sábado, 28 de julho de 2018

3º TRIMESTRE 2018 - LIÇÃO 5 - COMENTÁRIOS DE ELLEN WHITE SOBRE A LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA


Verso para Memorizar:
 “Vai, porque este é para Mim um instrumento escolhido para levar o Meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel” (At 9:15).

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Sábado à tarde, 28 de julho

Antes de sua conversão, Paulo era acérrimo perseguidor dos seguidores de Cristo. Mas, à porta de Damasco, uma voz lhe falou, sua alma foi iluminada por uma luz celeste, e na revelação que aí lhe foi dada do Crucificado, viu alguma coisa que lhe mudou o inteiro curso da vida. Daí em diante colocava acima de tudo o amor ao Senhor da glória, a quem havia tão incansavelmente perseguido na pessoa de Seus santos. Fora-lhe confiado o tornar conhecido "o mistério que desde tempos eternos esteve oculto". Rom. 16:25. "Este é para Mim um vaso escolhido", declarou o Anjo que apareceu a Ananias, "para levar o Meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel." Atos 9:15. [...]
A vida de Paulo foi de atividades várias e intensas. De cidade a cidade, de um país a outro, viajava, contando a história da cruz, ganhando conversos ao evangelho, e estabelecendo igrejas. Por essas igrejas tinha ele constante cuidado, e escreveu às mesmas várias cartas de instruções. Por vezes trabalhava no seu ofício a fim de ganhar o pão cotidiano (Obreiros Evangélicos, p. 58, 59). 

Como se acham muitos hoje, assim Paulo (antes de sua conversão) era muito confiante numa piedade hereditária; sua confiança, porém, baseava-se numa falsidade. Era uma fé fora de Cristo, pois confiava em formas e cerimônias. Seu zelo pela lei era desligado de Cristo, e sem valor. Seu orgulho era de que ele se achava inculpável na prática dos atos da lei; mas ao Cristo que valorizou a lei, ele recusava. Confiava em que estivesse direito. Diz ele: "Bem tinha eu imaginado que contra o nome de Jesus nazareno devia eu praticar muitos atos; o que também fiz em Jerusalém. E, havendo recebido poder dos principais dos sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e quando os matavam eu dava o meu voto contra eles." Atos 26:9 e 10. Por algum tempo Paulo fez uma obra muito cruel, julgando estar prestando serviço a Deus, pois diz ele: "Porque o fiz ignorantemente, na incredulidade." I Tim. 1:13. Sua sinceridade, porém, não lhe justificou a obra, nem fez do erro, verdade.
A fé é o meio pelo qual a verdade ou o erro encontram abrigo na mente. É pelo mesmo ato da mente que se recebe a verdade ou o erro, mas faz grande diferença crermos na Palavra de Deus ou nos ditos dos homens. Quando Cristo Se revelou a Paulo, e este se convenceu de que estava perseguindo a Jesus na pessoa de Seus santos, aceitou ele a verdade como é em Jesus. Manifestou-se-lhe no caráter e na mente um poder transformador e ele se tornou um novo homem em Cristo Jesus. Recebeu a verdade tão plenamente que nem a Terra nem o inferno lhe poderiam abalar a fé (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 346).

A semana - sete anos - findou em 34 d.C. Então pelo apedrejamento de Estêvão os judeus selaram finalmente sua rejeição do evangelho; os discípulos que foram espalhados pela perseguição "iam por toda parte, anunciando a Palavra" (Atos 8:4); e pouco depois, Saulo o perseguidor foi convertido, e tornou-se Paulo, o apóstolo dos gentios (Profetas e Reis, p. 699).

Domingo, 29 de julho: Perseguidor da igreja

Depois da morte de Estêvão, levantou-se em Jerusalém uma perseguição tão implacável contra os crentes que "todos foram dispersos pelas terras da Judéia e Samaria". Atos 8:1. Saulo "assolava a igreja, entrando pelas casas: e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão". Atos 8:3. De seu zelo nesta cruel obra disse ele posteriormente: "Bem tinha eu imaginado que contra o nome de Jesus Nazareno devia eu praticar muitos atos; o que também fiz em Jerusalém. E, havendo recebido poder dos principais dos sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; ... e, castigando-os muitas vezes por todas as sinagogas, os obriguei a blasfemar. E, enfurecido demasiadamente contra eles, até nas cidades estranhas os persegui." Atos 26:9-11. Que Estêvão não foi o único que sofreu a morte pode ser evidenciado das próprias palavras de Saulo: "E quando os matavam eu dava o meu voto contra eles" (Atos 26:9; Atos dos Apóstolos, p. 103).

A mente de Saulo foi grandemente agitada pela triunfante morte de Estêvão. Ele foi sacudido em seus preconceitos; porém as opiniões e argumentos dos sacerdotes e príncipes finalmente o convenceram de que Estêvão fora um blasfemo, que Jesus Cristo, a quem ele pregava, fora um impostor e que tinham de ter razão esses que ministravam no templo. Sendo um homem de opinião decidida e firme propósito, tornou-se mais severo em sua oposição ao cristianismo, depois de ter assentado de uma vez na mente que as opiniões dos sacerdotes e escribas eram corretas. Seu zelo levou-o a voluntariamente empenhar-se na perseguição aos crentes. Fez com que homens santos fossem arrastados perante os tribunais, e aprisionados ou condenados à morte sem prova de qualquer ofensa, salvo sua fé em Jesus. De caráter similar, embora numa direção diferente, foi o zelo de Tiago e João quando quiseram pedir fogo do céu para consumir aqueles que desprezavam o seu Mestre e dEle escarneciam.
Saulo estava para viajar a Damasco a seus próprios negócios; mas estava determinado a executar um duplo propósito, descobrindo, quando fosse, todos os crentes em Cristo. Para este propósito obteve cartas do sumo sacerdote para ler nas sinagogas, as quais o autorizavam a prender todos os que fossem suspeitos de serem crentes em Jesus, e mandá-los com mensageiros a Jerusalém, onde seriam julgados e castigados. Ele pôs-se a caminho, cheio do vigor da varonilidade e do fogo de um zelo equivocado (História da Redenção, p. 268, 269).

Temos evidência na Palavra de Deus de que Seu povo está sujeito a ser grandemente enganado. Há muitos casos onde aquilo que parece ser zelo sincero pela honra de Deus tem sua origem em deixar o coração desprevenido para o inimigo tentar e impressionar a mente com um senso pervertido do estado real das coisas. E podemos esperar exatamente essas coisas nestes últimos dias, pois Satanás está tão ocupado agora como estava na congregação de Israel. A crueldade e a força do preconceito não são compreendidas. Depois da congregação ter tido a evidência diante de seus olhos da destruição de seus líderes em rebelião, o poder da suspeita e desconfiança que tinha sido admitido em sua mente não foi removido. Viram a terra abrir-se e os líderes da rebelião descer ao seio da terra. Essa demonstração terrível certamente devia tê-los curado e os levado ao mais profundo arrependimento por sua ofensa a Moisés (Testemunhos para a Igreja, v. 3, p. 353). 

Há na natureza humana a tendência de pender para os extremos, e de um extremo a outro inteiramente oposto. Muitos são fanáticos. São consumidos por um ardente zelo, o qual é tomado por religião; mas o caráter é a verdadeira prova do discipulado. Têm eles a mansidão de Cristo? Têm Sua humildade e suave benevolência? Está o templo da alma vazio de orgulho, arrogância, egoísmo e crítica? Caso não seja assim, eles não sabem de que espírito são. Não compreendem que o verdadeiro cristianismo consiste em produzir muito fruto para a glória de Deus (Testemunhos para a Igreja, v. 5, p. 305, 306).

Segunda, 30 de julho: Na estrada de Damasco

Quando os fatigados viajantes se aproximavam de Damasco, os olhos de Saulo repousaram com prazer sobre as terras férteis, belos jardins e pomares frutíferos e as frescas correntes que seguiam murmurantes em meio à verdejante vegetação. Era muito refrigerante contemplar tal cenário, depois de uma longa e cansativa viagem através da vastidão desolada. Enquanto Saulo e seus companheiros contemplavam e admiravam, subitamente uma luz mais brilhante que a do Sol brilhou ao redor, "e, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que Me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a Quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões". Atos 9:4 e 5. [...]
Este único olhar sobre aquele glorioso Ser gravou Sua imagem para sempre na alma do abalado judeu. As palavras atingiram seu coração com terrificante força. Nos entenebrecidos recessos do espírito derramou-se-lhe uma inundação de luz, revelando sua ignorância e erro. Viu que, conquanto imaginando estar zelosamente servindo a Deus no perseguir aos seguidores de Cristo, estivera na realidade fazendo a obra de Satanás (História da Redenção, p. 269)..

Que humilhação foi para Paulo sabe que o tempo todo em que estivera usando suas habilidades contra a verdade, crendo que fazia o serviço de Deus ele perseguia a Cristo! Quando o Salvador Se revelou a Paulo nos raios brilhantes de Sua glória, ele aborreceu sua obra e a si mesmo. O poder da glória de Cristo poderia tê-lo destruído, mas Paulo foi um prisioneiro da esperança. Ficou fisicamente cego por causa da glória da presença Daquele de quem havia blasfemado, mas foi para que pudesse ter visão espiritual, para que pudesse ser despertado da letargia que havia entorpecido e diminuído suas percepções. Sua consciência, despertada, atuava então energicamente acusando-o. O zelo de sua obra, sua decidida resistência à luz que sobre ele havia brilhado pelos mensageiros de Deus lhe trouxeram condenação, e ele se encheu de amargo remorso. Não mais se via como justo, mas como condenado pela lei em pensamento, espírito e em atos; Viu-se como um pecador, totalmente perdido, destituído do Salvador que estivera perseguindo. Durante os dias e as noites de sua cegueira ele teve tempo para reflexão e se lançou completamente impotente e sem esperança sobre Cristo, o único que podia perdoá-lo e vesti-lo com Sua justiça (Ms 23, 1899; Comentários de Ellen White, no Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 6, p. 1.175).

Quando se faz da Bíblia o livro de estudo, com fervorosa súplica quanto à guia do Espírito e com uma entrega do coração para ser santificado pela verdade, tudo quanto Cristo prometeu se cumprirá. O resultado do estudo da Bíblia assim feito será uma mente bem equilibrada. Avivar-se-á a compressão; serão despertadas as sensibilidades. A consciência tornar-se-á sensível; as simpatias e sentimentos se purificarão; criar-se-á melhor atmosfera moral; e novo poder será comunicado para resistir à tentação (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 357).

Terça, 31 de julho: A visita de Ananias

Ananias mal podia crer nas palavras do anjo; pois a notícia da tenaz perseguição aos santos em Jerusalém tinha-se espalhado amplamente. Atreveu-se a argumentar: "Senhor, a muitos ouvi acerca deste homem, quantos males tem feito aos Teus santos em Jerusalém; e aqui tem poder dos principais dos sacerdotes para prender a todos os que invocam o Teu nome." Mas a ordem foi imperativa: "Vai, porque este é para Mim um vaso escolhido, para levar o Meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel." Atos 9:13-15.
Obediente à orientação do anjo, Ananias saiu em busca do homem que ainda recentemente havia respirado ameaças contra todos os que criam no nome de Jesus; e colocando as mãos sobre a cabeça do penitente sofredor, disse: "Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo.
"E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado" (Atos 9:17 e 18; Atos dos Apóstolos, p. 121, 122).

Sempre o Senhor confere ao instrumento humano a sua obra. Eis aí a cooperação humana e a divina. Eis o homem trabalhando em obediência à luz divina concedida. Se Saulo tivesse dito: Senhor, não estou nada inclinado a seguir Tuas específicas direções para operar minha salvação, então poderia o Senhor ter deixado a luz brilhar sobre Saulo dez vezes, e teria sido inútil.
É a obra do homem cooperar com o divino. E é o mais árduo e severo conflito o que se apresenta com o propósito e a hora da grande resolução e decisão do humano de inclinar a vontade e a direção à vontade e conselho de Deus, confiando nas graciosas influências que o acompanharam toda a vida. Ao homem compete a obra de ter inclinação: "Porque Deus é o que opera em vós [em nós] tanto o querer como o efetuar, segundo a Sua boa vontade." Filip. 2:13. O caráter determinará a natureza da resolução e da ação. O efetuar não está de acordo com os sentimentos ou a inclinação, mas com a conhecida vontade de nosso Pai que está no Céu. Segui e obedecei a guia do Espírito Santo (Mente, Caráter e Personalidade, v. 2, p. 757). 

Não foi para exaltar-se, mas para magnificar a graça de Deus, que Paulo assim apresentou aos que estavam pondo em dúvida seu apostolado, provas de que não era "inferior aos mais excelentes apóstolos". II Cor. 11:5. Os que procuravam diminuir sua vocação e sua obra estavam lutando contra Cristo, cuja graça e poder eram manifestos através de Paulo. O apóstolo foi forçado, pela oposição de seus inimigos, a tomar decidida atitude de manter sua posição e autoridade (Atos dos Apóstolos, p. 388).

Quarta, 1º de agosto: O início do ministério de Paulo

Novas de apostasia em alguma das igrejas por ele estabelecidas causaram-lhe profunda tristeza. Temeu que seus esforços em benefício deles tivesse sido em vão. Muitas noites de insônia havia ele passado em oração e fervorosa meditação, quando ouvira que medidas estavam sendo tomadas para contrariar sua obra. Quando tinha oportunidade e quando as condições o requeriam, escrevia às igrejas reprovando, aconselhando, admoestando e encorajando. Nessas cartas o apóstolo não se detém sobre suas próprias lutas, embora houvesse vislumbres ocasionais de seus labores e sofrimentos na causa de Cristo. Açoites e prisões, frio, fome e sede, perigos por terra e por mar, nas cidades e no deserto, da parte de seus patrícios, dos pagãos e dos falsos irmãos - tudo isto ele sofreu por causa do evangelho. Foi "difamado", "injuriado", feito "a escória de todos", "angustiado", "perseguido", "em tudo atribulado", "a toda a hora em perigo, sempre entregue à morte por amor de Jesus". I Cor. 4:13.
Em meio a constantes tempestades de oposição, o clamor de inimigos e a deserção de amigos, o destemido apóstolo quase perdia o ânimo. Mas lançando um olhar retrospectivo ao Calvário, com novo ardor prosseguia disseminando o conhecimento do Crucificado. Ele estava palmilhando a trilha sangrenta que Cristo tinha palmilhado antes dele. Procurava não abandonar a luta até que pudesse depor a armadura aos pés de seu Redentor (Atos dos Apóstolos, p. 296, 297).

A alma provada pela tormenta nunca é amada mais ternamente por seu Salvador do que quando está sofrendo opróbrio por causa da verdade. Quando, por amor à verdade, o crente se encontra à barra de tribunais injustos, Cristo está ao seu lado. Todas as desonras que incidem sobre o crente incidem sobre Cristo na pessoa de Seus santos. "Eu o amarei diz Cristo - e Me manifestarei a ele." João 14:21. Cristo é condenado outra vez na pessoa de Seus discípulos crentes.
Quando, por amor à verdade, o crente é encarcerado dentro dos muros de uma prisão, Cristo Se manifesta a ele, e arrebata-lhe o coração com Seu amor (Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 420).

Devemos conservar nosso pensamento no amor, na misericórdia e benignidade de nosso Deus. ... O experimentarmos dúvidas e desencorajamentos não é sinal de que Jesus tenha deixado de nos amar. É pela providência de Deus que nos vem aflição, a fim de que possamos ver que Cristo é nosso Ajudador, que nEle existem amor e consolação. Podemos receber graça pela qual podemos ser vencedores, herdando a vida que se compara com a vida de Deus. Devemos ter tal firmeza que, ao nos sobrevir a aflição, não nos desviemos da fé, preferindo o lado de Satanás. ...
Com a mão da fé, apanhai as promessas de Deus, e mantende-vos em terreno vantajoso (Para Conhecê-Lo [MM 1965], p. 275).

Quinta, 2 de agosto: Retorno a Jerusalém

Quando Paulo entrou em Jerusalém, considerou com opiniões mudadas a cidade e o templo. Agora sabia que o juízo retributivo de Deus pendia sobre eles.
O desgosto e a ira dos judeus por causa da conhecida conversão de Paulo não conhecia limites. Mas estava firme qual uma rocha, e esperançoso de que quando relatasse sua maravilhosa experiência a seus amigos, estes mudariam sua fé como ele havia feito, e creriam em Jesus. Havia sido estritamente consciencioso em sua oposição a Cristo e Seus seguidores, e quando foi subjugado e convencido de seu pecado, imediatamente abandonou seus maus caminhos e professou a fé em Jesus. Agora cria plenamente que quando seus amigos e associados anteriores ouvissem as circunstâncias de sua maravilhosa conversão, e vissem quão diferente estava ele do orgulhoso fariseu que perseguira e entregara à morte aqueles que criam em Jesus como o Filho de Deus, eles também se tornariam convictos de seu erro e se uniriam às fileiras dos crentes (História da Redenção, p. 276, 277).

O principal objetivo [de Paulo] ao fazer esta visita, como ele próprio mais tarde declarou, era "ver a Pedro". Gál. 1:18. Tendo chegado à cidade onde outrora fora bem conhecido como "Saulo, o perseguidor", "procurava ele juntar-se aos discípulos, mas todos o temiam, não crendo que fosse 
discípulo". Era-lhes difícil crer que tão fanático fariseu, e um dos que tanto fizeram para destruir a igreja, se pudesse transformar num sincero seguidor de Jesus. "Então Barnabé, tomando-o consigo, o trouxe aos apóstolos, e lhes contou como no caminho ele vira ao Senhor e lhe falara, e como em Damasco falara ousadamente no nome de Jesus" (Atos dos Apóstolos, p. 128, 129).

A mesma devoção, consagração igual e igual submissão às exigências da Palavra de Deus que se manifestavam em Cristo, devem ver-se em Seus servos. Ele deixou Seu lar de segurança e paz, deixou a glória que tinha com o Pai antes que o mundo existisse, deixou Sua posição sobre o trono do Universo, e foi, como homem tentado e sofredor, em solidão, semear em lágrimas, regar com Seu sangue a semente da vida para um mundo perdido.
Assim devem Seus servos sair a semear. Quando chamado para tornar-se semeador da semente da verdade, foi dito a Abraão: "Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que Eu te mostrarei." Gên. 12:1. "E saiu, sem saber para onde ia" (Heb. 11:8), como portador da luz de Deus, para conservar vivo o Seu nome na Terra. Abandonou seu país, lar, parentes, e todas as aprazíveis relações de sua vida terrestre, para tornar-se peregrino e estrangeiro.
Assim ao apóstolo Paulo, orando no templo em Jerusalém, veio a mensagem: "Vai, porque hei de enviar-te aos gentios de longe." Atos 22:21. Da mesma maneira, os que são chamados a se unirem com Cristo, devem deixar tudo a fim de O seguirem. Velhas relações devem ser desfeitas, planos de vida postos à margem, renunciadas as esperanças terrestres. Em fadigas e lágrimas, em solidão e sacrifícios, deve a semente  ser lançada (Obreiros Evangélicos, p. 111, 112).

Sexta, 3 de agosto: Estudo adicional

Para Conhecê-Lo, "Da Derrota para a Vitória", p. 235.

sábado, 21 de julho de 2018

3º TRIMESTRE 2018 - LIÇÃO 4 - COMENTÁRIOS DE ELLEN WHITE SOBRE A LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA


Verso para Memorizar:
 “Crescia a palavra de Deus, e, em Jerusalém, se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé” (At 6:7).

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Sábado à tarde, 21 de julho

Quando Cristo bradou na cruz: "Está consumado", o véu do templo rasgou-se em duas partes. Este véu significava a nação judaica. Era feito do mais caro material, de púrpura e ouro, e era de grandes dimensões. No momento em que Cristo exalou o último suspiro, havia testemunhas no templo que contemplaram o rasgar daquela peça forte e resistente, de alto a baixo por mãos invisíveis. Esse ato significava para o universo celeste e para o mundo corrompido pelo pecado, que se abriu à raça caída um novo e vivo caminho, que todas as ofertas sacrificais terminaram na única e grande oferta do Filho de Deus. Aquele que havia até então habitado no templo feito por mãos, havia saído para nunca mais agraciá-lo com Sua presença (A Fé Pela Qual Eu Vivo [MM 1959], p. 201); Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 5, p. 1.237).

Por Cristo, a glória oculta do santo dos santos devia ser revelada. Ele sofrera a morte por todo homem, e por esta oferta, os filhos dos homens se deviam tornar filhos de Deus. Com cara descoberta, contemplando como por um espelho a glória do Senhor, os crentes em Cristo deviam ser transformados na mesma imagem, de glória em glória. O propiciatório, sobre o qual repousava a glória de Deus no santíssimo, é franqueado a todo o que aceitar a Cristo como propiciação pelo pecado, e por seu intermédio eles são postos em companheirismo com Deus. O véu está rasgado, a parede de separação derrubada, as ordenanças foram canceladas. Pela virtude de Seu sangue a inimizade está abolida. Pela fé em Cristo, judeus e gentios podem partilhar do pão vivo (Filhos e Filhas de Deus [MM 1956/2005], p. 228).

O que confessar a Cristo, tem de O possuir em si. Não pode comunicar aquilo que não recebeu. Os discípulos poderiam discorrer fluentemente acerca de doutrinas, poderiam repetir as palavras do próprio Cristo; mas a menos que possuíssem mansidão e amor cristãos, não O estariam confessando. Um espírito contrário ao de Cristo, negá-Lo-ia, fosse qual fosse a profissão de fé. Os homens podem negar a Cristo pela maledicência, por conversas destituídas de senso, por palavras inverídicas ou descorteses. Podem negá-Lo esquivando-se às responsabilidades da vida, pela busca dos prazeres pecaminosos. Podem negá-Lo conformando-se com o mundo, por uma conduta indelicada, pelo amor das próprias opiniões, pela justificação própria, por nutrir dúvidas, por ansiedades desnecessárias, e por deixar-se estar em sombras. Por todas essas coisas declaram não ter consigo a Cristo. E "qualquer que Me negar diante dos homens", diz Ele, "Eu o negarei também diante de Meu Pai, que está nos Céus".
O Salvador declarou a Seus discípulos que não esperassem que a inimizade do mundo para com o evangelho fosse vencida, e sua oposição deixasse de existir depois de algum tempo. Disse: "Não vim trazer paz, mas espada." Esse suscitar de conflitos não é efeito do evangelho, mas o resultado da oposição que lhe é movida. De todas as perseguições a mais dura de sofrer é a discórdia no lar, o afastamento dos mais queridos entes da Terra. Mas Jesus declara: "Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim não é digno de Mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após Mim, não é digno de Mim" (O Desejado de Todas as Nações, p. 357).

Domingo, 22 de julho: A nomeação dos sete

A igreja primitiva era constituída de muitas classes de pessoas de diferentes nacionalidades. Ao tempo do derramamento do Espírito Santo, no dia do Pentecoste, "em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu". Atos 2:5. Entre os que adotavam a fé dos hebreus, reunidos em Jerusalém, havia alguns comumente conhecidos como gregos; entre estes e os judeus da Palestina tinha havido desde muito tempo desconfiança e mesmo antagonismo.
O coração daqueles que se converteram mediante o trabalho dos apóstolos, abrandou-se e uniu-se pelo amor cristão. A despeito de preconceitos anteriores, todos estavam em harmonia uns com os outros. Satanás sabia que, enquanto esta união continuasse a existir, ele seria impotente para deter o progresso da verdade evangélica; e procurou tirar vantagem de anteriores hábitos de pensar, na esperança de que por este meio pudesse introduzir na igreja elementos de desunião (Atos dos Apóstolos, p. 87. 88).

O Espírito Santo sugeriu um método pelo qual os apóstolos poderiam ficar isentos da tarefa de repartir com os pobres, ou de tarefas similares, pois deviam ser deixados livres para pregar a Cristo. "E os doze, convocando a multidão dos discípulos, disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio. Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra." Atos 6:2-4.
A igreja de comum acordo escolheu sete homens cheios de fé e da sabedoria do Espírito de Deus, para atender aos negócios pertinentes à causa. Estêvão foi o primeiro escolhido; ele era judeu por nascimento e religião, mas falava a língua grega, e era versado nos costumes e maneiras dos gregos. Foi, portanto, considerado a pessoa mais apropriada para estar à testa e ter a supervisão da distribuição dos fundos destinados às viúvas, órfãos e aos reconhecidamente pobres. Esta escolha satisfez a todos, de modo que o descontentamento e a murmuração foram aquietados (História da Redenção, p. 259, 260).

"Os rumores circulados são frequentemente os destruidores da unidade entre os irmãos. Há alguns que vigiam com a mente e os ouvidos abertos para captar os escândalos que estão no ar. Reúnem pequenos incidentes que em si mesmos são sem importância, e que são repetidos e exagerados até que um homem é considerado um ofensor por uma palavra. Seu moto parece ser: 'Conte e nós o contaremos.' Esses mexeriqueiros fazem a obra de Satanás com surpreendente fidelidade, pouco sabendo quão ofensivo a Deus é seu procedimento. ... Se metade da energia e do zelo que devotam a essa obra ímpia fosse por eles empregada no exame do próprio coração, encontrariam tanta coisa a fazer para limpar sua alma da impureza, que não teriam tempo nem disposição para criticar seus irmãos, nem cairiam sob o poder dessa tentação. Deve a porta do espírito ser fechada contra: 'Dizem', ou 'Ouvi'. Por que não devemos nós, em vez de permitir que o ciúme ou as más suspeitas entrem em nosso coração, ir ao nosso irmão, e, depois de com franqueza mas de maneira bondosa apresentar-lhe as coisas que ouvimos e que vêm em detrimento de seu caráter e de sua influência, orar com ele e por ele? Embora não possamos associar-nos com os que são inimigos acérrimos de Cristo, devemos cultivar o espírito de mansidão e de amor que caracterizou o nosso Mestre - o amor que não pensa mal, e que não se deixa facilmente provocar (Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 503-505; Para Conhecê-Lo [MM 1965], p. 184; Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 3, p. 1.318, 1.319).

Segunda, 23 de julho: O ministério de Estêvão

Estêvão era muito ativo na causa de Deus e declarava sua fé corajosamente. "Levantaram-se alguns que eram da sinagoga chamada dos libertinos, e dos cireneus e dos alexandrinos, e dos que eram da Cilícia e da Ásia, e disputavam com Estêvão. E não podiam resistir à sabedoria, e ao Espírito com que falava." Atos 6:9 e 10. Esses estudiosos dos grandes rabis estavam confiantes que numa discussão pública poderiam obter uma completa vitória sobre Estêvão, por causa de sua suposta ignorância. Ele porém, não somente falava com o poder do Espírito Santo, mas ficava claro a toda a vasta assembleia que era também um estudioso das profecias e versado em todos os assuntos da lei. Defendia habilmente as verdades que advogava, e confundia inteiramente seus oponentes.
Os sacerdotes e príncipes que testemunharam a maravilhosa demonstração de poder que acompanhava a apresentação de Estêvão encheram-se de ódio atroz. Em vez de se renderem ao peso das evidências que apresentava, determinaram silenciar sua voz, matando-o (História da Redenção, p. 262).

Em todos os séculos os escolhidos mensageiros de Deus têm sido ofendidos e perseguidos; não obstante, mediante seus sofrimentos foi o conhecimento de Deus disseminado no mundo. Todo discípulo de Cristo tem de ingressar nas fileiras e levar avante a mesma obra, sabendo que seu inimigo nada pode fazer contra a verdade, senão pela verdade. Deus pretende que a verdade seja posta pela frente, se torne objeto de exame e consideração, a despeito do desprezo que lhe votem. O espírito do povo deve ser agitado; toda polêmica, toda crítica, todo esforço para restringir a liberdade de consciência, é um instrumento de Deus para despertar as mentes que, do contrário, ficariam sonolentas (O Maior Discurso de Cristo, p. 33).

Quando nova luz for apresentada à igreja, ser-vos-á perigoso rejeitá-la. Recusar ouvir a mensagem, por ter preconceito contra ela ou contra o mensageiro, não desculpará vosso caso perante Deus. Condenar aquilo que não ouvistes ou não compreendestes, não vos exaltará aos olhos dos que são sinceros em suas buscas da verdade. É loucura falar com desprezo a respeito dos que Deus enviou com uma mensagem verdadeira. Se os jovens estão procurando educar-se para serem obreiros em Sua causa, devem aprender o caminho do Senhor e viver de toda palavra que sai da boca de Deus. Não devem convencer-se de que toda verdade já foi revelada e que o Ser Infinito não tem mais luz para Seu povo. Se se firmam na crença de que toda verdade já foi revelada, estão em perigo de se desfazerem de preciosas gemas da verdade, que serão descobertas ao volverem os homens a atenção para pesquisar a rica mina da Palavra de Deus (Conselhos Sobre a Escola Sabatina, p. 32, 33).

Terça, 24 de julho: Perante o Sinédrio

Ele cria no Deus de Abraão, Isaque e Jacó, e estava vigorosamente firmado em relação aos privilégios dos judeus; mas sua fé era ampla, e ele sabia que viera o tempo em que os verdadeiros crentes deviam adorar não apenas em templos feitos por mãos, mas, através do mundo, homens poderiam adorar a Deus em Espírito e em verdade. O véu foi tirado dos olhos de Estêvão, e ele discerniu o fim daquilo que foi abolido pela morte de Cristo.
Os sacerdotes e príncipes, embora veementes em sua oposição, em nada prevaleceram contra sua clara e calma sabedoria. Determinaram fazer de Estêvão um exemplo e, enquanto assim satisfaziam seu ódio vingativo, impediriam outros, pelo medo, de adotarem sua crença. Acusações foram proferidas contra ele, da maneira mais enganosa. Falsas testemunhas foram assalariadas para testificar que o ouviram proferir palavras blasfemas contra o templo e a lei. Disseram: "Porque nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu." Atos 6:14.
Quando Estêvão se colocou face a face com seus juízes, para responder à acusação de blasfêmia, um santo brilho resplandeceu em seu rosto. "Todos os que estavam assentados no conselho, fixando os olhos nele, viram o seu rosto como o rosto de anjo." Atos 6:15. Muitos dos que contemplavam o iluminado rosto de Estêvão tremeram e cobriram a face, mas a pertinaz incredulidade e preconceito não se abalaram.
Estêvão foi interrogado quanto à verdade das acusações contra ele, e tomou sua defesa com voz clara, penetrante, que repercutia pelo recinto do conselho. Com palavras que mantinham a assembleia absorta, prosseguiu relatando a história do povo escolhido de Deus. Mostrou completo conhecimento da história judaica e sua interpretação espiritual, agora manifesta mediante Cristo. Começou com Abraão e fez um retrospecto através da História, de geração em geração, repassando todos os registros nacionais de Israel a Salomão, acentuando os mais impressivos pontos para vindicar sua causa.
Tornou clara sua própria lealdade para com Deus e para com a fé judaica, enquanto mostrava que a lei na qual os judeus confiavam para a salvação não fora capaz de salvar Israel da idolatria. Ligou Jesus Cristo com toda a história judaica. Referiu-se à construção do templo de Salomão, e às palavras deste, bem como de Isaías: "Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens." Atos 7:48. "O Céu é o Meu trono, e a Terra o estrado de Meus pés. Que casa Me edificareis? diz o Senhor: ou qual é o lugar do Meu repouso? Porventura não fez a Minha mão todas estas coisas?" Atos 7:49 e 50. O lugar da mais alta adoração de Deus estava no Céu (História da Redenção, p. 263. 264).

Vi que Estêvão foi um poderoso homem de Deus, suscitado especialmente para preencher um importante lugar na igreja. Satanás exultou com sua morte; pois ele sabia que os discípulos sentiriam sobremaneira a sua perda. Mas o triunfo de Satanás foi breve; pois nesse grupo, testemunhando a morte de Estêvão, havia um a quem Jesus estava para revelar-Se. Saulo não tomou parte no lançamento de pedras em Estêvão, mas consentiu em sua morte. Ele era zeloso na perseguição à igreja de Deus, caçando-os, aprisionando-os em suas casas e entregando-os a quem os mataria. Saulo era um homem de habilidade e educação; seu zelo e erudição tornava-o altamente estimado pelos judeus, ao mesmo tempo que era temido por muitos dos discípulos de Cristo. Seus talentos eram eficazmente empregados por Satanás em promover sua rebelião contra o Filho de Deus, e os que criam nEle. Mas Deus pode quebrar o poder do grande adversário e libertar os que são por ele levados cativos. Cristo havia separado Saulo como "um vaso escolhido" (Atos 9:15) para pregar o Seu nome, para fortalecer os discípulos em sua tarefa e mais ainda para preencher o lugar de Estêvão (Primeiros Escritos, p. 199).

Despertem os que se tornaram sonolentos e indiferentes. Somos chamados para ser santos, e devemos cuidadosamente evitar dar a impressão de que é de pouca monta se retemos ou não os aspectos peculiares de nossa fé. Sobre nós repousa a solene obrigação de tomar uma posição mais decidida para com a verdade e justiça do que tomamos no passado.
A linha demarcatória entre os que guardam os mandamentos de Deus e os que não o fazem deve ser revelada com inconfundível clareza. Devemos honrar a Deus conscienciosamente, usando com diligência todo meio de manter-nos em relação de concerto com Ele, para que recebamos Suas bênçãos - as bênçãos tão essenciais para as pessoas que hão de ser tão severamente provadas. Dar a impressão de que nossa fé, nossa religião, não é um poder dominante em nossa vida, é desonrar grandemente a Deus (Este Dia com Deus [MM 1980], p. 204).

Quarta, 25 de julho: Jesus no tribunal celestial

Estêvão, o primeiro mártir cristão, em seu terrível conflito com principados e potestades, e a impiedade espiritual nos lugares celestiais, exclamou: "Eis que vejo os Céus abertos e o Filho do homem, que está em pé à mão direita de Deus." Atos 7:56. O Salvador do mundo foi-lhe revelado a contemplá-lo, do Céu, com o mais profundo interesse; e a gloriosa luz do semblante de Cristo pousou sobre Estêvão com tal brilho que mesmo seus inimigos viram sua face resplandecer como a de um anjo.
Se permitíssemos que nosso espírito se demorasse mais em Cristo e no mundo celestial, encontraríamos poderoso estímulo e auxílio em pelejar as batalhas do Senhor. O orgulho e o amor ao mundo perderão o poder ao contemplarmos as glórias daquela Terra melhor, que tão cedo será nossa pátria. Ao lado da beleza de Cristo, todos os atrativos terrestres parecerão de pouco valor (Mensagens aos Jovens, p. 113).

Embora no meio de seu sermão, concluiu-o abruptamente. ... Nos rostos cruéis em redor de si, o prisioneiro leu a sua sorte; mas não vacilou. Desaparecera o temor da morte. Para ele os coléricos sacerdotes e a turba agitada não ofereciam terror. O quadro que diante dele estava se desvaneceu de sua vista. Para ele as portas do Céu estavam abertas, e, olhando por elas, viu a glória das cortes de Deus, e Cristo, em pé, como que Se havendo levantado de Seu trono precisamente então, para dar auxílio a Seu servo, que estava prestes a sofrer martírio por Sua causa. ...
Descrevendo ele a gloriosa cena que se desdobrava à sua frente, seus perseguidores não o suportaram mais. Tapando os ouvidos para não ouvir suas palavras, e dando altos brados, com fúria correram unânimes sobre ele. "E apedrejaram a Estêvão, que em invocação dizia: Senhor Jesus, recebe o meu espírito. E, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu." Atos 7:59 e 60.
A aprovação de Deus na face de Estêvão, e suas palavras, que tocaram o coração dos que as ouviram, permaneceram na mente dos espectadores e testificaram a verdade do que ele havia proclamado (Exaltai-O [MM 1992], p. 111). 

Se os servos de Deus guardarem fielmente o depósito que lhes é confiado, grande será sua recompensa, quando o Mestre disser: "Presta contas da tua mordomia." Luc. 16:2. A ativa lida, a obra desinteressada, o esforço paciente e perseverante, serão abundantemente galardoados. Jesus dirá: "Já vos não chamarei servos, ... mas tenho-vos chamado amigos." João 15:15. A aprovação do Mestre não é dada por causa da grandeza da obra realizada, mas em virtude da fidelidade em tudo quanto foi feito. Não é o resultado que atingimos, mas os motivos por que procedemos, que têm valor para com Deus. Ele preza a bondade e a fidelidade acima de tudo mais (Obreiros Evangélicos, p. 267).

Quinta, 26 de julho: A propagação do evangelho

Este etíope representa uma grande classe que necessita ser ensinada por missionários como Filipe - homens que ouçam a voz de Deus, e vão aonde Ele manda. Muitos há que estão lendo as Escrituras sem compreender-lhes o verdadeiro significado. Em todo o mundo homens e mulheres olham atentamente para o Céu. De almas anelantes de luz, de graça, do Espírito Santo, sobem orações, lágrimas e indagações. Muitos estão no limiar do reino, esperando somente serem recolhidos.
Um anjo guiou Filipe àquele que procurava a luz, e que estava pronto para receber o evangelho; e hoje anjos guiarão os passos dos obreiros que permitam ao Espírito Santo santificar-lhes a língua, educar e enobrecer-lhes o coração. 
Ele que enviou Filipe ao ministro etíope, Pedro ao centurião romano, e a menina israelita em auxílio de Naamã, o capitão sírio, envia hoje homens, mulheres e jovens como Seus representantes àqueles que têm necessidade de ajuda e guia divinas (Vidas que Falam [MM 1971], p. 335). 

O Senhor deseja que cada um de nós preencha o verdadeiro lugar que nos tem designado. Se andarmos em simplicidade e santidade, e confiarmos no Senhor, tal como a criancinha confia em seu pai terreno, Ele nos capacitará a fazermos a obra que nos tem dado para fazer. Se buscarmos ao Senhor Ele trabalhará em nosso favor. O Senhor operará nossa salvação por nós, se confiarmos a guarda de nossa alma a Ele como a um fiel Criador. ...
Não somos nós que influenciamos a mente e o coração. Anjos de Deus o fazem. Eles vêem todo esforço que fazemos e enternecem os corações e iluminam a mente daqueles pelos quais estamos trabalhando, abrindo-os às influências celestiais, para que corações e mentes sejam levados a ver e compreender. ...
Não estais trabalhando sozinhos. Quando sois tentados a tornar-vos desanimados, lembrai-vos disto: Anjos de Deus estão bem ao vosso redor. Eles ministrarão até mesmo na terra, levando-a a produzir seus tesouros. Esta é a instrução que estou tentando dar ao nosso povo. Quero que compreendam o que poderia ser realizado se executassem a vontade do Senhor. É o Senhor quem tem dado a instrução. Sigamos Suas instruções (Olhando para o Alto [MM 1983], p. 135). 

Nós, individualmente, temos um caso pendente no tribunal divino. O caráter está sendo pesado nas balanças do santuário e ele deveria ser a fervente aspiração de todos que andam humilde e zelosamente, temendo que, por negligência de deixar brilhar sua luz no mundo, descaiam da graça de Deus e percam tudo o que realmente vale a pena. Todas as dissensões, diferenças e críticas deveriam ser postas de lado, com toda a maledicência e amargura. Bondade, amor, a compaixão de uns para com os outros, devem ser acalentados, para que a oração de Cristo a fim de que Seus discípulos pudessem ser um como Ele é com o Pai, possa ser respondida. A harmonia e unidade da igreja são as credenciais que eles devem apresentar ao mundo de que Cristo é o Filho de Deus. Conversão genuína sempre levará ao amor verdadeiro por Jesus e por todos aqueles por quem Ele morreu. 
Cada um que faz por Deus o que está ao seu alcance, que é verdadeiro e zeloso em fazer o bem àqueles que o cercam, receberá a bênção de Deus sobre seus esforços. Um homem pode prestar serviço real a Deus, embora não seja a cabeça ou o coração do corpo de Cristo. O serviço representado na Palavra de Deus pela mão ou o pé, embora humilde, é todavia importante. Não é a grandeza da obra, mas o amor com que é feita que determina seu valor. Há trabalho a ser feito em favor de nossos vizinhos e por aqueles com quem nos associamos. Não temos liberdade para interromper nossos pacientes e piedosos esforços pelas pessoas, enquanto elas estiverem fora da arca da salvação. Não há trégua nessa guerra. Somos soldados de Cristo e estamos sob obrigação de vigiar, receando que o inimigo obtenha vantagem e retenha a seu serviço alguns que podemos conquistar para Cristo (Testemunhos para a Igreja, v. 5, p. 279).

Sexta, 27 de julho: Estudo adicional

Para Conhecê-Lo, "Desdenhando o Espírito de Deus", p. 240.

sábado, 14 de julho de 2018

3º TRIMESTRE 2018 - LIÇÃO 3 - COMENTÁRIOS DE ELLEN WHITE SOBRE A LIÇÃO DA ESCOLA SABATINA


Verso para Memorizar:
 “Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo” (At 2:46, 47).

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Atenção!
Trechos em destaque extraídos dos originais 
e ausentes na versão física do comentário.

Sábado à tarde, 14 de julho

Nos dias em que a glória do Cristo ressurgido resplandecia sobre ela, foi dito da igreja apostólica que ninguém dizia "que coisa alguma do que possuía era sua própria". Atos 4:32. "Não havia, pois, entre eles necessitado algum." Atos 4:34. "E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça." Atos 4:33. "E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar." Atos 2:46 e 47.
Rebuscai o céu e a Terra, e não existe aí, revelada, uma verdade mais poderosa do que aquela que se manifesta em obras de misericórdia aos que necessitam de nossa simpatia e auxílio. Esta é a verdade tal como se encontra em Jesus. Quando os que professam o nome de Cristo praticarem os princípios da regra áurea, o evangelho será apoiado pelo mesmo poder que o acompanhava na era apostólica (O Maior Discurso de Cristo, p. 137).

Quando o Espírito Santo foi derramado sobre a igreja primitiva, os irmãos amavam-se uns aos outros. “Comiam juntos com alegria e singeleza de coração. Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.” Atos dos Apóstolos 2:46, 47. Aqueles cristãos primitivos eram poucos em número, sem riquezas ou honras, mas exerciam poderosa influência. Deles irradiava a luz do mundo. Eram um terror aos malfeitores, onde quer que eram conhecidos seu caráter e doutrinas. Por isso eram odiados pelos ímpios e perseguidos até à morte. 
A norma de santidade é hoje a mesma que nos dias dos apóstolos. Nem as promessas nem as reivindicações de Deus perderam coisa alguma de sua força. Mas qual é o estado do professo povo do Senhor, em comparação com a igreja primitiva? Onde está o Espírito e o poder de Deus que, naquele tempo, acompanhava a pregação do Evangelho? Ai, “como se escureceu o ouro! como se mudou o ouro fino e bom!” (Lamentações 4:1; Testemunhos para a Igreja, v. 5, p. 239, 240).

Quando a graça de Cristo é expressa em palavras e obras por parte dos crentes, a luz brilhará para os que estão em trevas; pois enquanto os lábios estão proferindo louvores a Deus, as mãos estão estendidas em beneficência para ajudar aos que estão perecendo. Lemos que no dia do Pentecoste, quando o Espírito Santo desceu sobre os discípulos, ninguém dizia que seus bens eram exclusivos. Todos os seus bens eram para a propagação da maravilhosa reforma. E milhares foram convertidos num dia. Quando o mesmo espírito atuar nos crentes de hoje, e eles derem a Deus suas propriedades com a mesma liberalidade, será realizada obra ampla e de vasto alcance (Refletindo a Cristo [MM 1986], p. 262).

Domingo, 15 de julho: Ensino e comunhão

Depois do derramamento do Espírito Santo, os discípulos, vestidos da armadura divina, saíram como testemunhas, para contar a maravilhosa história da manjedoura e da cruz. Eram homens humildes, mas saíram com a verdade. Após a morte de seu Senhor eram um grupo indefeso, desapontado e desanimado - como ovelhas sem pastor; mas agora saem como testemunhas da verdade, sem outra arma senão a Palavra e o Espírito de Deus para triunfar sobre toda a oposição.
Seu Salvador fora rejeitado e condenado, e pregado na ignominiosa cruz. Os sacerdotes judeus e príncipes haviam declarado com escárnio: "Salvou os outros e a Si mesmo não pode salvar-Se. Se é o rei de Israel, desça, agora, da cruz, e creremos nEle." Mat. 27:42. Mas essa cruz, esse instrumento de vergonha e tortura, trouxe esperança e salvação ao mundo. A igreja se reuniu; seu desespero e consciente inutilidade os abandonara. Seu caráter fora transformado e eles se uniram pelos laços do amor cristão. Embora não tivessem riquezas, embora fossem contados pelo mundo como meros pescadores ignorantes, foram feitos pelo Espírito Santo testemunhas de Cristo. Sem honras ou reconhecimento terrenos, eram os heróis da fé. De seus lábios saíram palavras de eloquência e poder divino que abalaram o mundo.
O terceiro, quarto e quinto capítulos de Atos, dão um relato de seu testemunho. Os que rejeitaram e crucificaram o Salvador esperavam ver os discípulos desanimados, abatidos e prontos para negar a seu Senhor. Com espanto ouviram o testemunho claro e ousado, dado sob o poder do Espírito Santo. As palavras e obras dos discípulos representaram as palavras e obras de seu Mestre; e todos os que os ouviam diziam: Estes aprenderam de Jesus. Eles falam como Ele falava. "E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça" (Atos 4:33; Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 66, 67).

Muitos desses primeiros crentes foram imediatamente separados da família e dos amigos pelo zeloso fanatismo dos judeus, sendo portanto necessário prover-lhes alimento e abrigo.
O relato declara: "Não havia pois entre eles necessitado algum." Atos 4:34. E diz como as necessidades eram supridas. Aqueles dentre os crentes que tinham dinheiro e bens, alegremente sacrificavam-nos para socorrer na emergência. Vendendo suas casas ou suas terras, eles levavam o dinheiro e o depositavam aos pés dos apóstolos. "E repartia-se por cada um, segundo a necessidade que cada um tinha." Atos 4:35.
Esta liberalidade da parte dos crentes foi o resultado do derramamento do Espírito. "Era um o coração e a alma" (Atos 4:32) dos conversos ao evangelho. Um comum interesse os guiava - o êxito da missão a eles confiada; e a avareza não tinha lugar em sua vida. Seu amor aos irmãos e à causa que haviam abraçado, era maior do que o amor ao dinheiro e às posses. Suas obras testificavam que eles tinham a salvação dos homens em maior apreço que as riquezas terrestres.
Assim será sempre, quando o Espírito de Deus toma posse da vida. Aqueles cujo coração transborda do amor de Cristo, seguirão o exemplo dAquele que por amor de nós, Se tornou pobre, para que por Sua pobreza enriquecêssemos. Dinheiro, tempo, influência - todos os dons que receberam das mãos de Deus - só serão por eles apreciados quando usados como meio de fazer avançar a obra evangélica. Assim foi na igreja primitiva; e, ao ver-se na igreja de hoje que, pelo poder do Espírito os membros retiraram suas afeições das coisas do mundo, e se dispõem a fazer sacrifícios a fim de que seus semelhantes possam ouvir o evangelho, as verdades proclamadas terão poderosa influência sobre os ouvintes (Atos dos Apóstolos, p. 70, 71).

A Providência, embora invisível, está sempre em ação nos negócios humanos. A mão de Deus pode fazer prosperar ou reter, e Ele frequentemente retém de um enquanto parece fazer outro prosperar. Tudo isto é para testar e provar o homem a fim de revelar o coração. Ele permite que sobrevenham revezes sobre um irmão enquanto faz prosperar a outro, a fim de ver se aqueles a quem Ele favorece têm o Seu temor diante dos olhos, e se cumprirão o dever que lhes foi designado em Sua Palavra, de amarem ao seu próximo como a si mesmos e ajudarem seu irmão mais pobre, motivados pelo amor à prática do bem. Atos de generosidade e bondade foram designados por Deus para manter brandos e compassivos os corações dos filhos dos homens, e incentivá-los a demonstrar interesse e afeto uns pelos outros, a exemplo do Mestre, que por nossa causa Se fez pobre, para que através de Sua pobreza pudéssemos nos tornar ricos. A lei do dízimo foi estabelecida sobre um princípio duradouro, e se destinava a ser uma bênção para o homem (Testemunhos para a Igreja, v. 3, p. 547).

Segunda, 16 de julho: A cura de um coxo

Com grande poder os discípulos pregaram sobre o crucificado e ressurgido Salvador. Sinais e maravilhas foram operados por eles em nome de Jesus; os enfermos foram curados, e um homem que havia sido coxo desde o nascimento foi restaurado a perfeita saúde e entrou com Pedro e João no templo, andando e saltando e louvando a Deus à vista de todo o povo. As novas se espalharam, e o povo começou a se comprimir em torno dos discípulos. Muitos se ajuntaram, grandemente atônitos, em face da cura que se havia operado (Primeiros Escritos, p. 192).

A mensagem de salvação é comunicada aos homens por intermédio de instrumentos humanos. Mas os judeus haviam procurado monopolizar a verdade, que é a vida eterna. Entesouraram o vivo maná, que se corrompera. A religião que tinham buscado guardar só para si, tornara-se um tropeço. Roubavam a Deus de Sua glória, e prejudicavam o mundo por uma falsificação do evangelho. Haviam recusado entregar-se a Deus para a salvação do mundo, e tornaram-se instrumento de Satanás para sua destruição.
O povo a quem Deus chamara para ser a coluna e fundamento da verdade, transformara-se em representante de Satanás. Faziam a obra que este queria que fizessem, seguindo uma conduta em que apresentavam mal o caráter de Deus, fazendo com que o mundo O considerasse um tirano. Os próprios sacerdotes que ministravam no templo haviam perdido de vista a significação do serviço que realizavam. Deixaram de olhar, para além do símbolo, àquilo que ele significava. Apresentando as ofertas sacrificais, eram como atores num palco. As ordenanças que o próprio Deus indicara, tinham-se tornado o meio de cegar o espírito e endurecer o coração. Deus não poderia fazer nada mais pelo homem por meio desses veículos. Todo o sistema devia ser banido (O Desejado de Todas as Nações, p. 36).

O arrependimento compreende tristeza pelo pecado e afastamento do mesmo. Não renunciaremos ao pecado enquanto não reconhecermos a sua malignidade; enquanto dele não nos afastarmos sinceramente, não haverá em nós uma mudança real da vida.
Muitos há que não compreendem a verdadeira natureza do arrependimento. Multidões de pessoas se entristecem pelos seus pecados, efetuando mesmo exteriormente uma reforma, porque receiam que seu mau procedimento lhes traga sofrimentos. Mas não é este o arrependimento segundo o sentido que lhe dá a Bíblia. Lamentam antes os sofrimentos, do que o próprio pecado. Tal foi a tristeza de Esaú quando viu que perdera para sempre o direito da primogenitura. Balaão, aterrado à vista do anjo que se lhe pusera no caminho com a espada alçada, reconheceu seu pecado porque temia que devesse perder a vida; não teve, porém, genuíno arrependimento do pecado, nem mudança de propósito ou aborrecimento do mal. Judas Iscariotes, depois de haver traído seu Senhor, exclamou: "Pequei, traindo sangue inocente." Mat. 27:4.
A confissão foi arrancada de sua alma culpada, por uma horrível consciência de condenação e temerosa expectação do juízo. As conseqüências que o aguardavam enchiam-no de terror; mas não houve em sua alma uma profunda e dolorosa tristeza por haver traído o imaculado Filho de Deus e negado o Santo de Israel. Faraó, quando sofria sob os juízos de Deus, reconheceu seu pecado, para escapar a castigos posteriores; mas voltava a desafiar o Céu apenas suspensas as pragas. Todos esses lamentaram as conseqüências do pecado, mas não se entristeceram pelo próprio pecado.
Quando, porém, o coração cede à influência do Espírito de Deus, a consciência é despertada, e o pecador discerne alguma coisa da profundeza e santidade da lei de Deus, base de Seu governo no Céu e na Terra. A "luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo" (João 1:9), ilumina também os secretos escaninhos da alma, e as coisas ocultas das trevas se põem a descoberto. A convicção se apodera do espírito e da alma. O pecador tem então uma intuição da justiça de Jeová e experimenta horror ante a ideia de aparecer, em sua própria culpa e impureza, perante o Perscrutador dos corações. Vê o amor de Deus, a beleza da santidade, a exaltação da pureza; anseia por ser purificado e reintegrado na comunhão do Céu (Caminho a Cristo, p. 23, 24).

O poder de condenação da lei de Deus estende-se não só às coisas que praticamos, mas às coisas que deixamos de praticar. Não nos devemos justificar ao omitirmos a prática das coisas que Deus requer. Devemos não só cessar de fazer o mal, mas também aprender a fazer o bem. Concedeu-nos Deus faculdades que devem ser exercitadas em boas obras; e se essas faculdades não forem postas em uso, certamente seremos considerados servos maus e negligentes. Podemos não ter cometido pecados graves; essas ofensas podem não estar registradas contra nós no livro de Deus; mas o fato de que nossos atos não estão registrados como puros, bons, elevados e nobres, demonstrando que não usamos os talentos que nos foram confiados, isso nos coloca sob condenação (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 220).

Terça, 17 de julho: O surgimento da oposição

No dia seguinte ao da cura do coxo, Anás e Caifás, com os outros dignitários do templo, reuniram-se para o julgamento, e os prisioneiros foram trazidos perante eles. No mesmo recinto, e diante de alguns dos mesmos homens, Pedro tinha vergonhosamente negado seu Senhor. Isto lhe veio claramente à memória, ao comparecer ele próprio para ser julgado. Agora tinha oportunidade para reparar sua covardia. ...
Mas o Pedro que negara a Cristo na hora de sua maior necessidade, era impulsivo e cheio de confiança própria, diferindo grandemente do Pedro que fora trazido perante o Sinédrio para ser interrogado. Depois de sua queda ele se havia convertido. Não era mais orgulhoso e jactancioso, mas modesto e sem confiança em si mesmo. Estava cheio do Espírito Santo, e pelo auxílio deste poder estava resolvido a remover a mancha de sua apostasia, honrando o nome que repudiara (Vidas que Falam [MM 1971], p. 331).

O mundo tem de ser advertido, e nenhuma alma deve ficar satisfeita com um conhecimento superficial da verdade. Não sabeis a que responsabilidade podeis ser chamados. Ignorais aonde vos poderão convidar a ser testemunhas da verdade. Muitos terão de se apresentar nas cortes legislativas; alguns perante reis e diante dos doutos da Terra, para responderem por sua fé. Os que não têm senão um superficial conhecimento da verdade, não serão capazes de expor claramente as Escrituras, e dar razões definidas da fé que possuem. Ficarão confusos, e não serão obreiros que não têm de que se envergonhar. Que ninguém imagine não precisar estudar, visto não ter de pregar do sagrado púlpito. Não sabeis o que Deus pode requerer de vós. É lamentável que o progresso da causa seja estorvado pela falta de obreiros educados, que se hajam habilitado para posições de confiança. O Senhor aceitará milhares para trabalharem em Sua seara, mas muitos têm deixado de se habilitar para a obra. Todo aquele, porém, que esposou a causa de Cristo, que se ofereceu como soldado do exército do Senhor, deve colocar-se onde lhe seja dado exercitar-se fielmente. A religião tem, na verdade, significado bem pouco para os professos seguidores de Cristo; pois não é vontade de Deus que alguém permaneça na ignorância quando ao seu alcance têm sido colocados a sabedoria e o conhecimento (Fundamentos da Educação Cristã, p. 217).

Em nome do Senhor devemos avançar, desfraldando o Seu estandarte, defendendo a Sua Palavra. Quando as autoridades nos ordenarem que não façamos esse trabalho; quando nos proibirem de proclamar os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, então será preciso que digamos, como o fizeram os apóstolos: “Julgai vós se é justo, diante de Deus, ouvir-vos antes a vós do que a Deus; porque não podemos deixar de falar do que temos visto e ouvido.” Atos dos Apóstolos 4:19, 20. 
A verdade deve ser proclamada com o poder do Espírito Santo. Somente isso pode tornar eficazes as palavras. Unicamente através do poder do Espírito a vitória pode ser alcançada e mantida. O agente humano precisa ser influenciado pelo Espírito de Deus. Por meio da fé na salvação, os obreiros devem ser guardados pelo poder de Deus. Eles devem ter visão divina, para que não seja proferida coisa alguma que incite os homens a nos barrar o caminho. Pela assimilação da verdade espiritual, devemos preparar um povo para, com mansidão e temor, expor a razão da sua fé perante as mais altas autoridades de nosso mundo (Testemunhos para a Igreja, v. 6, p. 395, 396).

Quarta, 18 de julho: Ananias e Safira

Os apóstolos encontraram na igreja os que professavam piedade, ao mesmo tempo em que secretamente acariciavam a iniquidade. Ananias e Safira desempenharam o papel de enganadores pretendendo fazer sacrifício total a Deus, quando cobiçosamente estavam retendo uma parte para si. O Espírito da verdade revelou aos apóstolos o caráter real desses impostores, e os juízos de Deus livraram a igreja dessa detestável mancha em sua pureza. Esta assinalada evidência do discernidor Espírito de Cristo na igreja foi um terror para os hipócritas e malfeitores. Não mais poderiam permanecer em ligação com aqueles que eram, em hábitos e disposição, invariáveis representantes de Cristo; e, quando as provações e perseguições sobrevieram a Seus seguidores, apenas os que estavam dispostos a abandonar tudo por amor à verdade desejaram tornar-se Seus discípulos. Assim, enquanto durou a perseguição, a igreja permaneceu comparativamente pura. Mas, cessando aquela, acrescentaram-se conversos que eram menos sinceros e devotados, e abriu-se o caminho para Satanás tomar pé (O Grande Conflito, p. 44).

O que é humildade? Aquele senso de pecado e indignidade que conduz ao arrependimento. Devemos, porém, estar seguros da malignidade de uma doença antes de sentirmos nossa necessidade de cura. Aqueles que não se compenetram da malignidade do pecado não são capazes de apreciar o valor da expiação e a necessidade de serem purificados de todo pecado. O pecador se mede por si mesmo e por aqueles que, como ele, são pecadores. Não tem em vista a pureza e santidade de Cristo. Mas quando a lei de Deus traz convicção a seu coração, ele diz com Paulo: "Outrora, sem a lei, eu vivia; mas, sobrevindo o preceito, reviveu o pecado, e eu morri." Rom. 7:9.
Deus criou o homem para a Sua glória. Ele não pode e não quer tolerar a presença do pecado em Seu domínio. Se há na igreja aqueles que estão voluntariamente pecando contra Deus, todo meio possível deveria ser utilizado para levá-los ao arrependimento. Se isso não for feito, o nome de Deus será desonrado. Ele é demasiado puro para considerar favoravelmente a iniquidade. ...
O pecado de Adão seria considerado pelas igrejas de hoje como um simples erro a ser imediatamente perdoado e esquecido. Mas o padrão de Deus é elevado e Sua palavra imutável, e todas as práticas egoísticas e cobiçosas são uma abominação à Sua vista (Olhando para o Alto [MM 1983], p. 3). 

A longanimidade de Deus é maravilhosa. Longamente espera a justiça enquanto a graça intercede com o pecador. Mas "justiça e juízo são a base do Seu trono". Sal. 97:2. "O Senhor é tardio em irar-Se, mas grande em força e ao culpado não tem por inocente; o Senhor tem o Seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos Seus pés." Naum 1:3.
O mundo tornou-se ousado na transgressão da lei de Deus. Por causa de Sua longa clemência os homens Lhe espezinharam a autoridade. Fortaleceram-se na opressão e crueldade contra Sua herança, dizendo: "Como o sabe Deus? Ou: Há conhecimento no Altíssimo?" Sal. 73:11. Há, porém, um limite além do qual não podem passar. Próximo está o tempo em que atingirão o limite prescrito. Mesmo agora quase excederam os termos da longanimidade de Deus, e a medida de Sua graça e misericórdia. O Senhor Se interporá para vindicar Sua própria honra, para livrar Seu povo e reprimir os excessos da injustiça (Parábolas de Jesus, p. 177, 178).

Quinta, 19 de julho: A segunda prisão dos apóstolos

Os apóstolos corajosamente declararam que obedeceriam a Deus antes que aos homens. Disse Pedro: "O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, ao qual vós matastes, suspendendo-O no madeiro. Deus, com a sua destra, O elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e remissão dos pecados. E nós somos testemunhas acerca destas palavras, nós e também o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que Lhe obedecem." Atos 5:30-32. Ante essas desassombradas palavras, os assassinos se enfureceram, e determinaram manchar de novo as mãos em sangue, matando os apóstolos. Estavam planejando isto quando um anjo de Deus moveu o coração de Gamaliel a aconselhar aos sacerdotes e príncipes: "Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este conselho ou esta obra é de homens, se desfará, mas, se é de Deus, não podereis desfazê-la, para que não aconteça serdes também achados combatendo contra Deus." Atos 5:38 e 39. Anjos maus estavam atuando sobre os sacerdotes e anciãos a fim de levarem os apóstolos à morte; mas Deus enviou o Seu anjo para evitá-lo, despertando entre os líderes judeus uma voz a favor dos Seus servos. A obra dos apóstolos não estava terminada. Eles deviam ser levados perante reis a fim de testemunhar do nome de Jesus e testificar das coisas que tinham visto e ouvido.
Os sacerdotes de má vontade libertaram os prisioneiros, depois de lhes baterem e ordenarem a não mais falar no nome de Jesus. "Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus. E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar e de anunciar a Jesus Cristo." Atos 5:41 e 42. Assim a palavra de Deus crescia e se multiplicava. Os discípulos ousadamente testificavam das coisas que tinham visto e ouvido, e no nome de Jesus realizavam grandes milagres. Corajosamente lançavam o sangue de Jesus sobre aqueles que tão desejosos se mostraram de recebê-lo quando lhes foi permitido ter poder sobre o Filho de Deus (Primeiros Escritos, p. 195, 196).

Como obreiros, devemos aconselhar-nos uns com os outros sobre assuntos difíceis. É direito um irmão pedir o conselho de outro irmão. E é nosso privilégio, depois de fazermos isto, nos ajoelharmos e rogar sabedoria e orientação divina. Quando, porém, uma só voz humana exerce um poder controlador isto é um erro lamentável. 
No trabalho dos obreiros, devem eles aconselhar-se uns com os outros. Ninguém deve lançar-se ao trabalho, segundo seu juízo independente, e trabalhar de acordo com seu pensamento, a não ser que tenha dinheiro seu para gastar. ... Foi-me mostrado que a direção da obra não deve ser confiada a mãos inexperientes. Os que não têm tido bastante experiência, não são os que devam assumir grandes responsabilidades, embora pensem que são capazes de fazê-lo. Seus irmãos podem ver defeitos onde eles próprios só vêem a perfeição (Evangelismo, p. 97, 98).

Os males da estima própria e de uma não santificada independência, que tanto prejudicam nossa utilidade e que acabarão se demonstrando nossa ruína se não forem vencidos, provêm do egoísmo. “Aconselhai-vos uns aos outros”, é a mensagem que me foi dada repetidamente pelo anjo de Deus. Influindo no julgamento de um homem, Satanás pode empenhar-se em controlar os assuntos de acordo com seus planos. Pode ter êxito em desviar a mente de duas pessoas, mas, quando vários trocam ideias juntos, há mais segurança. Cada plano será estudado mais rigorosamente e cada movimento rumo ao progresso será considerado mais completamente. Então haverá menos perigo de precipitação de planos desavisados, que trariam confusão, perplexidade e derrota. Na união há força. Na divisão há fraqueza e derrota (Testemunhos para a Igreja, v. 5, p. 29).

Sexta, 20 de julho: Estudo adicional

Para Conhecê-Lo, "Por que o Senhor Demora", p. 346.