lugar, para castigar os moradores da Terra, por causa da sua iniquidade, e a terra descobrirá o seu sangue, e não encobrirá mais aqueles que foram mortos." Isa. 26:21. A tormenta da ira de Deus está-se acumulando; e subsistirão unicamente os que responderem ao convite de misericórdia, como os habitantes de Nínive pela pregação de Jonas, e se santificarem pela obediência às leis do divino Governante (Profetas e Reis, p. 278). 

Sexta, 31 de agosto: Estudo adicional

Refletindo a Cristo, "Paulo e Silas Cantam na Prisão", p. 334.



Os trechos em destaque foram extraídos dos originais, mas estão ausentes na compilação do comentário.

sábado, 18 de agosto de 2018

3º TRIMESTRE 2018 - LIÇÃO 8 - COMENTÁRIOS DE ELLEN WHITE SOBRE A LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA


Verso para Memorizar:
 “Cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus, como também aqueles o foram” (At 15:11).

Sábado à tarde, 18 de agosto

Cornélio, um homem de posição elevada, manteve sua experiência religiosa, andando estritamente de acordo com a luz que recebera. Deus o observava, e enviou o Seu anjo com uma mensagem para ele. O mensageiro celestial passou por alto os que eram virtuosos aos seus próprios olhos, aproximou-se de Cornélio e o chamou pelo nome (Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 421).

As riquezas e as honras mundanas não podem satisfazer a alma. Muitos dentre os ricos anseiam por alguma divina certeza, alguma esperança espiritual. Muitos, anelam alguma coisa que lhes venha pôr termo à monotonia de uma vida sem objetivo. Muitos, em sua vida profissional, sentem a necessidade de alguma coisa que não possuem! Poucos entre eles vão à igreja; pois sentem que pouco benefício recebem. Os ensinos que recebem não lhes tocam o coração. Não lhes faremos, nós, nenhum apelo pessoal? (A Ciência do Bom Viver, p. 210).

Deus convida obreiros sinceros e humildes, que levem a verdade às classes mais elevadas. Não será através de contato casual ou acidental que os ricos, amantes do mundo e adoradores do mundanismo serão conduzidos a Cristo. Decidido esforço pessoal deve ser empreendido por homens e mulheres imbuídos do espírito missionário, pessoas que não falharão nem serão desencorajadas (Testemunhos para a Igreja, v. 6, p. 80).

Confiando assim em Deus, não seremos achados a pelejar contra a verdade, mas sempre seremos habilitados a colocar-nos ao lado do que é direito. Devemos apegar-nos ao ensino da Bíblia e não seguir os costumes e tradições do mundo, as palavras e os atos de homens.
Quando surgem erros e são ensinados como verdade bíblica, os que têm ligação com Cristo não confiarão no que diz o pastor, mas, à semelhança dos nobres bereanos, examinarão as Escrituras todos os dias para ver se essas coisas são de fato assim. Quando eles descobrem qual é a recomendação do Senhor, colocam-se ao lado da verdade. Ouvem a voz do verdadeiro Pastor dizendo: "Este é o caminho; andai nele." Isa. 30:21. Assim sereis ensinados a fazer da Bíblia o vosso conselheiro, e não ouvireis nem seguireis a voz do estranho (Fé e Obras, p. 86).

Tanto Paulo como Barnabé tinham sido laboriosos ministros de Cristo, e Deus recompensara abundantemente seus esforços, mas nenhum deles havia sido formalmente ordenado para o ministério evangélico pela oração e pela imposição das mãos. Agora, eles estavam autorizados pela igreja não somente a pregar a verdade, mas também a batizar e organizar novas igrejas, sendo investidos de plena autoridade eclesiástica. Esta foi uma época importante para a igreja. Embora o muro de separação entre judeus e gentios tivesse sido quebrado pela morte de Cristo, levando aos gentios os privilégios totais do evangelho, o véu ainda não havia sido tirado dos olhos de muitos crentes judeus, e eles não podiam discernir claramente o fim daquilo que fora abolido pelo Filho de Deus. O trabalho agora devia prosseguir vigorosamente entre os gentios, e disso devia resultar o fortalecimento da igreja mediante uma farta colheita de almas.
Os apóstolos, neste seu trabalho especial, estariam expostos a suspeitas, preconceitos e ciúmes. Como consequência natural de sua saída do exclusivismo judaico, suas doutrinas e ideias estariam sujeitas à acusação de heresia, e suas credenciais de ministros do evangelho seriam postas em dúvida por muitos judeus zelosos e crentes. Deus previu as dificuldades que Seus servos deviam enfrentar e, em Sua sábia providência, fez com que fossem investidos com a inquestionável autoridade da estabelecida igreja de Deus, para que sua obra estivesse acima de acusação (História da Redenção, p. 303, 304).

Domingo, 19 de agosto: O ponto em debate

Antes de sua conversão, Paulo se havia considerado como irrepreensível "segundo a justiça que há na lei". Filip. 3:6. Mas desde sua mudança de coração, ele havia alcançado uma clara concepção da missão do Salvador como Redentor da raça toda, judeus e gentios, e aprendera a diferença entre uma fé viva e um formalismo morto. À luz do evangelho, os antigos ritos e cerimônias confiados a Israel haviam ganho uma nova e mais profunda significação. Aquilo que haviam prefigurado tinha-se cumprido, e os que estavam vivendo sob a dispensação evangélica tinham ficado livres de sua observância. A imutável lei de Deus, dos Dez Mandamentos, entretanto, Paulo ainda guardava no espírito bem como na letra. Na igreja de Antioquia, a consideração do assunto da circuncisão deu em resultado muitas discussões e litígio. Afinal, os membros da igreja, temendo que o resultado de continuada discussão fosse uma divisão entre eles, decidiram enviar a Jerusalém Paulo e Barnabé, juntamente com alguns homens de responsabilidade na igreja, a fim de exporem a questão perante os apóstolos e anciãos. Ali deviam eles encontrar-se com delegados de diversas igrejas e com os que tinham ido a Jerusalém para assistir às próximas festas. Enquanto isto, toda a discussão devia cessar até que fosse pronunciada a decisão do concílio geral. Esta decisão devia ser então universalmente aceita pelas várias igrejas em todo o país (Atos dos Apóstolos, p. 190).

Os judeus se haviam sempre orgulhado de seu cerimonial de instituição divina, e concluíam que, uma vez que Deus havia claramente esboçado a forma hebreia de adoração, era impossível que Ele jamais autorizasse uma mudança em quaisquer de suas especificações. Decidiram que o cristianismo devia associar-se com as leis e cerimônias judaicas. Tinham dificuldade para discernir o fim das coisas abolidas pela morte de Cristo, e em perceber que todas as ofertas sacrificais não tinham senão prefigurado a morte do Filho de Deus, em que o tipo encontrou o antítipo, tornando sem valor as divinamente designadas cerimônias e sacrifícios da religião judaica.
Paulo havia-se orgulhado de seu farisaísmo estrito, mas, depois que Cristo a ele Se revelou na estrada de Damasco, a missão do Salvador e seu próprio trabalho na conversão dos gentios ficaram claros em sua mente, e ele compreendeu com clareza a diferença entre uma fé viva e um formalismo morto. Paulo ainda alegava ser um filho de Abraão e guardava os Dez Mandamentos na letra e no espírito tão fielmente como tinha feito antes de sua conversão ao cristianismo. Entretanto, sabia que as cerimônias típicas logo deviam cessar completamente, já que aquilo que tinham representado estava no passado, e que a luz do evangelho espargia sua glória sobre a religião judaica, conferindo um novo significado a seus antigos rituais (História da Redenção, p. 305, 306).

Somos justificados pela fé. A alma que compreende o significado dessas palavras nunca será autossuficiente. Não temos suficiência em nós próprios, para pensar que somos alguma coisa. O Espírito Santo é nossa eficiência na obra da edificação do caráter, na formação do caráter segundo a semelhança divina. Quando nos achamos capazes de moldar nossa própria experiência, cometemos um grande erro. Nunca podemos, por nós mesmos, obter vitória sobre a tentação. Mas aqueles que têm uma fé genuína em Cristo serão objeto da atuação do Espírito Santo. A alma em cujo coração mora a fé se transformará num belo templo para o Senhor. Ela é dirigida pela graça de Cristo. Crescerá na exata proporção em que depender do ensino do Espírito Santo (Ms 8, 1900; Comentário de Ellen G. White no Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 6, p. 1.237).

Mesmo os melhores homens, se deixados a si mesmos, cometerão graves erros. Quanto mais responsabilidades forem colocadas sobre o agente humano, quanto mais elevada sua posição para mandar e controlar, mais dano ele certamente causará ao perverter mentes e corações, se não seguir cuidadosamente o caminho do Senhor. Em Antioquia, Pedro falhou nos princípios da integridade. Paulo teve de resistir face a face a sua influência ruinosa. Esse fato está registrado para que outros possam se beneficiar dele e para que a lição possa ser uma solene advertência aos homens que ocupam altas posições, para que não faltem com a integridade, mas se atenham aos princípios.
Após todas as falhas de Pedro, após sua queda e restauração, sua extensa carreira de serviço, sua intimidade com Cristo seu conhecimento da forma pura e reta em que Cristo praticava os princípios; depois de toda a instrução que ele havia recebido, de todos os dons, conhecimento e grande influência na pregação e no ensino da Palavra, não é estranho que ele dissimulasse e se esquivasse dos princípios do evangelho, por medo de seres humanos, ou para lhes conquistar a estima? Não é estranho que ele vacilasse e fosse oscilante em sua posição? Que Deus dê a todo ser humano um senso de sua própria incapacidade pessoal para dirigir sua embarcação de maneira reta e segura ao porto. A graça de Cristo é essencial todos os dias. Somente Sua incomparável graça pode salvar nossos pés de cair (Ms 122, 1897; Comentário de Ellen G. White no Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 6, p. 1.236, 1.237).

Segunda, 20 de agosto: Circuncisão

Se o homem tivesse guardado a lei de Deus, tal como foi dada a Adão depois da queda, preservada na arca por Noé, e observada por Abraão, não teria havido necessidade da ordenança da circuncisão. E se os descendentes de Abraão tivessem guardado a aliança, da qual a circuncisão era um sinal ou compromisso, jamais teriam eles caído na idolatria nem teria sido permitido descerem ao Egito, e tampouco teria havido necessidade de Deus proclamar Sua lei do Sinai gravando-a sobre tábuas de pedra e guardando-a por definidas instruções nos juízos e estatutos de Moisés (História da Redenção, p. 148, 149).

Por meio do paganismo, Satanás desviara por séculos os homens de Deus; mas conseguira seu grande triunfo ao perverter a fé de Israel. Contemplando e adorando suas próprias concepções, os gentios haviam perdido o conhecimento de Deus, tornando-se mais e mais corruptos. O mesmo se deu com Israel. O princípio de que o homem se pode salvar por suas próprias obras, e que jaz à base de toda religião pagã, tornara-se também o princípio da religião judaica. Implantara-o Satanás. Onde quer que seja mantido, os homens não têm barreira contra o pecado (O Desejado de Todas as Nações, p. 35, 36).

Deus não reconhece distinção alguma de nacionalidade, etnia ou classe social. É o Criador de todo homem. Todos os homens são de uma família pela criação, e todos são um pela redenção. Cristo veio para demolir toda parede de separação e abrir todos os compartimentos do templo a fim de que todos possam ter livre acesso a Deus. Seu amor é tão amplo, tão profundo, tão pleno, que penetra em toda parte. Liberta das ciladas de Satanás os que foram por ele iludidos. Põe-nos ao alcance do trono de Deus, o trono circundado do arco-íris da promessa.
Em Cristo não há nem judeu nem grego, servo nem livre. Todos são aproximados por Seu precioso sangue. (Gál. 3:28; Efés. 2:13.)
Qualquer que seja a diferença de crença religiosa, um clamor da humanidade sofredora precisa ser ouvido e atendido. Onde existirem amargos sentimentos por diferenças de religião, pode ser feito muito bem pelo serviço pessoal. O serviço amável quebrará os preconceitos e conquistará almas para Deus (Parábolas de Jesus, p. 386).

É Deus quem circuncida o coração. Toda a obra é do Senhor, de princípio ao fim. Pode dizer o pecador, a perecer: "Sou um pecador perdido; mas Cristo veio buscar e salvar o que se havia perdido. Diz Ele: 'Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores.' Mar. 2:17. Sou pecador, e Ele morreu na cruz do Calvário para me salvar. Nem um momento mais preciso ficar sem me salvar. Ele morreu e ressurgiu para minha justificação, e me salvará agora. Aceito o perdão que prometeu" (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 392).

Terça, 21 de agosto: O debate

Em ocasião anterior Pedro havia arrazoado com seus irmãos com respeito à conversão de Cornélio e seus amigos, e sua comunhão com eles. Ao relatar nessa ocasião como o Espírito Santo descera sobre os gentios declarara: "Portanto, se Deus lhes deu o mesmo dom que a nós, quanto havemos crido no Senhor Jesus Cristo, quem era então eu, para que pudesse resistir a Deus?" Atos 11:17. Agora, com igual fervor e força, ele afirma: "E Deus, que conhece os corações, lhes deu testemunho, dando-lhes o Espírito Santo, assim como também a nós; e não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando os seus corações pela fé. Agora, pois, por que tentais a Deus, pondo sobre a cerviz dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós pudemos suportar?" Atos 15:10. Este jugo não era a lei dos Dez Mandamentos, como afirmam alguns que se opõem aos reclamos da lei; Pedro se refere aqui à lei das cerimônias, tornada nula e vã pela crucifixão de Cristo.
A preleção de Pedro levou a assembleia ao ponto de poderem ouvir com paciência a Paulo e a Barnabé relatarem suas experiências na obra pelos gentios. "Então toda a multidão se calou e escutava a Barnabé e a Paulo, que contavam quão grandes sinais e prodígios Deus havia feito por meio deles entre os gentios." Atos 15:12. Tiago também apresentou seu testemunho com decisão, declarando que era o propósito de Deus outorgar ao gentios os mesmos privilégios e bênçãos concedidos aos judeus (Atos dos Apóstolos, p. 193, 194).

Deus quer que os homens compreendam Suas reivindicações a seu respeito. Ele julgará todo homem que se interponha entre Seus semelhantes e seu Deus, a fim de conduzi-los a caminhos que não foram preparados para os remidos. "Conhecidas a Deus são todas as Suas obras desde o princípio do mundo." Atos 15:18, KJV. Ele ordenou que Suas obras sejam apresentadas ao mundo de modo distinto, santo e sagrado. O reino de Deus não vem com visível aparência, mas por meio da suavidade da inspiração de Sua Palavra, e por meio da operação de Seu Espírito, na alma. Sua obra, em muitos lugares do mundo, estaria agora muito mais adiantada se o homem não se houvesse interposto entre o povo e Deus, a fim de realizar um trabalho que não foi designado por Deus (Este Dia com Deus [MM 1980], p. 200).

Nesta ocasião parece ter sido escolhido Tiago para anunciar a decisão tomada pelo concílio. E sua sentença foi que a lei cerimonial, e especialmente a ordenança da circuncisão, não deveriam ser impostas aos gentios, ou a eles sequer recomendadas. Tiago procurou impressionar a mente de seus irmãos com o fato de que, em se convertendo a Deus, os gentios tinham feito grande mudança em sua vida, e que se deveria usar muita cautela para não perturbá-los com assuntos embaraçantes e duvidosos de somenos importância, para que não desanimassem em seguir a Cristo.
Os conversos gentios, porém, deviam abandonar os costumes incoerentes com os princípios do cristianismo. Os apóstolos e anciãos, portanto, concordaram em instruir por carta os gentios a se absterem de carnes sacrificadas aos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue. Deviam ser instigados a guardar os mandamentos, e a levar vida santa. Deviam também estar certos de que os que declaravam ser a circuncisão obrigatória não estavam autorizados a fazê-lo em nome dos apóstolos (Atos dos Apóstolos, p. 195).

Quarta, 22 de agosto: O decreto apostólico

Quando se estabeleceram em Canaã, foi permitido aos israelitas o uso de alimento animal, mas com restrições cuidadosas, que tendiam a diminuir o mal. O uso da carne de porco era proibido, bem como de outros animais e aves e peixes cuja carne foi declarada imunda. Das carnes permitidas, era estritamente proibido comer a gordura e o sangue.
Só se podiam usar como alimento animais em boas condições. Nenhum animal despedaçado, que morrera naturalmente, ou do qual o sangue não havia sido cuidadosamente tirado, podia servir de alimento.
Afastando-se do plano divinamente indicado para seu regime, sofreram os israelitas grande prejuízo. Desejaram um regime cárneo, e colheram-lhe os resultados. Não atingiram o ideal divino quanto ao seu caráter, nem cumpriram os desígnios de Deus. O Senhor "satisfez-lhes o desejo, mas fez definhar a sua alma". Sal. 106:15. Estimaram o terreno acima do espiritual, e a sagrada preeminência que Deus tinha o propósito de lhes dar não conseguiram eles obter (A Ciência do Bom Viver, p. 311, 312).

Foi associando-se com os idólatras e unindo-se às suas festas que os hebreus foram levados a transgredir a lei de Deus, e trazer Seus juízos sobre a nação. Assim, agora, é levando os seguidores de Cristo a associar-se com os ímpios e unir-se às suas diversões que Satanás é mais bem-sucedido ao induzi-los ao pecado. "Saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo." II Cor. 6:17. Deus requer hoje de Seu povo uma distinção tão grande do mundo, nos costumes, hábitos e princípios, como exigia de Israel antigamente. Se fielmente seguirem os ensinos de Sua Palavra, existirá esta distinção; não poderá ser de outra maneira. As advertências feitas aos hebreus contra o identificarem-se com os gentios, não eram mais diretas ou explícitas do que as que vedam aos cristãos adaptar-se ao espírito e costumes dos ímpios. Cristo nos fala: "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele." I João 2:15. "A amizade do mundo é inimizade contra Deus"; "portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus." Tia. 4:4. Os seguidores de Cristo devem separar-se dos pecadores, procurando sua companhia apenas quando há oportunidade de fazer-lhes bem. Nunca seríamos demasiado decididos em evitar a companhia daqueles que exercem influência para desviar-nos de Deus. Ao mesmo tempo em que oramos: "Não nos deixes cair em tentação" (Mat. 6:13), devemos excluir a tentação tanto quanto possível (Patriarcas e Profetas, p. 458).

O espírito de Cristo será revelado em todos aqueles que nasceram de Deus. Rivalidades e contendas não podem ocorrer entre aqueles que são controlados por Seu Espírito. “Purificai-vos, vós que levais os utensílios do Senhor.” Isaías 52:11. A igreja dificilmente adotará padrão mais elevado do que aquele de seus pastores. Precisamos de um ministério convertido e de um povo convertido. Pastores que vigiam pelos salvos como quem deve deles dar conta, conduzirão o rebanho nos caminhos de paz e santidade. Seu sucesso nessa obra será proporcional ao próprio crescimento na graça e conhecimento da verdade. Quando os professores são santificados de corpo, alma e espírito, podem impressionar o povo com a importância de tal santificação (Testemunhos para a Igreja, v. 5, p. 227).

Não deve haver fala incisiva, repreensões irritadas, pois anjos de Deus andam para cá e para lá, em cada recinto. Cristo gosta de louvar todo obreiro fiel, e Ele o fará. Todo ato de bondade é registrado no livro. Acontece serem cometidos pequenos erros, mas palavras de censura despertam sentimentos de vingança, e Deus é desonrado. ... Qualquer palavra proferida impensada ou imprudentemente deve ser retratada imediatamente. ... Devemos lembrar-nos de que, como cristãos que professam trabalhar unidamente, não devemos proceder como pecadores, cujas pecaminosas palavras e atos, a menos que se arrependam, os hão de condenar (Nos Lugares Celestiais [MM 1968], p. 185). 

Quinta, 23 de agosto: A carta de Jerusalém

O concílio que decidiu este caso era composto dos fundadores das igrejas cristãs judaicas e gentias. Estavam presentes anciãos de Jerusalém e delegados de Antioquia, e as igrejas mais influentes estavam representadas. O concílio não reclamou a infalibilidade de suas deliberações, mas conduziu-se de acordo com os ditames de iluminado juízo e com a dignidade de uma igreja estabelecida pela vontade divina. Viram que o próprio Deus tinha decidido a questão favorecendo os gentios com o Espírito Santo, e era-lhes deixado seguir a guia do Espírito.
Não foram convocados todos os cristãos para votarem sobre a questão. Os apóstolos e anciãos - homens de influência e bom senso - redigiram e expediram o decreto, que foi logo aceito pelas igrejas cristãs. Nem todos, entretanto, ficaram contentes com a decisão; havia uma facção de falsos irmãos que tomaram a decisão de se empenhar em uma obra de sua própria responsabilidade. Puseram-se a murmurar e criticar, propondo novos planos e procurando deitar abaixo a obra dos homens experientes a quem Deus havia mandado ensinar a doutrina de Cristo. Desde o início teve a igreja tais obstáculos a enfrentar, e há de tê-los até a consumação do tempo (História da Redenção, p. 308, 309).

Ser descortês, denunciar outros, dar expressão a juízos ásperos e severos, entreter pensamentos maus, não é resultado daquela sabedoria que vem de cima. ... A linguagem do cristão tem de ser mansa e circunspecta, pois sua santa fé dele requer que represente Cristo ao mundo. Todos os que permanecem em Cristo manifestarão a bondosa e perdoadora cortesia que caracterizava Sua vida. Suas obras serão obras de piedade, equidade e pureza. Possuirão sabedoria humilde, e porão em exercício o dom da graça de Jesus. 
"A paz de Deus... domine em vossos corações; e sede agradecidos. A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração." Col. 3:15 e 16. Era esta a prática de Cristo. Era muitas vezes assaltado pela tentação, mas em vez de ceder ou sentir-se provocado, cantava louvores a Deus. Com cânticos espirituais detinha Ele a fluente fala dos que estavam sendo usados por Satanás para criar discórdia. ...
Os que amam a Deus, quando são tentados cantem os louvores de seu Criador, em vez de pronunciar palavras de acusação ou crítica. O Senhor abençoará os que assim procuram promover a paz. Confiai em Deus. Sede cuidadosos para não dardes ao inimigo vantagem alguma, mediante palavras desavisadas. Conservai-vos olhando para Jesus. É Ele vossa força. ...
Sede tão atenciosos, tão ternos, tão compassivos, que a atmosfera que vos circunda seja como perfumada pela bênção de Deus (Para Conhecê-Lo [MM 1965], p. 181). 

O Senhor ajudará a cada um de nós onde mais necessitarmos na grande obra de vencer e sujeitar o próprio eu. Esteja em vossos lábios a lei da bondade, e o óleo da graça em vosso coração. Isto produzirá maravilhosos resultados. Sereis brandos, cheios de simpatia, corteses. Necessitais de todas essas graças. Importa que o Espírito Santo seja recebido e introduzido em vosso caráter; então, Ele será qual fogo sagrado, produzindo incenso que ascenderá a Deus, não de lábios que condenam, mas como um restaurador dos homens. Vossa fisionomia refletirá a imagem do divino. ... Deus requer que toda pessoa a Seu serviço acenda seus incensários com brasas do fogo sagrado. As palavras profanas, severas, ásperas que tão prontamente brotam de vossos lábios, precisam ser reprimidas, e o Espírito de Deus falará por meio do instrumento humano. Contemplando o caráter de Cristo vos transformareis à Sua semelhança. Unicamente a graça de Cristo vos pode mudar o coração, e então refletireis a imagem do Senhor Jesus. Deus nos chama a sermos semelhantes a Ele - puros, santos, incontaminados. Cumpre-nos apresentar a imagem do divino (Filhos e Filhas de Deus [MM 1956/2005], p. 102). 

Sexta, 24 de agosto: Estudo adicional

Este Dia com Deus [MM 1980], "Cristãos Guiados pelo Espírito", p. 325.



Os trechos em destaque foram extraídos dos originais, mas estão ausentes na compilação do comentário.

sábado, 11 de agosto de 2018

3º TRIMESTRE 2018 - LIÇÃO 7 - COMENTÁRIOS DE ELLEN WHITE SOBRE A LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA


Verso para Memorizar:
 “Tomai, pois, irmãos, conhecimento de que se vos anuncia remissão de pecados por intermédio deste; e, por meio Dele, todo o que crê é justificado de todas as coisas das quais vós não pudestes ser justificados pela lei de Moisés” (At 13:38, 39).

Sábado à tarde, 11 de agosto

Seus trabalhos foram mais abundantes do que de qualquer dos discípulos, seus açoites acima da medida. Foi espancado com varas, apedrejado, sofreu naufrágios, esteve à morte muitas vezes. Esteve em perigo por terra e mar, na cidade e no deserto, em perigos de ladrões, em perigos dos de sua nação. Prosseguiu em sua missão sob contínuas enfermidades, em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em frio e nudez. ... Quando interrogado pelo sanguinário Nero, ninguém estava a seu lado. ...
Mas porventura dedicou Paulo seu precioso tempo a relatar os ofensivos abusos que sofrera? Não, ele desviou a atenção, de si mesmo para Jesus. Não vivia para sua própria felicidade, entretanto era feliz. ... "Transbordante de gozo em todas as nossas tribulações." II Cor. 7:4. [...]
Paulo era vivo exemplo do que deve ser todo cristão verdadeiro. Vivia para glória de Deus. ... "Para mim o viver é Cristo" (Filip. 1:21; Nossa Alta Vocação [MM 1962], p. 361).

Grande parte do assim chamado cristianismo transmite uma fidelidade benigna, mas é dessa forma pois aqueles que o professam não têm de enfrentar perseguição por amor à verdade. Quando chegar o tempo em que a lei de Deus for invalidada e a igreja for peneirada pelas provas ardentes que provarão a todos os que vivem sobre a Terra, uma grande proporção daqueles que supostamente são genuínos cristãos dará ouvidos a espíritos enganadores e se tornarão infiéis, traindo sagrados legados. Eles se demonstrarão nossos piores perseguidores. “Dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles” (At 20:30); e muitos darão ouvidos a espíritos enganadores.
Aqueles que têm subsistido da carne e do sangue do Filho de Deus - Sua Santa Palavra — serão fortalecidos, arraigados e fundamentados na fé. Verão crescentes evidências da razão pela qual devem prezar a Palavra de Deus e obedecê-la. Com Davi, dirão: “Já é tempo, Senhor, para intervires, pois a Tua lei está sendo violada. Amo os Teus mandamentos mais do que o ouro, mais do que o ouro refinado” (SI 119:126, 127). Enquanto outros os consideram como escória, eles se levantarão para defender a fé. Todos os que procurarem sua conveniência, seu prazer, seu benefício, não suportarão a prova (RH, 08/06/1897; Comentário de Ellen White, no Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 6, p. 1.184).

A todos os povos e nações e tribos e línguas deve a verdade ser proclamada. Chegou o tempo de ser feito muito trabalho intensivo nas cidades e em todos os campos negligenciados e não trabalhados. 
Requer-se agora trabalho diligente. Nesta crise, nenhum esforço incompleto será bem-sucedido. Em todo o nosso trabalho nas cidades, devemos sair em busca de almas. Planos sábios têm que ser ideados, a fim de que esse trabalho seja feito com o melhor proveito possível. [...]
Oh! Como me parece ouvir a voz dia e noite: "Avançai; acrescentai novo território; penetrai em novos campos com a tenda, e dai ao mundo a derradeira mensagem de advertência. Não há tempo para perder. Deixai Meu memorial em cada lugar aonde fordes. Meu Espírito irá adiante de vós, e a glória do Senhor será vossa retaguarda" (Evangelismo, p. 59, 61).

Domingo, 12 de agosto: Salamina e Pafos

A igreja cristã estava a esse tempo entrando numa fase importante. A obra de proclamar a mensagem evangélica entre os gentios devia agora prosseguir com vigor; e, em resultado, a igreja se havia de fortalecer por uma grande colheita de almas. Os apóstolos que tinham sido designados para dirigir essa obra, estariam expostos a suspeitas, preconceitos e ciúmes. Seus ensinos a respeito da demolição da "parede de separação que estava no meio" (Efés. 2:14), a qual por tanto tempo separara o mundo judaico do gentílico, haviam naturalmente de acarretar-lhes a acusação de heresia; e sua autoridade como ministros do evangelho seria posta em dúvida por muitos judeus zelosos e crentes. Deus previu as dificuldades que Seus servos seriam chamados a enfrentar; e para que Sua obra estivesse acima de acusação, instruiu a igreja, mediante revelação, a separá-los publicamente para a obra do ministério. Sua ordenação era um reconhecimento público de sua divina designação para levar aos gentios as boas novas do evangelho (Atos dos Apóstolos, p. 161).

Não é sem luta que Satanás permite ser o reino de Deus estabelecido na Terra. As forças do mal estão empenhadas em incessante luta contra os instrumentos indicados para disseminar o evangelho; e esses poderes das trevas são especialmente ativos quando a verdade é proclamada diante de homens de reputação e genuína integridade. Assim foi quando Sérgio Paulo, o procônsul de Chipre, estava ouvindo a mensagem do evangelho. O procônsul tinha solicitado a presença dos apóstolos, para ser instruído na mensagem que possuíam; e agora as forças do mal, operando por intermédio de Elimas, o encantador, procuravam com malignas sugestões desviá-lo da fé, e impedir assim o propósito de Deus. [...]
O mágico tinha cerrado os olhos às evidências da verdade evangélica, e o Senhor, em justa indignação, fez que seus olhos naturais se fechassem, deles excluindo a luz do dia. Esta cegueira não foi permanente, mas apenas por certo período, a fim de que fosse advertido e se arrependesse, buscando o perdão de Deus a quem tão gravemente ofendera. A confusão em que assim foi lançado, tornou de nenhum efeito suas artes sutis contra a doutrina de Cristo. O fato de ter ele de andar apalpando, em sua cegueira, provou a todos que os milagres que os apóstolos haviam realizado, e que Elimas acusara de serem prestidigitações, haviam sido operados pelo poder de Deus. O procônsul, convencido da verdade da doutrina ensinada pelos apóstolos, aceitou o evangelho (Atos dos Apóstolos, p. 167, 168).

Deus me instruiu a dizer-vos e a todo o Seu povo que deveis ser muito cuidadosos para não resistir à atuação do Espírito Santo - o Consolador enviado por Cristo - temendo dar o primeiro passo presunçoso de resistência. Quando Cristo falou aos discípulos a respeito do Espírito Santo, procurou elevar-lhes os pensamentos e ampliar suas expectativas a fim de que se apossassem da mais alta concepção de excelência. Procuremos entender Suas palavras. Procuremos apreciar o valor do maravilhoso dom que Ele nos concedeu. Busquemos a plenitude do Espírito Santo (Este Dia com Deus [MM 1980], p. 269).

Segunda, 13 de agosto: Antioquia da Pisídia: Parte 1

O próprio Salvador, durante o Seu ministério terrestre, predisse a disseminação do evangelho entre os gentios. Na parábola da vinha Ele declarou aos impenitentes judeus: "O reino de Deus vos será tirado, e será dado a uma nação que dê os seus frutos." Mat. 21:43. E depois de Sua ressurreição Ele comissionou os discípulos para irem "por todo o mundo" (Mat. 28:19), a ensinar "todas as nações". Não deviam deixar de advertir a ninguém, mas deviam pregar "o evangelho a toda a criatura". Mar. 16:15.
Voltando-se para os gentios em Antioquia da Pisídia, Paulo e Barnabé não deixaram de trabalhar pelos judeus de outras partes, onde quer que a oportunidade lhes deparasse ouvintes. Posteriormente, em Tessalônica, em Corinto, em Éfeso e em outros importantes centros, Paulo e seus companheiros de trabalho pregaram o evangelho tanto a judeus como a gentios. Mas suas maiores energias eram daí por diante dirigidas no sentido de estabelecer o reino de Deus em território gentílico, entre povos que tinham pouco ou nenhum conhecimento do verdadeiro Deus e de Seu Filho (Atos dos Apóstolos, p. 174, 175).

Quando o cristão está na expectativa de deveres e severas provações que ele espera que lhe sobrevenham, devido a sua profissão de fé cristã, é humano e natural pensar nas consequências e esquivar-se às perspectivas, e isto será decididamente assim ao nos aproximarmos do fim da história terrestre. Podemos ser animados pela veracidade da Palavra de Deus, por Cristo nunca haver abandonado Seus filhos como o seu seguro Dirigente na hora de sua provação; pois temos o relato verídico dos que estiveram sob os poderes opressivos de Satanás, de que Sua graça corresponde a seus dias. Deus é fiel, e não permitirá que sejamos tentados além das nossas forças. ... 
[...] [O crente] não deve estar fazendo amplas provisões para si mesmo para proteger-se contra a provação, pois ele é somente o instrumento de Deus e deve avançar com um só propósito, guarnecendo dia a dia sua mente e alma, para que não sacrifique um só princípio de sua integridade, mas não faça afirmações jactanciosas e ameaças, nem diga o que irá fazer ou deixar de fazer. Pois não sabe o que irá fazer até que seja provado (Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 398, 399).

Conquanto o pecador não possa salvar-se a si próprio, tem algo que fazer para conseguir a salvação. "O que vem a Mim", disse Cristo, "de maneira nenhuma o lançarei fora." João 6:37. Mas devemos ir a Ele; e, quando nos arrependemos de nossos pecados, devemos crer que Ele nos aceita e perdoa. A fé é dom de Deus, mas a faculdade de exercê-la é nossa. A fé é a mão pela qual a alma se apodera das ofertas divinas de graça e misericórdia.
Nada além da justiça de Cristo pode dar-nos direito às bênçãos do concerto da graça. Muitos há que durante longo tempo têm desejado e procurado obter essas bênçãos, mas não as têm recebido, porque têm acariciado a ideia de que podiam fazer algo para se tornarem dignos das mesmas. Eles não têm olhado fora de si, e crido que Jesus é um Salvador inteiramente capaz. Não devemos crer que nossos próprios méritos nos salvarão; Cristo é a nossa única esperança de salvação. "Debaixo do Céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos" (Atos 4:12; Patriarcas e Profetas, p. 431).

Terça, 14 de agosto: Antioquia da Pisídia: Parte 2

Reiteradas vezes me tem sido apresentado o perigo de nutrir, como um povo, falsas ideias da justificação pela fé. Durante anos tem-me sido mostrado que Satanás trabalharia de maneira especial para confundir a mente quanto a esse ponto. Tem-se alongado sobre a lei de Deus e ela tem sido apresentada às congregações quase de modo tão destituído do conhecimento de Jesus Cristo e de Sua relação para com a lei como a oferta de Caim. Foi-me mostrado que muitos se conservam longe da fé devido às ideias embaralhadas e confusas acerca da salvação, e porque os pastores têm trabalhado de maneira errônea para alcançar os corações. O ponto que durante anos tem sido recomendado com insistência à minha mente é a justiça imputada de Cristo. Tenho estranhado que este assunto não se tenha tornado o tema de sermões em nossas igrejas em todas as partes do país, sendo que tão constantemente é realçado perante mim e eu o tenho tornado o assunto de quase todo sermão e palestra que hei proferido para o povo (Fé e Obras, p. 18).

Semelhantemente às novas do nascimento do Salvador, a mensagem do segundo advento não foi confiada aos dirigentes religiosos do povo. Eles não haviam preservado sua união com Deus, recusando a luz do Céu; não eram, portanto, do número descrito pelo apóstolo Paulo: "Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão; porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas." I Tess. 5:4 e 5. [...]
Os vigias sobre os muros de Sião deveriam ter sido os primeiros a aprender as novas do advento do Salvador, os primeiros a alçar a voz para proclamar achar-Se Ele perto, os primeiros a advertir o povo a fim de que se preparasse para a Sua vinda. Entregavam-se, porém, ao comodismo, sonhando em paz e segurança, enquanto o povo dormia em seus pecados. Jesus viu a Sua igreja, semelhando a figueira estéril, coberta de pretensiosas folhas e no entanto destituída do precioso fruto. Notava-se alardeada observância das formas da religião, enquanto faltava o espírito da verdadeira humildade, arrependimento e fé - o que unicamente poderia tornar aceitável o culto a Deus. Em vez das graças do Espírito, havia manifesto orgulho, formalismo, vanglória, egoísmo, opressão. Uma igreja apóstata fechava os olhos aos sinais dos tempos. Deus não a abandonou, nem permitiu que Sua fidelidade lhe faltasse; dEle, porém, afastara-se, e separara-se de Seu amor. Recusando-se ela a satisfazer às condições, Suas promessas não foram para com ela cumpridas.
Esse é o resultado certo de não apreciar nem aproveitar a luz e privilégios que Deus confere. A menos que a igreja siga o caminho que lhe abre a Providência, aceitando todo raio de luz, cumprindo todo dever que lhe seja revelado, a religião fatalmente degenerará em formalismo, e desaparecerá o espírito da piedade vital. Esta verdade tem sido repetidas vezes ilustrada na história da igreja. Deus requer de Seu povo obras de fé e obediência correspondentes às bênçãos e privilégios conferidos. A obediência exige sacrifício e implica uma cruz; e este é o motivo por que tantos dentre os professos seguidores de Cristo se recusam a receber a luz do Céu e, como aconteceu com os judeus de outrora, não conhecem o tempo de Sua visitação (Luc. 19:44). Por causa de seu orgulho e incredulidade, o Senhor os passa por alto, e revela Sua verdade aos que, à semelhança dos pastores de Belém e dos magos do Oriente, têm prestado atenção a toda a luz que receberam (O Grande Conflito, p. 315, 316).

Como a mensagem do evangelho se espalhasse na Pisídia, judeus incrédulos de Antioquia, em seu cego preconceito, "incitaram algumas mulheres religiosas e honestas, e os principais da cidade, e levantaram perseguição contra Paulo e Barnabé, e os lançaram" (Atos 13:50) fora daquele distrito.
Os apóstolos não ficaram desencorajados por este tratamento; lembraram-se das palavras de seu Mestre: "Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem, e mentindo, disserem todo o mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós." Mat. 5:11 e 12.
A mensagem do evangelho estava avançando, e os apóstolos tinham todo o motivo de sentir-se encorajados. Suas atividades entre os de Antioquia da Pisídia, tinham sido ricamente abençoadas, e os crentes a quem tinham deixado a conduzir a obra sozinhos por algum tempo, "estavam cheios de alegria e do Espírito Santo" (Atos 13:52; Atos dos Apóstolos, p. 176).

Quarta, 15 de agosto: Icônio

De Antioquia da Pisídia, Paulo e Barnabé foram para Icônio. Neste lugar, como em Antioquia, começaram suas atividades na sinagoga de seu próprio povo. Tiveram assinalado sucesso; "creu uma grande multidão, não só de judeus mas de gregos". Mas em Icônio, como em outros lugares onde os apóstolos trabalharam, "os judeus incrédulos incitaram e irritaram, contra os irmãos, os ânimos dos gentios". Atos 14:1 e 2.
Os apóstolos, entretanto, não recuaram de sua missão; pois muitos estavam aceitando o evangelho de Cristo. Enfrentando a oposição, inveja e preconceito foram eles avante com sua obra, "falando ousadamente acerca do Senhor"; e Deus "dava testemunho à palavra de Sua graça, permitindo que por suas mãos se fizessem sinais e prodígios". Atos 14:3. Essas evidências da aprovação divina tinham poderosa influência sobre aqueles cuja mente estava aberta à convicção, e multiplicavam-se os conversos ao evangelho. 
A crescente popularidade da mensagem apresentada pelos apóstolos encheu de inveja e ódio os judeus incrédulos e eles determinaram fazer cessar de uma vez os trabalhos de Paulo e Barnabé. Por meio de relatos falsos e exagerados, levaram as autoridades a temer que toda a cidade estivesse em perigo de ser incitada a uma insurreição. Declararam que grande número se estava aliando aos apóstolos, e sugeriram que havia nisto desígnios secretos e perigosos (Atos dos Apóstolos, p. 177, 178).

Paulo era um apóstolo inspirado, contudo o Senhor não lhe revelava em todos os tempos a condição exata de Seu povo. Os que estavam interessados na prosperidade da igreja e que tinham visto males nela penetrando apresentaram o assunto perante ele, e, pela luz que recebera anteriormente, achava-se preparado para julgar o verdadeiro caráter desses desenvolvimentos. Conquanto o Senhor não lhe houvesse dado uma nova revelação para esse tempo especial, os que estavam realmente em busca de luz não rejeitaram sua mensagem como se fosse apenas uma carta comum. Não mesmo. O Senhor lhe mostrara as dificuldades e os perigos que surgiriam nas igrejas, para que quando se manifestassem ele soubesse exatamente como enfrentá-los (Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 55). 

Deus põe Seu amor no povo eleito que vive entre os homens. Esses são o povo a quem Cristo redimiu a preço do próprio sangue; e como eles correspondem a atração de Cristo mediante a soberana misericórdia de Deus, são eleitos para ser salvos como Seus filhos obedientes. Manifesta-se neles a abundante graça de Deus, o amor com que os amara. Todo aquele que se humilhar como uma criancinha, que receber a Palavra de Deus e a ela obedecer com a simplicidade de uma criança, achar-se-á entre os eleitos de Deus (Nossa Alta Vocação [MM 1962], p. 75).

Nos concílios do Céu, foi feita provisão para que o homem, embora transgressor, não perecesse na sua desobediência mas, pela fé em Cristo como seu substituto e segurança, pudesse tornar-se eleito de Deus, predestinado para a adoção de filho por Jesus e para Ele segundo a Sua vontade. Deus deseja que todos se salvem; para isso foi feita ampla provisão ao dar Seu Filho unigênito para pagar o resgate do homem. Os que se perderem, perecerão porque se recusaram ser adotados como filhos de Deus mediante Cristo Jesus (A Fé Pela Qual Eu Vivo [MM 1959], p. 157).

Quinta, 16 de agosto: Listra e Derbe

Acompanhado de Barnabé, foi ele para outras cidades, pregando a Jesus e operando milagres, e muitos eram convertidos. Havendo sido curado um homem que sempre fora coxo, a população que era adoradora de ídolos estava prestes a queimar sacrifícios em honra dos discípulos. Paulo sentiu-se mortificado, e disse que ele e seu companheiro eram apenas homens, e que unicamente o Deus que fizera o céu e a Terra, o mar e tudo que neles há, devia ser adorado. Assim Paulo exaltou a Deus perante o povo; mas não lhe foi fácil contê-los. A primeira concepção de fé no verdadeiro Deus, e de adoração e honra a Ele devida, estava sendo formada em suas mentes; e ao passo que ouviam a Paulo, Satanás estava instigando os judeus incrédulos de outras cidades a irem após Paulo e destruírem a boa obra realizada por meio dele. Esses judeus inflamaram o espírito dos idólatras mediante falsos relatos sobre Paulo. A estima e admiração do povo agora transmudou-se em ódio, e os que pouco antes estavam prontos a adorar os discípulos, apedrejaram a Paulo e o arrastaram para fora da cidade, supondo que estivesse morto. Mas rodeando-o os discípulos, e chorando por ele, Paulo, para alegria e satisfação deles, levantou-se e entrou com eles na cidade (Primeiros Escritos, p. 203).

Conquanto possuísse altos dotes intelectuais, a vida de Paulo revelava o poder de uma sabedoria mais rara. Princípios do mais profundo alcance, princípios a respeito dos quais os maiores espíritos do seu tempo eram ignorantes, desdobravam-se em seus ensinos e exemplificavam-se em sua vida. Ele possuía a maior de todas as sabedorias - a que proporciona prontidão para discernir e simpatia de coração, e que põe o homem em contato com os homens, e o habilita a suscitar sua melhor natureza e inspirá-los a uma vida mais elevada.
Escute-lhe as palavras diante dos pagãos de Listra, quando ele os dirige a Deus, revelado na natureza, fonte de todo o bem, "dando-vos chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e de alegria o vosso coração" (Atos 14:17; Educação, p. 66).

Paulo não esquecia as igrejas que havia estabelecido. Depois de fazerem uma viagem missionária, Paulo e Barnabé repassavam seu caminho, visitavam as igrejas que haviam estabelecido, escolhendo delas homens a quem pudessem preparar a fim de se unirem na proclamação do evangelho.
Este aspecto da obra de Paulo contém uma importante lição para os ministros de hoje. O apóstolo constituiu como parte de seu trabalho educar jovens para o encargo do ministério. Levava-os consigo em suas viagens missionárias e assim adquiriam experiência que mais tarde os habilitava a ocupar posições de responsabilidade. Separado deles, conservava-se ainda em contato com o trabalho deles, e suas cartas a Timóteo e a Tito são provas de quão profundo era o seu desejo pelo êxito deles.
Os experimentados obreiros de hoje fazem nobre obra quando, em vez de procurarem levar todos os encargos sozinhos, adestram obreiros mais jovens e colocam responsabilidades sobre seus ombros.
Paulo jamais esqueceu a responsabilidade que repousava sobre ele como ministro de Cristo, nem que, se almas se perdessem por infidelidade de sua parte, Deus o faria responsável (Atos dos Apóstolos, p. 368). 

Sexta, 17 de agosto: Estudo adicional

Fé e Obras, "Falar de Fé, Viver e Agir Pela Fé", p. 78.



Os trechos em destaque foram extraídos dos originais, mas estão ausentes na compilação do comentário.